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Como Grupo City posiciona o Bahia e planeja investir R$ 1 bilhão

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

04/05/2023 12h54Atualizada em 05/05/2023 09h31

A assinatura do contrato para a entrada do Bahia no Grupo City é tratada como um marco zero para a transformação do clube e, ao mesmo tempo, a formalização da aterrissagem no Brasil de um dos principais conglomerados de clubes do mundo.

O compromisso é de um investimento de R$ 1 bilhão nos próximos 15 anos. Metade desse valor será investido de jogadores e o ritmo da injeção dependerá do desenvolvimento do time nas próximas temporadas.

Ferran Soriano, CEO do City Football Group, deu hoje (4) alguns detalhes da estratégia de crescimento para o Bahia e explicou o posicionamento do tricolor dentro da estrutura que agora conta com 13 clubes.

"O Bahia é excepcional, pelo tamanho, pelo tamanho da torcida. Vai ser o segundo maior clube do grupo. (...) Nosso esforço é para o Bahia crescer, esportivamente, economicamente e socialmente", avisou Ferran.

A visão do grupo

O foco no primeiro momento está na exploração da identidade do Bahia e do estado, usando a representatividade do clube no "tecido social" baiano. Diante disso, eles enxergam um potencial de trabalho intenso de massificação da marca frente a pelo menos 15 milhões de pessoas na Bahia.

A entrada no grupo dá ao Bahia um novo CEO, Raul Aguirre, que trabalhará ao lado do executivo de futebol já atuante no clube, Carlos Santoro.

A ideia é "colocar o Bahia na tomada" que dá acesso à energia do Grupo City, com objetivo de aumentar as receitas do clube de forma sustentável. Soriano calcula seis meses para que o Bahia se adapte por completo ao ritmo operacional e administrativo do City.

Queremos um ritmo de crescimento rápido. Evidentemente a receita é menor do que você mencionou [Flamengo, que fechou 2022 com R$ 1,17 bilhão]. Nosso objetivo é crescer esportivamente e economicamente. O time liderado pelo Raul vai estar focado no crescimento comercial para crescer a nossa receita. Se não crescermos a receita, não crescermos a receita, não podemos investir em jogadores, faz parte do ciclo virtuoso que estamos começando hoje.

Ferran Soriano, CEO do Grupo City

No escopo da proposta de R$ 1 bilhão de investimentos, R$ 300 milhões vão para o pagamento das dívidas e R$ 200 milhões serão destinados à estrutura do clube e base.

Visão do CEO do Grupo City sobre o lado esportivo

Retorno esportivo: "Paciência, o trabalho é de longo prazo. É uma realidade que já aconteceu. Se vocês olharem para o Manchester City, é um grande clube, ganhou quatro dos últimos cinco títulos da Premier League. Mas isso foi feito em dez anos. São 14 anos de trabalho para chegar aqui. Então, é o ano zero. Paciência, confiança, não vamos tomar decisões baseadas em dois ou três resultados. Não vai ser uma decisão emocional".

Ideia de jogo: "A ideia do nosso futebol é o primeiro, futebol de ataque, futebol bonito. Sei também que implementar essa filosofia não é fácil. Guardiola faz de um jeito que é diferente em Nova York e que vai ser diferente na Bahia. Mas a ideia de base vai ser o futebol espetáculo, futebol que quer ter a bola e a iniciativa no jogo".

Oportunidade para SAF no Brasil

A chegada do Grupo City inicia um segundo momento de chegada de investidores no futebol brasileiro. Algo que começou com as SAFs de Botafogo, Cruzeiro e Vasco no ano passado. O City viu a janela de oportunidade e entrou no projeto, aproveitando a recente alteração na legislação brasileira.

"O City Football Group quer ser o maior do mundo. Tínhamos que estar no Brasil, o país do futebol, com tanto talento de futebol. E com as oportunidades que estão crescendo. É o momento certo de investir no futebol no Brasil, até porque a lei mudou", explicou Soriano.

"Ficamos convencidos, depois de trabalhar por muito tempo, que o Bahia era a melhor opção. Primeiro, pelo tamanho atual e, segundo, pelo potencial. Ficamos impressionados com a diretoria, com o que vimos fazer nas piores circunstâncias, a pandemia e o rebaixamento".

Participação na Liga

O Bahia entrou na Libra, bloco para formação da liga que conta com Flamengo, Vasco, Botafogo, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Cruzeiro e Grêmio, por exemplo. O timing de vinda do Grupo City coincide com o vislumbre de um salto do mercado brasileiro, caso o projeto avance.

"A oportunidade de crescimento do Bahia acompanha o crescimento da liga do Campeonato Brasileiro, que não se desenvolveu da maneira que poderia acontecer. Mas estamos em um momento que pode acontecer. Na Inglaterra, há 20 anos, a Premier League não era o que é agora", disse Ferran Soriano.

Queremos participar, como todo mundo, com a diferença de que vamos tentar trazer a nossa experiência. A gente trabalha em 12 ligas no mundo. Agora, 13. Temos experiência em quais coisas funcionam ou não. Vamos trazer para a discussão, com humildade e do ponto de vista de ser mais um clube participando das discussões".

Ferran Soriano, CEO do Grupo City

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