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Pia vê lista da Copa quase fechada e diz até onde Brasil pode chegar

Pia Sundhage durante treino da seleção brasileira feminina na Inglaterra - Thais Magalhães/CBF
Pia Sundhage durante treino da seleção brasileira feminina na Inglaterra Imagem: Thais Magalhães/CBF

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/04/2023 04h00

Classificação e Jogos

Há pouco mais de três meses da Copa do Mundo, a seleção brasileira feminina faz a Finalíssima contra a Inglaterra no que deve ser o penúltimo jogo antes da competição. Com uma lista final praticamente fechada, como garantiu a técnica Pia Sundhage ao UOL, essa pode ser a última chance para algumas atletas buscarem o espaço.

A treinadora vê como fundamental que o Brasil tenha planos A, B e C para os times titulares. Mesmo com as dificuldades, como o desempenho abaixo do esperado na SheBelieves Cup, Pia acredita que a seleção encontrou o estilo de jogo.

"Agora está quase lá. Temos as jogadoras principais e sempre terá chance para alguém no último minuto, qualquer uma que esteja jogando bem nos clubes. Digamos que o lugar delas não esteja nesta lista desta vez, ainda há uma chance, se você jogar bem, de ir. Acho que encontramos o nosso estilo de jogo e as jogadoras nas posições certas. Indo para a Copa do Mundo, precisamos de diferentes tipos de escalação para iniciar. É necessário poder ajustar ataque e defesa."

Ficando melhor

Brasil e Inglaterra se enfrentam nesta quinta-feira, às 15h45 (de Brasília), pela Finalíssima. O jogo reúne as campeãs da Copa América e da Eurocopa.

Depois dessa partida em Wembley, as brasileiras encaram a Alemanha. Esse pode ser o último jogo antes da Copa. A CBF ainda pensa em um amistoso no Brasil antes do embarque para a Austrália.

Pia ressalta que jogos contra duas seleções fortes são parte do caminho que o Brasil pode escolher, já que os resultados fogem do controle. "Meu trabalho é ter certeza de que vamos fazer a coisa certa no campo. Dou o feedback quando elas estão muito bem e encorajo elas. Só faça duas vezes mais ou o que for. Eu estou com muita energia e muito animada. A Copa do Mundo está chegando, está ali. Para mim é tudo sobre a jornada e nós podemos decidir. Não podemos decidir o resultado, mas sim a jornada. É exatamente o que está acontecendo agora. Jogar contra Inglaterra e Alemanha nos próximos dois jogos é fantástico."

A treinadora admite que a seleção ainda não está da forma como ela imaginava no momento em que foi contratada, mas está chegando lá. Pia ressalta a importância da mescla entre jogadoras experientes e mais jovens.

"Está ficando melhor. Preciso dizer que nas Olimpíadas, por exemplo, éramos sólidas, mas um pouco sem sorte contra o Canadá. Mas o que gosto nesse time é que ainda temos algumas jogadoras experientes. Se você pegar essas e tiver uma combinação com as mais jovens que nunca foram a uma Copa, não sabemos exatamente como vão reagir. Mas sei que elas têm habilidade e é meu trabalho fazer com que elas acreditem nisso."

"Acho que é possível, e a forma como estamos trabalhando é com uma defesa muito sólida. Tem algumas coisas que podemos fazer melhor, eu colocaria o passe final. Se tivermos esse último passe mais preciso, porque, olhe, mantemos a posse de bola e falamos sobre velocidade, especialmente em contra-ataques. Mas se acharmos um passe um pouco melhor, mais preciso, temos mais chances de marcar gols. Então, sim, estamos chegando lá. Não diria que estamos lá já, mas em um ano ou dois estaremos melhor e melhor."

Pia brinca e garante que consegue dormir mesmo com a proximidade do Mundial. "Ah, sim, é uma das minhas melhores qualidades. Só fecho os olhos e relaxo. Não importa onde."

Dá para vencer

O Brasil está no Grupo F da Copa do Mundo feminina ao lado de França, Jamaica e Panamá.

O cruzamento das oitavas de final será com o Grupo H, que tem Alemanha, Colômbia, Coreia do Sul e Marrocos.

O caminho pode ter outras adversárias complicadas como o Canadá, Austrália e a Inglaterra.

Pia Sundhage, porém, acredita que o Brasil pode brigar pelo título do Mundial. Ela revela que usa o jogo contra os Estados Unidos da SheBelieves Cup para motivar o grupo, mesmo que o time tenha perdido. Foi a melhor partida das brasileiras no torneio.

"É muito animador. Você olha para a medalha de ouro e olha em volta, vê jogadoras técnicas. Se quero ganhar alguma confiança, eu trago alguns clipes, quando o Brasil jogou contra os Estados Unidos. Não ganhamos aquela partida, mas tivemos alguns momentos fantásticos. Se pudermos fazer daqueles momentos um pouco mais longos, mais frequentes, é possível. Meu trabalho é ter certeza disso."

"Na Copa do Mundo terão 10 países pelo menos que podem ganhar. É muito competitivo. Então por que não pode ser a gente? Claro que pode. Porque se você olhar para certos momentos no jogo, ah, isso é de classe mundial. O desafio é fazer isso durar por 90 minutos e não só em um jogo, mas em muitos jogos. Então você precisa disso em mente, da atitude, de resistência, por exemplo. E então precisa acreditar que tem uma chance. Todos nós temos uma chance."