Santos ignora laudo e barra torcedor com deficiência motora na Vila
O Santos barrou um torcedor com deficiência motora no jogo contra o Botafogo-SP na última quarta-feira, na Vila Belmiro, pela Copa do Brasil.
O que aconteceu
O Santos reverteu a pena de portões fechados do STJD com público exclusivo de mulheres, crianças e pessoas com deficiências (PcD).
O Peixe, em comunicados oficiais, não escreveu qualquer coisa além de "pessoas PCD (sic)". Não houve distinção a qualquer deficiência.
Hector Magno da Silva, de 28 anos, apresentou laudo de osteomielite e diminuição articular no joelho, mas não foi liberado. Ele fez várias cirurgias, tem placa e pinos, apresenta dificuldade de locomoção e está afastado pelo INSS.
O torcedor ligou para o Santos duas vezes na manhã de quarta-feira e em ambos os casos ouviu que o clube não especificou quais deficiências seriam admitidas e que ele "poderia ir tranquilo". Ele já foi à Vila Belmiro em outras oportunidades e apresentou o mesmo laudo.
Por que o laudo não foi aceito?
Hector, em um primeiro momento, ouviu que seria posicionado no setor de cadeirantes. Passados alguns minutos, foi avisado que não poderia entrar por não ser cadeirante.
O santista argumentou que nem todos os deficientes usam cadeiras de rodas e que teria o direito de ver o jogo. Ele insistiu, mas seguiu barrado.
Hector pediu para o funcionário que o barrou dizer seu nome, porém, o profissional se recusou. Hector, então, foi tentar tirar uma foto quando teve o celular tomado e a segurança foi acionada. O torcedor viu a vitória do Santos de um bar nas imediações do estádio.
Pessoas com outras deficiências e sem cadeiras entraram na mesma fila onde Hector estava. O santista afirma que um funcionário falou: "Chefia grande autorizou. E você não tem chefia para autorizar".
O Santos foi procurado via departamento de comunicação na noite de quarta-feira, por e-mail e mensagens, e não se posicionou até a publicação desta reportagem.
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