Cuca chega solitário em Itaquera e termina abraçado por time do Corinthians
O primeiro jogo de um treinador na própria casa costuma trazer novo ânimo ao ambiente. Não foi o caso da estreia de Cuca na Neo Química Arena.
O jogo era difícil. O Corinthians precisava de uma vitória larga sobre o Remo para superar a derrota por 2 a 0 em Belém do Pará. Tudo isso com a sombra de 1987, quando o técnico Cuca foi acusado de participação no caso de estupro contra uma menor de 13 anos, na Suíça.
Antes do apito inicial, a torcida do Corinthians demonstrou um sentimento misto com vaias e aplausos tímidos: não concorda com a situação do técnico, mas não podia torcer contra hoje. Por isso, nenhum protesto foi realizado pelas torcedoras que iniciaram o movimento contra Cuca.
Assim que o treinador entrou em campo, o foco da imprensa foi a ele. Com Nossa Senhora estampada na camiseta, Cuca acenou a uma torcedora e sentou no banco de reservas com inúmeras lentes o encarando.
O jogo começou e o Corinthians abriu o placar rapidamente. Os jogadores comemoraram entre si enquanto Cuca celebrou de forma solitária.
O jogo seguiu e, com os braços para trás, Cuca ficou andando de um lado para outro na área técnica e às vezes gesticulava com os jogadores. Parecia comedido, e não agitado como poderia estar em um jogo decisivo.
O hábito de agachar pelas pontas também não aconteceu. Por muitas vezes, Cuca sentou no banco até partir para o vestiário no intervalo.
A partida recomeçou e Cuca finalmente agachou na ponta esquerda da área técnica. Foi por pouco tempo. Logo o treinador se levantou, gesticulou um pouco e sentou no banco quando Roger Guedes desperdiçou uma boa chance. O que se passava na cabeça dele?
O tempo estava voando e o gol não saia. Cuca, então, começou a demonstrar aflição. Róger Guedes corria para dar alguns toques ao treinador, que decidiu mexer no time.
Cuca passou a bater palma e articular com as mãos. Ficou incomodado com erros de passe no ataque.
Quando tudo parecia perdido, Róger Guedes cabeceou para o gol e levou a decisão aos pênaltis. Cuca, mais uma vez, comemorou solitário enquanto os atletas do banco se reuniram para celebrar.
Fim de jogo. Jogadores foram para um lado e o treinador para outro. Alguns atletas foram o cumprimentar individualmente.
Cuca ficou pouco "avulso" na hora de montar a estratégia das penalidades, mas, durante as cobranças, ficou abraçado com os atletas na área técnica.
Deu certo. Cassio defendeu o primeiro pênalti e os corintianos converteram todas as cobranças.
A noite não foi de Cuca. A noite foi do Corinthians, que superou os respingos da história grave do treinador. Os jogadores, os protagonistas do jogo, decidiram demonstrar apoio ao técnico.
A comemoração aliviada de Cuca começou solitária e foi soterrada pela roda de abraços feita pelo elenco corintiano.
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