Bar que foi palco de assassinato vive dia de luto e memória no Fla x Flu
O primeiro jogo depois do assassinato de Thiago Motta na partida de ida da final do Campeonato Carioca foi de lembranças vivas. O Renatos funcionou diferente do habitual. O assunto ainda era o episódio do último dia 1º.
O que aconteceu
Nas rodinhas de conversas, era possível perceber que muita gente falava sobre o assunto, especulando o que poderia ter acontecido e gerado a confusão.
O clima, no geral, era leve, apesar do crime cometido na semana anterior.
Torcedores bebiam como de praxe antes dos jogos e se movimentavam apenas para tentar escapar de algumas pancadas de chuva.
Para os funcionários, o pior foi a véspera. Fazer a limpeza do bar, defumar o ambiente, ajeitar tudo.
Muitos torcedores que chegavam davam abraços em Renata, a esposa do dono da pizzaria.
O esquema de funcionamento mudou, como ela disse ao UOL, com somente a venda de cervejas. Quem quisesse usar o banheiro precisava comprar quatro de uma vez e ganhava um carimbo na mão.
Renata ficava na porta controlando o acesso e disse que a rotina vai mudar para sempre.
Ela relatou mais ansiedade e taquicardia antes do clássico deste domingo.
Os relatos
Fábio, que estava junto com a dona do bar no momento em que os disparos aconteceram, ficou arrepiado ao relembrar a noite. Ele preferiu não falar o sobrenome.
"É um bar que eu sempre frequento com a minha esposa, a maioria da galera que vem aqui se conhece. Eu vi uma discussão antes, mas para mim era uma coisa de jogo. Não entendi e não consegui identificar o teor. Falei com a dona, mostrei que estava tendo discussão. Nessa hora o rapaz sacou a arma e atirou a queima roupa, por mais que tenha tido discussão, sem motivo. Fiquei do lado dela incrédulo. Como uma pessoa tira a vida de outra do nada. Voltar aqui passa aquele filme, a imagem fica para sempre. Mas felizmente estamos aqui para seguir em frente."
"Foi na calçada na frente. Saiu, depois voltou e continuou a discussão. Ele atirou nos dois do nada e saiu andando como se nada tivesse acontecido. Se não tivessem os policiais na esquina ele entraria no carro dele, ia deitar o travesseiro e dormir."
Rafael Norton, 31 anos, securitário, falou sobre a sensação de estar no local.
"É um ambiente muito familiar, a gente vê crianças, pessoas de mais idade, mulheres, pessoas de torcidas organizadas. Tem policiais aqui perto. A gente costuma fazer um samba aqui do lado. É um ambiente totalmente familiar. Foi uma fatalidade. Muitas pessoas se engajaram em tentar salvar o Bruno. Foi uma surpresa. A gente passou aqui na volta, em uma van, minutos antes do ocorrido."
"Aqui a gente sempre se sente tranquilo, estamos dentro da nossa torcida. Você não acredita que vá acontecer algo assim. É a principal rua de acesso ao setor sul, que é da torcida. Foi uma fatalidade e esperamos que nunca mais aconteça."
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