Cuca, após se demitir do Corinthians: 'Se Deus quiser, volto um dia'
O técnico Cuca, que anunciou a saída do Corinthians nesta madrugada, disse que pretende voltar ao clube — ele deixou a equipe após protestos por um estupro ocorrido na Suíça nos anos 80.
Saio nesse momento porque não era como eu queria. Você espera a vida inteira por isso e sai dessa maneira, como um pedido. Contratei o doutor Daniel e a doutora Bia, que vão fazer todo o trabalho que nunca pude fazer, nunca contratei ninguém. Quem julga, também pode ser julgado. [...] É agradecer aos jogadores nesses sete dias que estou aqui, os caras me abraçaram. Foi muito bacana. Se Deus quiser, eu volto um dia para poder fazer um trabalho do começo ao fim" Cuca em entrevista coletiva
Passagem rápida e polêmica
Cuca sai da equipe após um trabalho de dois jogos. No domingo (23), a equipe perdeu para o Goiás em jogo da 2ª rodada do Campeonato Brasileiro, e hoje conseguiu eliminar os paraenses da Copa do Brasil nos pênaltis.
A condenação por estupro pesou. Apesar da derrota recente, o motivo da saída não foi restrito ao futebol apresentado pelo time em Goiânia: o técnico está envolvido em um crime ocorrido na Suíça em 1987 — na época, ele jogava pelo Grêmio e acabou condenado.
Os protestos começaram assim que Cuca foi anunciado. No mesmo dia da apresentação do treinador, uma manifestação tomou conta da porta do CT Joaquim Grava. Os torcedores se mostraram contra a iniciativa da diretoria alvinegra, comandada pelo presidente Duílio Monteiro Alves.
O futebol feminino do Corinthians também se manifestou. Em nota conjunta, as jogadoras do elenco e o técnico Arthur Elias afirmaram que o movimento "'Respeita As Minas' não é uma frase qualquer" — o nome de Cuca, no entanto, não foi citado. Ex-diretor do clube na época da "Democracia Corinthiana", Adilson Monteiro Alves, pai de Duílio, endossou o protesto.
Crime na Suíça ganhou reviravolta. Entrevistado pelo UOL, o advogado Willi Egloff, que representou a vítima de estupro na Suíça, afirmou que a menina reconheceu Cuca como um dos agressores — na entrevista de apresentação no Corinthians, o treinador disse que ele não foi reconhecido pela vítima. Egloff também confirmou a informação do jornal "Der Bund", de Berna, que informou na época que o sêmen do brasileiro foi encontrado na garota.
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