'Rei do Rio': Pedro e Cano enfileiram gols e reeditam disputa dos Anos 90
Pedro, do Flamengo, e Germán Cano, do Fluminense, travam uma disputa particular para ver quem será o artilheiro da temporada. A briga tem elementos que remetem à briga pelo posto simbólico "Rei do Rio", que esquentou a rivalidade entre ídolos de clubes cariocas nos Anos 90.
O que aconteceu
O rubro-negro chegou a 21 na goleada sobre o Maringá, e ultrapassou o tricolor, que tem 20.
Os rivais de Vasco e Botafogo correm por fora. Pedro Raul chegou a São Januário como vice-artilheiro do Brasileiro e tenta retomar boa fase, enquanto Tiquinho vem sendo importante no Botafogo.
O "Rei do Rio" foi um 'título' explorado pela imprensa e que ganhou notoriedade quando os times cariocas tinham nomes como Romário, Renato Gaúcho, Túlio Maravilha e Valdir Bigode. Campeão carioca em 95, Renato, do Flu, chegou a se vestir de rei para uma matéria.
O que foi o "Rei do Rio"?
"Rei do Rio" foi uma disputa entre grandes nomes dos clubes cariocas durante a década de 90, principalmente no Carioca de 1995. A expressão foi bastante explorada pela imprensa e usada também em declarações dos próprios jogadores, em tom de brincadeira e provocação.
À época, o Estadual teve Túlio Maravilha no Botafogo, Romário no Flamengo, Renato Gaúcho no Fluminense e Valdir Bigode no Vasco, mas a briga ficou mais marcada pelos três primeiros, que viviam fases distintas.
"Foi um período emblemático. Uma junção de fatores fez com que aquele Carioca de 95 fosse um momento intenso dessa rivalidade. Começa com, talvez, a contratação mais importante do futebol brasileiro, que é o Romário, que chega ao Flamengo no auge da carreira. O Túlio tinha chegado em 1994 ao Botafogo, da Suíça, e se adaptou bem. O Fluminense se mexeu e contratou o Renato, que estava decidido a se aposentar. O Vasco tinha o Valdir, que tinha um perfil mais reservado e ficou mais distante", lembra André Baibich, autor do livro "Reis do Rio".
"Acho que os times de hoje, no geral, são superiores, mais interessantes. Nos anos 90 houve um período com estádios vazios, com algumas exceções, embora tivesse um grande jogador em cada clube. Hoje acho que temos mais pessoas assistindo futebol, se interessando, e os torneios também são mais interessantes", completou o jornalista Roberto Assaf.
Como surgiu?
Apesar de a expressão ter caído na rotina popular, a origem é uma incógnita. André aponta que, no decorrer das pesquisas, achou a utilização dela já no fim de 1994 e lembrou a chegada de Romário.
"Ninguém conseguiu me dizer quem inventou ou usou primeiro, mas os próprios jogadores já falavam. O Kléber Leite, na apresentação do Romário, no início de janeiro, fala que estava faltando um Rei no Rio. Depois o Renato fala também", aponta Baibich
Kléber, que era o presidente do Flamengo na ocasião da contratação de Romário, apontou, porém, não ter sido o autor da expressão:
"Gostaria de ter sido o pai da criança, mas a criação não foi minha. Não sei quem lançou pela primeira vez, mas ganhou força na batalha entre Romário e Renato Gaúcho. Inclusive, criamos na Gávea um campo de futevôlei, com areia e tudo. Em disputa, o título de Rei do Rio. A dupla que Romário jogava foi a vencedora".
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