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Aplausos, poucas palavras e vitória: no Laureus, Messi volta a ser Messi

 Lionel Messi, do PSG, com esposa Antonella Roccuzzo durante o Prêmio Laureus - Pascal Le Segretain/Getty Images for Laureus
Lionel Messi, do PSG, com esposa Antonella Roccuzzo durante o Prêmio Laureus Imagem: Pascal Le Segretain/Getty Images for Laureus

Thiago Arantes

Colaboração para o UOL, de Paris (FRA)

08/05/2023 15h28

Cerca de 200 pessoas, na imensa maioria jovens, se espremiam contra uma grade de proteção à frente de um hotel na Place Vendôme, na região central de Paris. A cada van que chegava com os convidados VIPs do Prêmio Laureus 2023, um grito se repetia.

"Messi, Messi!"

Foram dezenas de alarmes falsos. A cada nova porta que se abria, uma decepção. Enquanto a expectativa aumentava -e o horário da cerimônia se aproximava-, a torcida se contentava com olhares e acenos de outras estrelas, como o polonês Robert Lewandowski ou o espanhol Carlos Alcaraz, líder do ranking da ATP.

Às 13h30 (horário de Brasília), meia hora antes do início oficial da gala, Lionel Messi finalmente apareceu. Acompanhado da esposa, Antonella, o argentino estava sorridente e parecia surpreso com a recepção. Depois de quase duas horas de espera, os fãs saudaram o argentino com gritos e aplausos.

O cenário foi bem diferente do visto há menos de uma semana. Depois de viajar para a Arábia Saudita sem autorização do PSG, Messi foi suspenso pelo clube. Na quarta-feira, um grupo de torcedores foi até a sede do clube parisiense e protestou com xingamentos, entre eles "Messi, filho da p?".

A presença de Messi, por si só, já era um evento. Depois da crise com o PSG, o argentino passou a ser considerado dúvida até mesmo pela organização do Laureus. Até o início da tarde desta segunda-feira, ninguém cravava que ele apareceria na gala.

No tapete vermelho que dava acesso ao salão da cerimônia, Messi respondeu a quatro perguntas da apresentadora do evento e conversou com Robert Lewandowski, atacante do Barcelona.

Na hora de encarar o batalhão de jornalistas, evitou as entrevistas e não parou em nenhuma das equipes de TVs do mundo inteiro. Era a única forma de escapar de possíveis perguntas sobre o futuro, após a iminente saída do PSG no fim da temporada.

Na sala de cerimônias, Messi assistiu à premiação sentado em uma mesa ao lado de Carles Puyol -antigo companheiro de FC Barcelona. "Sempre é bonito receber um reconhecimento desse tipo. Ser campeão do mundo com a minha seleção foi muito difícil. Foram anos de muita alegria com o Barcelona e de muita tristeza com minha seleção. Estou muito agradecido por realizar meu sonho e o de todo meu país. Dedico esse prêmio a toda a Argentina", disse, com a estatueta em mãos.

O Prêmio Laureus deste ano foi o segundo recebido por Messi. Em 2020, quando a cerimônia foi realizada em Berlim, o argentino dividiu o primeiro lugar na categoria de Melhor Atleta Homem do Ano com Lewis Hamilton.

Depois do evento, o camisa 10 da seleção campeã do mundo não foi à tradicional entrevista coletiva com os vencedores -a ausência já era prevista pela organização, que em nenhum momento incluiu o vencedor da categoria masculina na lista de presenças.

Um Lionel Messi vencedor, sendo reconhecido por seus pares, aplaudido pelos torcedores e evitando a imprensa. Depois da semana mais turbulenta de uma carreira de raras polêmicas, Messi voltou a ter um dia de Messi.