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Diretora do Flamengo é indiciada após post sobre nordestinos na eleição

Angela Machado é diretora social do Flamengo - Reprodução
Angela Machado é diretora social do Flamengo Imagem: Reprodução
Luiza Sá e Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/04/2023 14h53Atualizada em 10/04/2023 19h46

Ângela Machado, que é diretora de Responsabilidade Social do Flamengo e esposa do presidente Rodolfo Landim, foi indiciada pelo crime de racismo após ataque a nordestinos no ano passado.

O que aconteceu

Ângela fez uma publicação nas redes sociais em que fez insinuações pejorativas aos nordestinos.

A postagem aconteceu após a eleição presidencial, que teve vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro no ano passado.

"Ganhamos onde produz, perdemos onde se passa férias. Bora trabalhar porque se o gado morre, o carrapato passa fome", escreveu ela.

Segundo a Polícia Civil do Rio, "de acordo com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), o inquérito foi concluído e relatado ao Ministério Público com o indiciamento da autora pelo crime de racismo". A informação foi dada incialmente pelo g1 e confirmada pelo UOL.

À época, a publicação gerou reações de parte da torcida e grupos de sócios, que fizeram questionamentos à cúpula e pediram o afastamento da funcionária.

Ângela se manifestou dias depois e se desculpou. "Não escrevi nenhuma dessas postagens que circularam. Mas, no calor da situação, compartilhei algumas mensagens e postagens e, entre elas, havia uma que citava de forma preconceituosa os meus conterrâneos nordestinos".

Dias após a postagem, Rodolfo Landim defendeu Ângela dizendo que ela tinha "direito de se posicionar".

O caso

Em novembro do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) passou a considerar como crime de racismo os atos que discriminam brasileiros que vivem no Nordeste.

Previsto na Lei Nº 9.459/97, enquadra aqueles que possam vir a praticar, induzir, incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Quem comete xenofobia é passível a reclusão de um a três anos e multa.

O texto foi postado no dia seguinte ao resultado das eleições.

O mesmo texto circulou em alguns grupos bolsonaristas logo após a vitória de Lula.

Em outras postagens, Ângela sempre mostrou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e fez campanha aberta pela reeleição.

Um dia depois, ela fechou a conta no Instagram.

Lula obteve 69,34% dos votos no Nordeste, enquanto Jair Bolsonaro ganhou nas outras regiões do país.