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Auxiliar exalta 'gênio' Diniz no Flu e vitória contra milionário Fla

Eduardo Barros, auxiliar técnico de Fernando Diniz no Fluminense - Marcelo Gonçalves/Fluminense
Eduardo Barros, auxiliar técnico de Fernando Diniz no Fluminense Imagem: Marcelo Gonçalves/Fluminense

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/04/2023 22h06

Após o título do Fluminense com a vitória por 4 a 1 sobre o Flamengo na final do Campeonato Carioca, Eduardo Barros, auxiliar de Fernando Diniz, falou sobre a importância do resultado e exaltou o treinador.

Jogo: "Do lado de lá existe um elenco com orçamento milenário, salvo o engano a maior folha do Brasil. Somente por esse fator, sabemos que tem muita qualidade em todas as posições. Permite ao treinador escolher em qualquer estratégia. Aqui tem um gênio no comando e que se preparou muito para a final. A dedicação é exclusiva ao próximo jogo sempre. A equipe, com o dedo dele e principalmente a entrega e dedicação, união, solidariedade, energia, espírito e desejo de todos, nos sagramos campeões."

Diniz: "É um privilégio trabalhar com o Diniz. Tenho segurança que seria o desejo de milhares de profissionais. Primeiro ciclo começa no final de 2015, mas a admiração é anterior. Vi um jogo da Série A2 do Paulista, era Red Bull e Atlético Sorocaba, o que vocês viram hoje, já vi naquela ocasião há 10 anos. Tive admiração pelo que vi e não só pelo futebol. Queria entender como um treinador conseguia fazer aquela equipe jogar, com menor orçamento. Um amigo em comum oportunizou uma visita e três anos depois surgiu a oportunidade. Ele me convidou para retomar a parceria nesse segunda passagem aqui, me chamou em maio, e estamos construindo uma bela história."

Título consolida? "Nunca foi necessário. O trabalho está consolidado. Se nos pautarmos somente a vitórias, vai parecer que todos os demais são derrotados. Se tivermos 20 grandes treinadores no Brasil, vão ter 4 rebaixados no final do ano. Não significa que só o campeão consolidou o trabalho. Ganha o futebol brasileiro, a classe, a imprensa, a torcida. Não se valida porque ganhamos a medalha."

Como explicar Diniz? "Posso resumir em uma palavra: liderança. Isso é uma abordagem voltada para o desenvolvimento como pessoa. No meu entendimento os jogadores percebem essa tentativa de conexão com verdade, olho no olho, insistência, crença, com uma dedicação quase exclusiva."

Imposição: "Tem um componente, no primeiro lance do jogo o Pedro pisa no Ganso. Poderíamos questionar que seria para expulsão, mas não é. O árbitro conduziu com propriedade. Um começo amarrado, mas deixou o jogo correr, deu atendimento, acréscimos justos. Assim como o Diniz pediu na quarta-feira, que fosse uma arbitragem do tamanho do jogo. E foi. Se o Samuel Xavier não tivesse sido injustamente expulso em um lance igual ao do Ganso, quem estaria aqui hoje seria o Diniz. Nos impusemos sobre o adversário em todos os elementos."

Veja outras respostas:

Participação de Marcelo em gols

"Os dois lances têm naturezas distintas. No Peru, o Marcelo estava na direita porque ele foi para uma cobrança de bola parada. Hoje não revi ainda os gols, mas acredito que tenha aparecido ali pela dinâmica que permite a liberdade de posicionamento dos jogadores."

Marcelo internamente

"No vestiário o Marcelo é um jogador de poucas palavras, mas dentro de campo todos notaram que é uma marca. Jogador gigante, que presta bons serviços para o futebol brasileiro e no Fluminense."

Força mental

"Isso é construído no dia a dia. A equipe jogou no sábado, fomos para a estreia da Libertadores com uma logística que não era a ideal, na madrugada de segunda para terça. O ideal seria que estivessem dormindo e não viajando. Isso alterou a programação de treinos, mas pudemos repetir a equipe que jogou praticamente. Essa decisão é importante. Na quarta-feira muitas equipes decidiram poupar os principais jogadores em um jogo de Libertadores. Respeitamos o planejamento, mas sabíamos que teríamos resiliência suficiente para fazer o suficiente na quarta-feira, com superioridade e estar inteiros em todos os níveis para fazer um grande jogo hoje."

Felipe Melo

"Existe uma distorção em relação à análise do Felipe Melo que ele injustamente é apontado como responsável em resultados negativos. Ele é multicampeão, não preciso falar disso. Mas se nos apegarmos a esse momento, ele fez grandes jogos no Carioca e especialmente contra o Sporting Cristal fez um ótimo primeiro tempo. Sai porque estava injustamente amarelado. O VAR não funcionou na Libertadores. Por mais que a gente tenha vencido, o VAR deixou de interferir duas vezes. O pênalti do Cano é escandaloso. Também não sei por que não expulsaram o Léo Pereira no primeiro jogo. O Felipe Melo foi empurrado pelo Yotun. Na televisão o replay só aparece cinco minutos depois mostrando a carga que ele recebeu. Se o VAR atua ali, falta. Talvez a impressão de todos seria distinta. Ele jogou bem, achou um passe de 60 metros no Arias. Marcou bem, tem presença, liderança. Entende os funcionamentos do esquema. Temos que ter frieza, por mais que tivesse uma atmosfera contrária.

Tem muito ruído externo, mas não conduzimos o dia a dia em cima disso. O Diniz lidera um trabalho voltado para dentro, para o que está vendo, a conduta, o momento, as convicções. O barulho chega de alguma forma, mas não muda o que precisamos fazer. Temos o próximo jogo para planejar, mas olhando para dentro."

Keno:

"O Keno foi mais simples. o Flamengo colocou muita bola longa no primeiro jogo. Fizemos um ajuste no posicionamento de alguns jogadores para que tivesse menos sucesso. Deu certo."

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