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Esposa de dono de bar contesta tese de assassinato por pizza após o Fla-Flu

Thiago Leonel era torcedor do Fluminense e foi morto a tiros após primeiro jogo da final do Carioca - Reprodução redes sociais
Thiago Leonel era torcedor do Fluminense e foi morto a tiros após primeiro jogo da final do Carioca Imagem: Reprodução redes sociais

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/04/2023 04h00

A pizzaria "Os Renatos" abriu no domingo antes do clássico entre Flamengo e Fluminense normalmente, mas a noite terminou em tragédia. Thiago Motta, torcedor do Flu, foi morto a tiros na frente do local. Bruno Tonini de Moura ficou ferido.

Uma das versões que surgiram nos últimos dias diz que a discussão entre Thiago e Marcelo de Lima, policial penal que teve a prisão preventiva decretada, teria acontecido porque o tricolor pegou as últimas pizzas do estabelecimento. Ao UOL, Renata, esposa do dono do restaurante, contestou:

"Não trabalhamos com pizza pronta, são pedidas e feitas na hora. Não pode ter briga por pizza porque a massa nunca acaba, sempre fazem mais. Não acaba assim em uma saída de jogo. Com certeza não foi por isso".

O que ela diz

Como o som estava alto e o lugar muito cheio, ela não ouviu nada que possa ter motivado o crime.

Ela conta que o estabelecimento estava cheio no dia da partida e que muitas vezes tenta organizar o salão para que ninguém atrapalhe a passagem.

"Eles estavam atrapalhando o movimento dentro da loja no corredor de passagem. Pedi para saírem duas vezes. Estavam o assassino e a vítima muito próximos. Parecia que era um início de briga e eu queria que eles saíssem. No final fui eu quem saí para fumar, ver ou alertar os policiais se vinham para cá. Falei com eles, estava cientes e de olho, mas começou a briga lá fora. Voltei para dentro e deu o tiro", disse Renata, que pediu para não ter o sobrenome divulgado.

Ela afirma que os Policiais Miliares estavam atentos e diz que não houve briga, apenas um bate-boca do lado de dentro. Renata ainda defende: "Os jogos têm sido ótimos. Uma vez ou outra acontecem problemas com camelôs e policiais.

Mudança de rotina

A pizzaria não abriu durante esta semana pelo episódio e por conta do feriado. "Desde sábado estamos meio "bolados". Ver uma pessoa morta, ficar tentando lembrar. Tudo meio sem sentido, continua assim", contou.

No domingo, dia do jogo de volta da final do Carioca, o Renatos terá apenas meia porta.

"Vamos dar uma moral na loja. Quero tirar aquele desenho que ficou batido das portas. Já era para ser trocado. Domingo vou abrir meia porta e trabalhar só com venda de long neck porque preciso do dinheiro. Não tem pizza, não tem som, apenas em luto."

O que diz a defesa

O UOL entrou em contato com o advogado de defesa de Thiago Leonel Fernandes da Motta, Eduardo Sequeira. Ele explicou que está junto aos familiares ainda recolhendo informações sobre o que teria acontecido no sábado.

Capítulos

O caso está em fase de colheita de depoimentos. Amigos de Thiago tentam reunir provas e convocar qualquer um que tenha visto o episódio a se apresentar.

Na audiência de custódia, houve a alegação que Marcelo de Lima agiu em legítima defesa. A tese foi descartada pelo juiz Bruno Rodrigues Pinto.

Ele teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia realizada no domingo (2). Na segunda-feira foi transferido para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói.