Topo

Palmeiras

Como foi a noite de Libertadores dos palmeirenses no Morumbi após 23 anos

Lanchonete com grafite do São Paulo recebe palmeirenses em noite de jogo no Morumbi - Eder Traskini/UOL
Lanchonete com grafite do São Paulo recebe palmeirenses em noite de jogo no Morumbi Imagem: Eder Traskini/UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

21/04/2023 04h00

"Olha o espetinho, Palmeiras", gritou um ambulante em frente ao Morumbi na fria noite de ontem (20). Restavam ainda algumas horas para o Palmeiras fazer a bola rolar na casa do São Paulo. Uma noite diferente...

A última vez em que o Verdão tinha mandado um jogo de Libertadores em 'território rival' havia sido há 23 anos: em 2000, quando acabou perdendo o título do torneio para o Boca Juniors (ARG) nos pênaltis.

O movimento verde em ruas e muros tricolores causavam estranheza. Perto de pinturas exaltando feitos do São Paulo, camisas e bonés alviverdes eram pendurados por um ambulante.

"Já é a segunda vez neste ano, mas sempre dá um medo, né? Sempre tem um que quer fazer uma graça, mas até que dá última vez foi tranquilo. Pessoal que vem é mais família", disse um atendente de um bar tricolor das imediações. "E vende o mesmo tanto, viu?", explicou.

Orientadores gritavam em um alto-falante instruções da calçada do estádio. 'Portão 4, 5 e 6 à esquerda'. Ao som, alguns palmeirenses mais perdidos giravam no eixo para irem na direção contrária.

"Ai que saudade do meu Allianz", disse uma palmeirense a caminho do seu portão. "Tá doida, muito longe", respondeu a outra.

Dentro do estádio, a festa foi quase tão bonita quanto no "seu Allianz". As arquibancadas perderam o vermelho característico do estádio e o verde tomou conta ali também, como já fizera nos entornos antes.

O susto do primeiro tempo deixou o torcedor um tanto incomodado, deslocado e tímido fora de sua casa. Ainda assim, não se furtou de gritar em incentivo ao time.

Mas foi na segunda etapa que tudo virou a costumeira festa alviverde. O Morumbi tremeu quando o Verdão virou a partida e o gol de Navarro foi suficiente para deixar o palmeirense à vontade até mesmo para fazer seu show de luzes das lanternas dos celulares das arquibancadas.

O apito final fechou uma noite de Libertadores feliz para o torcedor palmeirense, mas até o próprio Abel Ferreira não vê a hora de voltar para o "seu Allianz", o "chiqueiro" do Verdão.

"Tapete top, campo espetacular. Gosto de jogar aqui, mas não é nossa casa. É mais vantajoso jogar aqui para o Cerro do que pra nós. Onde eu queria jogar era lá no chiqueiro. Aqui é tudo aberto e o barulho sai, não sente a vibração da torcida. Mas todos juntos somos fortes."

Palmeiras