O que os árbitros esperam do Brasileirão sem Central do Apito
A Globo decidiu acabar com a Central do Apito. Mas o que isso impacta nos árbitros que trabalharão no Brasileirão 2023? É isso que o UOL foi perguntar aos próprios membros do quadro nacional da arbitragem.
Um grupo de aproximadamente 80 árbitros participou da primeira leva da pré-temporada pensando no Brasileirão e também nas fases mais agudas da Copa do Brasil.
O que eles disseram?
"Isso entra na questão do extracampo. São ex-árbitros que passaram por aqui. A gente entende que em uma questão ou outra há um exagero ou alguma coisa pessoal. Então, a gente fica meio chateado. Mas aquele árbitro que consegue entender que a decisão que tomou no campo ele não muda mais e, a partir da decisão, se houve equívoco, ele só vai melhorar com treinamentos, outros jogos, ele vai interpretar melhor. Pena que os ex-árbitros não estão comentando, mas eles vão continuar avaliando as jogadas. O lado positivo é que os profissionais exemplificam o lance para o público, nesse sentido eles ajudavam a arbitragem. Tem os dois lados da moeda. Eu sempre me dei bem com eles".
Heber Roberto Lopes, VAR
Mas qual opinião importa?
Sinceramente, para a gente não muda muita coisa. A principal análise que a gente tem que ter é da nossa comissão. Claro que, com árbitros trabalhando na TV, facilita para o público o entendimento de alguma jogada, de algum procedimento que é específico da função. Mas a avaliação que a gente realmente considera é da comissão de arbitragem. Para o público, é bom ter ex-árbitros, mas para a gente, que é atuante, não muda muita coisa.
Flávio Rodrigues de Souza, Fifa-SP
"Tem um pouco a ver com o que falei. Eu me alimento do feedback da minha entidade. Essa é a primeira busca que a gente tem quando se percebe que algo pode ter dado errado dentro de campo. Eu não procuro ver o que a TV está falando no campo. Faço também uma auto análise e busco respaldo na comissão de arbitragem".
Flávio Rodrigues de Souza, Fifa-SP
Para mim, o termômetro é a comissão de arbitragem. São eles que nos avaliam, nos escalam. As críticas e elogios externos ficam em segundo plano. Central do Apito para mim é indiferente. Estou alheio. Não faz parte do que eu tenho que melhorar. É opinião particular de ex-árbitros que foram de alto nível. Cada um no seu lugar.
Bruno Arleu, Fifa-RJ
A visão de quem dá a instrução
É uma referência técnica de arbitragem vinda de outros meios é importante, mas não é a nossa referência do mundo arbitral. Nossos árbitros passam por renovação de conceitos e são expostos a conceitos atuais todos os anos. Pode até ser importante para o público, mas, de fato, para nós, o que interessa são as orientações dadas pelos corpos disciplinares dadas no Brasil pela Conmebol e pela Fifa.
A gente não dá repercussão interna à opinião que vem das mídias. A gente sabe que tem um norte em relação à orientação. Quando ela é bem passada, os árbitros tendem a seguir. Quando não seguem, temos processos internos de correção e melhoria das decisões. A opinião que vem de fora não nos afeta internamente.
Péricles Bassols, gerente do VAR
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