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Trio de SAFs, Cruzeiro, Vasco e Botafogo vivem 2023 de tropeços e pressão

Ronaldo, gestor do Cruzeiro, assiste ao duelo com o América-MG, pela semifinal do Mineiro - Gilson Junio/AGIF
Ronaldo, gestor do Cruzeiro, assiste ao duelo com o América-MG, pela semifinal do Mineiro Imagem: Gilson Junio/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

02/04/2023 04h00

O começo de temporada tem sido conturbado esportivamente para a primeira geração de SAFs dos grandes clubes do futebol brasileiro. Botafogo, Cruzeiro e Vasco não chegaram às finais dos respectivos estaduais e têm desempenho irregular em 2023.

O que aconteceu

Para Cruzeiro e Vasco, é o ano de retorno à Série A do Brasileirão.

O Botafogo não chegou às semifinais do Carioca e precisa vencer a Taça Rio para ter vaga na Copa do Brasil 2024. O time quase foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil pelo Sergipe. Escapou no último lance.

O Cruzeiro foi eliminado pelo América-MG na semifinal do Mineiro e viu o técnico Paulo Pezzolano pedir demissão. Mas ainda está na Copa do Brasil.

O Vasco foi eliminado na segunda fase da Copa do Brasil para o ABC, uma das zebras do torneio até aqui. No Carioca, caiu nas semifinais frente ao Flamengo.

Expectativa alta

O trio acumula resultados que decepcionaram o torcedor até agora porque a expectativa com as chegadas dos investidores é de aumento de competitividade.

O desafio é equilibrar as mudanças estruturais do clube, o aspecto financeiro e o desempenho.

O contexto de cada um

Cruzeiro

A diretoria do Cruzeiro entende que a oscilação é inerente ao processo de renovação do elenco, feito após o acesso à Série A. Além disso, a saída do técnico Pezzolano foi um evento que a diretoria tentava evitar desde o ano passado, mas o uruguaio chegou ao limite e optou por largar o projeto ao fim do Mineiro. Para o Brasileiro, o trabalho será conduzido pelo português Pepa.

Se pegar o volume de transferências durante o período, é insano. Nenhum clube quer fazer isso. Ninguém quer trocar tanto de jogador, em termos de quantidade. Nosso objetivo daqui para frente é começar a olhar para o elenco e fazer ajustes pontuais. Dar foco na contratação de um, dois, três, e não mais em 18. Quando você traz 18 atletas para a estrutura do clube, não é do dia para a noite que você consegue criar uma equipe. Isso é processo, leva tempo. Dentro do clube, nosso esforço é tentar acelerar".

Pedro Martins, executivo de futebol do Cruzeiro

E o dono? Ronaldo Fenômeno tenta amenizar as críticas e manifestações negativas da torcida dizendo: "Tiramos o clube da UTI e já falei que vamos tirar do hospital".

Vasco

Pedro Raul lamenta chance perdida na partida entre Vasco e ABC, pela Copa do Brasil - Peter Ilicciev/Estadão Conteúdo - Peter Ilicciev/Estadão Conteúdo
Pedro Raul lamenta chance perdida na partida entre Vasco e ABC, pela Copa do Brasil
Imagem: Peter Ilicciev/Estadão Conteúdo

A diretoria trata o jogo contra o ABC como a grande derrapada da temporada. O ponto fora da curva em um processo de construção do time que até estava agradando durante o estadual.

A diretoria, no entanto, entende que o grupo reagiu bem, mesmo perdendo para o Flamengo no jogo seguinte e sendo eliminado do Carioca. A perspectiva é positiva para o Brasileiro sob o comando de Maurício Barbieri.

Fomos bem pequenos, muito mal, horríveis [contra o ABC]. Mas fomos gigantes contra o Flamengo. O Vasco vai fazer um grande Brasileiro. Não tenho dúvida disso. Vamos ganhar porque estamos formando uma equipe".

Abel Braga, diretor técnico do Vasco

E o dono? A 777 Partners é um grupo que não costuma se manifestar publicamente sobre o desempenho do time. No Brasil, a operação é conduzida pelo CEO do Vasco, Luiz Mello, nada afeito a entrevistas, e o diretor de futebol, Paulo Bracks.

Botafogo

Jogadores do Botafogo celebram gol diante do Boavista, no Campeonato Carioca. - Leonardo Prado/Futura Press/Folh - Leonardo Prado/Futura Press/Folh
Jogadores do Botafogo celebram gol diante do Boavista, no Campeonato Carioca.
Imagem: Leonardo Prado/Futura Press/Folh

A diretoria reconhece um time que tem oscilado na temporada. O Botafogo teve dificuldades no Carioca inerentes ao começo de temporada: questão física, entrosamento e mobilização para jogar o estadual. Deixou pontos pelo caminho e não avançou ao mata-mata.

A ausência do Nilton Santos pesou também, na visão da diretoria. O estádio teve gramado trocado para aguentar os shows do Coldplay e agora o piso é sintético. O time mandou jogos fora do Rio em algumas ocasiões. Quando fez 7 a 1 no Brasiliense, pela Copa do Brasil, foi em Cariacica.

E o dono? John Textor deixou o Twitter e tem evitado se expor publicamente nos últimos meses. Mas quem trabalha no clube aponta que Textor tem se mantido muito ativo na tomada de decisão dentro do Botafogo. Ele faz a interface com o diretor geral Thairo Arruda e o executivo de futebol, André Mazzuco.