Flu x Fla expõe diretorias com filosofias diferentes em embate de técnicos
O clássico entre Fluminense e Flamengo, hoje (16) pelas oitavas da Copa do Brasil, mais que o duelo entre Fernando Diniz e Sampaoli, terá a exposição de filosofias diferentes no que diz respeito ao comando à beira do gramado.
Enquanto nomes de fora do país se tornaram comuns na Gávea nas últimas temporadas, sendo até mesmo uma predileção da cúpula rubro-negra, o Tricolor apostou em profissionais do Brasil e com certa ligação com o clube.
Olhares diferentes
Presidente do Fluminense, Mário Bittencourt citou a palavra "modinha" ao falar sobre técnicos estrangeiros no futebol brasileiro. A declaração aconteceu em março de 2020, ao rebater uma fala de Jorge Jesus, então técnico justamente do Flamengo, sobre o Maracanã.
"Lamento sinceramente que um treinador estrangeiro... Vai um recado também, não só para nós, que trabalhamos com futebol, mas também para o torcedor: agora virou modinha, se não é brasileiro, é melhor que tudo que está aqui. Seja treinador, seja profissional, seja tudo. Tudo que é de fora é genial, é melhor. Mas, com todo respeito que eu tenho aos meus antepassados, até porque sou neto de português, Portugal continua capinando para jogar mais futebol do que o Brasil até hoje. A gente precisa olhar mais para cá e parar com essa história", disse, na ocasião.
Bittencourt está no segundo mandato como presidente do Tricolor. Ao longo deste período, a equipe teve à beira do gramado Fernando Diniz, Oswaldo de Oliveira, Odair Hellmann, Roger Machado e Abel Braga, além de Marcão de forma interina.
Com exceção de Oswaldo, todos os outros foram jogadores do Flu antes de iniciarem a carreira como treinadores.
Diniz retornou às Laranjeiras em maio do ano passado, alcançou bons resultados e há algumas semanas se sagrou campeão do Carioca.
Do outro lado, o Flamengo tem como atual comandante o argentino Jorge Sampaoli, quinto técnico estrangeiro de 2019 para cá, quando iniciou a gestão de Rodolfo Landim.
Neste período, anteriormente, houve o português Jorge Jesus, o espanhol Domènec Torrent e os portugueses Paulo Sousa e Vítor Pereira.
As negociações com Rogério Ceni, Renato Gaúcho e Dorival Júnior aconteceram com a temporada em andamento, o que pesou na avaliação. A troca em meio ao calendário exigiu também um olhar para soluções que não exigissem período de adaptação ao futebol brasileiro.
Para acertar com Dome e Paulo Sousa, Marcos Braz, vice-presidente de Futebol, e Bruno Spindel, diretor de futebol, chegaram a embarcar para a Europa para negociações feitas pessoalmente.
"Falando francamente: a gente enxerga um técnico como um profissional do futebol. Procuramos identificar a forma de jogar. E a gente entendeu que entre as opções que existiam, as melhores estavam lá fora. Não significa que a gente tinha eliminado a possibilidade de ter um técnico brasileiro só por ser brasileiro e porque o Flamengo queria uma grife internacional. Foi simplesmente por avaliar o trabalho de outros técnicos que tinham mais ou menos a mesma proposta de jogo que estávamos procurando. Infelizmente, não encontramos no Brasil", disse Landim, à ESPN, em julho de 2020, ao explicar a chegada de Dome para substituir Jesus.
Momento atual e admiração
Fernando Diniz, talvez, esteja vivendo o melhor momento da carreira, com o nome até mesmo sendo cogitado para a seleção brasileira.
Com os bons resultados nesta nova passagem como treinador do Flu, ele vê elogios às atuações da equipe, que foi campeã estadual e se coloca na briga pelo título das outras competições da temporada.
Sonho antigo do Fla, Sampaoli, por outro lado, chegou recentemente à Gávea e ainda tenta fazer o time engrenar. O treinador ainda enfrenta algumas críticas e busca a melhor solução para o Rubro-Negro voltar à boa fase.
Diniz e Sampaoli já se enfrentaram em oportunidades anteriores e apontaram uma admiração mútua.
"Um grande prazer, alegria, poder ter um treinador do nível dele no Brasil. E poder jogar contra é sempre muito bom. Contra e com, tentando construir um futebol melhor, mais bem jogado", afirmou Diniz após Flu x Santos em 2019.
Na mesma ocasião, o argentino também teceu elogios ao rival de logo mais.
"Nos atrai muito o jogo com a bola. Claro que seguramente há características diferentes entre nós, mas tive a oportunidade de falar com ele no Congresso da CBF e me pareceu uma pessoa que ama o jogo. Falar de futebol com ele é muito interessante. É um treinador que me agrada muito pela maneira como sente esse esporte e como o pratica".
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