Como foram os seis dias de Cuca como técnico do Corinthians
Cuca anunciou após a classificação contra o Remo na Copa do Brasil que não é mais o técnico do Corinthians. A trajetória do treinador durou menos de uma semana no clube.
Como foram os seis dias de Cuca no Corinthians
Dia 1: O anúncio e as críticas
Na quinta-feira passada (20), o Corinthians anunciou a contratação do técnico Cuca para assumir o posto de Fernando Lázaro.
No mesmo dia, diversos corintianos se irritaram e se posicionaram contra a contratação do técnico, que treinaria o Timão até o final do ano.
Torcedores relembraram, no post oficial do clube, o episódio no qual o, agora treinador, foi condenado por participação em um caso estupro a uma jovem de 13 anos em 1987, ainda quando era jogador.
Dia 2: Protestos e apresentação
Os muros do Parque São Jorge amanheceram pichados com as frases: 'Fora, Cuca'; 'diretoria incompetente' no dia 21, data da apresentação do treinador.
Cerca de 100 pessoas protestaram no Centro de Treinamentos Joaquim Grava antes da primeira coletiva de Cuca.
Cuca negou participação no estupro: 'Por que devo desculpas à sociedade?'
Durante a coletiva, ele afirmou que a vítima não o havia reconhecido ao prestar declaração durante a investigação na Suíça.
Dia 3: Preparação para enfrentar o Goiás
Cuca comandou o treino no sábado de olho no jogo contra o Goiás no domingo (23), mas teve problemas para escalar a equipe.
O treinador não contou com "medalhões". O lateral Fagner e o meio-campista Renato Augusto estavam machucados e não foram relacionados para o jogo.
Dia 4: Estreia com derrota
O Corinthians até saiu na frente, mas perdeu de 3 a 1 para o Goiás no estádio da Serrinha, pelo Campeonato Brasileiro.
Roger Guedes saiu em defesa do treinador após os protestos da torcida.
"Sobre os protestos, a gente não quer falar nada sobre isso. Ele já deu a explicação dele, já falou a parte dele que é inocente, então, estamos fechados com ele, é o técnico do Corinthians, nosso treinador e vamos lutar com ele até o final", afirmou Guedes após a derrota.
Na noite de domingo (23), jogadoras do Corinthians compartilharam nas redes sociais uma mensagem falando sobre o "compromisso compartilhado" do lema "Respeita as mina".
Dia 5: Repercussão de protesto do time feminino
Adilson Monteiro Alves, pai de Duilio e um dos idealizadores da Democracia Corinthiana, afirmou na segunda-feira que as brabas tinham o direito de se manifestar, como prega a filosofia do clube.
Democracia Corinthiana, há mais de 40 anos pressupõe direitos, inclusive liberdade de opinião e expressão. Pressupõe também deveres, divisão de funções, atribuições, como tenho repetido desde o dia em que assumi nosso futebol, no final de 1981, e não havia democracia: jogador joga, técnico comanda, diretor dirige, torcedor torce; cada um responde por seus atos e todos têm o direito e o dever de se expressar, contra tudo e contra todos, até contra a ditadura, que vigia na época; e todos, em conjunto, amam,trabalham e lutam pelo Timão" Adilson no Instagram
Dia 6: 'Vítima reconheceu Cuca como estuprador', diz advogado suíço
O advogado Willi Egloff, que representou a vítima de estupro na Suíça, em 1987, afirmou ao UOL que a menina reconheceu Cuca como um dos agressores e que o sêmen dele foi usado como prova.
Egloff disse que Cuca foi reconhecido como "estuprador" pela menina de 13 anos. Em entrevista ao UOL, o advogado afirmou:
A declaração de Alexi Stival [o Cuca] é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor." Willi Egloff ao UOL
Cuca emitiu uma nota após a entrevista dizendo que só iria se pronunciar publicamente sobre o caso por meio de seus advogados. O técnico contratou um escritório com representantes na Suíça para se defender.
Dia 7: Classificação e saída do clube
O Corinthians se classificou após vencer o Remos nos pênaltis, na terceira fase da Copa do Brasil.
Os jogadores foram até o banco de reservas e abraçaram Cuca para comemorar.
Após a partida, Cuca anunciou que estava deixando o clube.
Antes desse sonho se realizar tiveram quatro dias muito ruins para mim, de pesadelo. Foi quase um massacre o que acabou acontecendo. Estava muito concentrado nessa decisão, não queria tirar o foco. [...] Saio nesse momento porque não era como eu queria. Você espera a vida inteira por isso e sai dessa maneira, como um pedido. [...] Quem julga, também pode ser julgado. Mais importante é eu agradecer o presidente [Duílio], que é uma pessoa maravilhosa. Já tinha tomado essa decisão ontem. [...] Se Deus quiser, eu volto um dia para poder fazer um trabalho do começo ao fim", Cuca em entrevista coletiva
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.