Luan sobre Abel Ferreira: 'Convivo com um gênio todos os dias'
Em entrevista no De Primeira, o zagueiro Luan, do Palmeiras, contou que já estuda para ser técnico de futebol e se inspira no "gênio" Abel Ferreira.
Tenho um gênio com quem convivo todos os dias, que é o Abel".
Luan
'Sabemos o que fazer em todas as áreas': "Em termos de entrar em campo sabendo o que você tem que fazer em todas as áreas do campo, ele é o melhor. Explica e consegue deixar claro na nossa cabeça o que devemos fazer dentro de campo".
Abel 'quebrou algo' em mim, mas me fez melhor: "O Abel me ajudou a quebrar algo dentro de mim. Eu era um zagueiro que achava que só jogava na direita e hoje consigo jogar dos dois lados, ele tem grande participação nisso. Nós como seres humanos criamos coisas na cabeça que não conseguimos, e hoje graças a ele consigo jogar nos dois lados de forma super confortável".
Abel na seleção: "A gente não fala muito sobre Abel sair ou não para seleção ou algum clube da Europa. Isso acontece com os melhores, vão ser procurados sempre, mas ele está no maior time do Brasil".
Melhor após as falhas: "Isso me tornou um cara muito forte, sou um cara cabeça boa, me fez dar a volta por cima e voltar a colocar os pés no chão. Só consigo controlar minhas ações, minhas atitudes, fazer o meu melhor para ajudar o Palmeiras, foi o que fiz desde que entrei no clube".
O defensor de 29 anos falou sobre o legado de Abel no Palmeiras, revelou o trauma após a falha na final do Mundial de Clubes e sobre o próximo confronto da Copa do Brasil, contra o Fortaleza. Confira a íntegra:
Carreira de técnico
"Tenho estudado bastante, sou apaixonado por futebol, amo o que eu faço. Nos preparar não custa nada, não sei como vai ser o futuro, mas já tenho a licença B da CBF, que você pode ser treinador das categorias de base, e pretendo mais para frente concluir a licença A e Pro. Quero me preparar, é o sonho que tenho e espero poder realizar depois da carreira de jogador."
'Abel Ferreira é gênio'
"Trabalhei com grandes nomes do futebol brasileiro, mas tenho um gênio com quem eu convivo todos os dias, que é o Abel. Aprendo muito, ele é uma inspiração, ter trabalhado e estar trabalhando com ele me motivou e me motiva a cada dia para seguir esse sonho no futuro".
Melhor treinador?
"É difícil falar de melhor treinador, cada um tem suas características. Trabalhei com grandes treinadores, mas em termos de entrar em campo sabendo o que você tem que fazer em todas as áreas do campo, ele é o melhor. Explica e consegue deixar claro na nossa cabeça o que devemos fazer dentro de campo, então considero ele um dos, senão o melhor, treinador com quem já trabalhei."
O dom de Abel
"Ele preza pelo bom ambiente, entende que a qualquer momento da temporada todos serão necessários, então ele valoriza todos os jogadores. Se você entrevistar outro jogador que não está tendo sequência como eu, vai dizer a mesma coisa, ele é muito intenso, amigo e apaixonado pelo que faz. Vocês percebem isso pela forma como ele vive o futebol, ele tem esse dom — nos deixar motivados sempre e estar sempre cobrando e exigindo nosso melhor."
O legado de Abel
"Lembro da conversa que tivemos com ele no primeiro dia no clube, e ele falou assim: 'Não sei se vamos ganhar, mas a minha missão é fazer de vocês melhores atletas e pessoas'. E acredito que ele tem conseguido: todos nós evoluímos muito com a chegada dele, tanto no pessoal como no profissional. Esse é o grande legado do Abel no Palmeiras."
Como Abel o transformou
"O Abel me ajudou a quebrar algo dentro de mim. Eu era um zagueiro que achava que só jogava na direita e hoje consigo jogar dos dois lados, ele tem grande participação nisso. Nós como seres humanos criamos coisas na cabeça que não conseguimos, e hoje graças a ele consigo jogar nos dois lados de forma super confortável. Ser polivalente no grupo do Palmeiras, que é enxuto, é super bem-visto, é necessário. Acompanho bastante o City e vejo o Stones, que tem jogado em mais de uma função. Ele sabe da minha disposição, estou disposto a fazer tudo com essa camisa, amo estar aqui, já tive momentos bons, outros nem tanto. Todas as pessoas têm seus dias ruins, até os maiores do esporte, mas tenho minha consciência em paz de que faço meu melhor."
Abel na seleção?
"A gente não fala muito sobre Abel sair ou não para seleção ou algum clube da Europa. Isso acontece com os melhores, vão ser procurados sempre, mas ele está no maior time do Brasil, tem ganhado títulos, tem o ambiente ao seu favor, o elenco o respeita muito, então acredito que ele vai ficar bastante tempo ainda. Torço muito para isso e espero que ele consiga ser cada vez mais feliz aqui no Palmeiras."
Jogar de volante?
"Já joguei de volante. Dentro de mim, como sou um cara que gosta de entender o jogo, estou disposto a aprender, acredito que consigo desempenhar. O problema são as pessoas que veem e não entendem os processos de uma equipe, precisam estar de peito aberto também, como os atletas estão, para a gente evoluir. Futebol é uma constante evolução e, como atleta, quero evoluir sempre. Eu estando do outro lado, gostaria que os atletas evoluíssem e se desafiassem, mas sempre respeitando os processos do clube, porque tem jogadores para as outras posições. Nós julgamos muito o produto final e esquecemos de julgar os processos, entendo que é difícil porque quase ninguém faz parte do dia a dia do clube. Mas, como um cara que gosta de futebol, sou totalmente aberto. E o mais importante é que o Palmeiras seja cada vez mais vencedor e cada vez maior."
Sofrimento no Mundial de Clubes
"A partir do momento que entrei nesse clube, me tornei um deles, sem demagogia. É muito difícil, o sonho deles é muito o nosso sonho, porque é possível ainda. Estava muito próximo de uma disputa de pênaltis em que tudo poderia acontecer, mas sou um cara muito forte mentalmente, foi muito difícil. Meus pais, minha esposa, meus irmãos estavam ali, eu tinha vindo de um jogo fantástico na semifinal, vinha fazendo um grande jogo, marcando o Lukaku, um dos maiores centroavante do momento, e aconteceu. Mas tenho certeza que nenhum palmeirense sofreu como eu sofri, demorou para cicatrizar, mas vamos lutar com muita força para voltar ao Mundial de Clubes."
'Volta por cima'
"É difícil passar por um momento como esse, isso me tornou um cara muito forte, sou um cara cabeça boa, me fez dar a volta por cima e voltar a colocar os pés no chão. Só consigo controlar minhas ações, minhas atitudes, fazer o meu melhor para ajudar o Palmeiras, foi o que fiz desde que entrei no clube. Logo depois tive uma lesão e fiquei quatro meses parados, vi pessoas dizendo que saí para me cuidar, isso é uma bobagem. Existem coisas que a gente não controla, só controlo minhas ações, vou fazer o meu melhor, sou um dos maiores vencedores do clube, com mais de 200 jogos com essa camisa."
Morte de médico
"Perdemos um amigo e um grande profissional. Quando vim para o Palmeiras, o Gustavo Magliocca foi me buscar em São Januário, no Vasco. É um cara exemplar, ele foi um dos pioneiros em criar o Núcleo de Saúde e Performance. O Palmeiras é um clube muito humano, de pessoas incríveis, que bom que conseguimos homenageá-lo, para a família ver a importância dele para nós. É uma pena, mas ele deixou um legado e que a família siga esse legado desse grande homem que se foi."
Maratona de jogos em maio
"Quando você veste este escudo, a necessidade de vencer é muito grande. Nove jogos é o momento de mostrar a força do grupo. Acredito que o Abel vai rodar bastante, e eu estou esperando esse momento para fazer meu melhor. Temos grupo para enfrentar esse calendário pesado do futebol brasileiro."
Duelo com Fortaleza na Copa do Brasil
"O Fortaleza é um grande time, grande competidor, que transita rápido da defesa ao ataque, tem jogadores rápidos na frente, admiro bastante o trabalho do Vojvoda. É um time que compete bastante: quando tem que juntar, eles juntam; quando tem que pressionar alto, eles sufocam o adversário. Vai ser um grande duelo e vamos nos preparar muito bem para passar de fase."
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