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Odair contesta arbitragem de empate com o Bahia: 'Gol legítimo do Santos'

Do UOL, em Santos (SP)

17/05/2023 22h11

O técnico Odair Hellmann falou em entrevista coletiva após o empate do Santos por 0 a 0 com o Bahia nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.

Arbitragem: "Tivemos reunião com a arbitragem e nos passaram que a linha sobreposta é para o ataque. E a linha foi sobreposta hoje. Era gol legítimo do Santos".

Análise da partida: "Faltou a parte final, sermos mais incisivos e criarmos mais associações como criamos no gol, com aproximações pelos lados. Busquei a todo tempo essa possibilidade de amplitude".

Expectativa para enfrentar o Palmeiras: "Equipe muito forte fisicamente e temos que estar prontos para isso. Estratégia, organização, mas perna e saúde. Acreditar na nossa qualidade e força aqui para vencer a partida".

Veja a entrevista de Odair Hellmann na íntegra:

Análise do jogo

"Jogo de característica diferente. No Brasileirão foi 3 a 0, impondo mudanças. Não mudou sistema, mas mudou estratégia. O Bahia jogou com linhas mais baixas. Nem pressionaram tiro de meta no primeiro tempo, deixaram a gente sair com a bola. Demoramos a adaptar ao processo de construção com o Bahia muito baixo, dificultou estratégia de marcação, acabou dando certo. Permitimos um contra-ataque e uma bola longa no segundo tempo apenas. Conseguimos pela organização, empenho, evitar que a estratégia deles se completasse. Mas nos faltou a parte final, sermos mais incisivos e criarmos mais associações como criamos no gol, com aproximações pelos lados. Busquei a todo tempo essa possibilidade de amplitude com laterais. Fiz 2-2 com zagueiros e volantes, sem fazer linha de três atrás, com linha de cinco dentro da linha de cinco deles. Tivemos algumas situações, como a do gol, mas não conseguimos mais transpor essa linha, ter essa imposição final. Comentei no intervalo que precisávamos manter a amplitude, preencher a linha, mas definir mais. Cruzamos pouco para a área, a gente não tinha progressão e voltava o jogo. O desejo não é cruzar a bola a todo tempo, mas temos que pesar essa definição para conseguir a segunda bola, com os volantes lá dentro. Criamos uma situação de definição apenas no final. Mudamos para isso, gerar amplitude e associações, mas não fomos felizes na parte final. Criamos e finalizamos pouco para a posse que teve. Dificultou".

Arbitragem

"Vocês estão de prova, nunca falei de arbitragem. Vou falar fatos: tivemos reunião com a arbitragem e nos passaram que a linha sobreposta é para o ataque. E a linha foi sobreposta hoje. Nem parei para analisar, mas a linha que eles mostraram está sobreposta, era gol legítimo do Santos. O jogo não andou. Perdeu intensidade em parte no segundo tempo, mas quanto tempo parou? A arbitragem sentiu lesão até. O jogo não andou, não conseguimos. Não estou transferindo responsabilidade, só pontuando situações. Isso tudo vai dar melhor situação para o adversário, que veio buscar isso e conseguiu. O gol foi legítimo, me baseando no que ouvi na reunião com a arbitragem. Para nós, faltou mais imposição na parte final".

Lucas Lima mais perto do gol

"No primeiro tempo, como tentamos pressionar tiro de meta e saída, e eles conseguiram fazer uma ou duas e ajustamos os volantes para subir pressão. Eles alongaram o jogo e a nossa segunda bola caía no pé do volante. A ideia era criar movimento diferente com o Lucas Lima. As duas linhas de cinco e de quatro estavam muito próximas e não teria jogo entrelinhas. No meu ajuste no intervalo, tentei buscar a superioridade lá dentro com Ângelo e Mendoza entre zagueiro e lateral, e dar amplitude com os laterais para criar dois contra dois do lado, com Lucas Lima vir construir. Em determinados momentos, ir para o lado e criar 3 para 2, como aconteceu no gol. Levamos superioridade para o outro lado, empurramos a linha e criamos a associação. Estava difícil para o Lucas e qualquer outro associar por dentro. O jogo era de amplitude, descer o Bahia e criar tabelas, intercalando entre definição de área, finalização, criando dificuldade a eles".

Poucos chutes

"Hoje ficou difícil finalizar de fora da área. Vamos analisar jogo com calma ainda, mas falo aqui o meu sentimento de campo. Criamos poucas oportunidades para finalizar. Por dentro estava muito difícil ter esse espaço para finalizar. Tínhamos que levar a posse para os laterais e pontas, criando associações e definir. O chute estava difícil, mas podia tabelar, cruzar, associar, ganhando segunda bola no campo deles, e assim poderíamos finalizar. Chegamos até lá, mas voltávamos e ficou mais fácil para a linha baixa do Bahia. A gente precisava de volume maior, definir mais".

Por que Rodrigo Fernández é titular?

"O Rodrigo Fernández é cara de intensidade, marcação, tem feito boas partidas. Alison é mais posicional, jogou muito tempo num tripé. Camacho dá mais volume. Temos criado equilíbrio entre intensidade e criatividade, já temos quatro jogadores agressivos na frente. Nossa característica de transição está na velocidade, de partir para cima. Ficamos um minuto com a bola no gol contra o Vasco. Estamos buscando essa evolução. O Rodrigo faz boas partidas, o grupo é importante e vamos precisar do grupo. Daqui a dois dias temos clássico contra o Palmeiras, os caras estavam mortos no vestiário. Não tem tempo pra treino, repetição, um tempo para criar situações de finalização, jogadas contra linhas baixas. Isso dificulta para todos. Através de vídeo e conversa, vamos visualizar as estratégias dos adversários para evoluirmos".

Expectativa para enfrentar o Palmeiras

"O elenco está preparado mentalmente, mas eu me preocupo fisicamente. O segundo tempo de hoje, pela proposta do Bahia de contra-ataque... Tentamos criar a todo tempo e tem o perde-pressiona forte para não tomar contragolpe. O que mais preocupa é a parte física para manter intensidade e força. Estaremos preparados em termos de motivação e que dessa vez consigamos a vitória".

Obrigação vencer o Palmeiras?

"Temos a responsabilidade de buscar três pontos a cada jogo, dar ao máximo e é o que fazemos. Tivemos dificuldade contra linhas baixas hoje e estamos crescendo, evoluindo. Que coloquemos toda a força e melhora no sábado. É um grande jogo, o Palmeiras é muito forte, mas temos enfrentado jogos fortes. A equipe do Palmeiras é muito forte fisicamente e temos que estar prontos para isso. Estratégia, organização, mas perna e saúde. Acreditar na nossa qualidade e força aqui para vencer a partida".

A volta contra o Bahia

"A partida está tão distante da nossa cabeça porque temos o Palmeiras sábado. Vamos aguardar, podemos perder ou não jogadores, mas acho que o Bahia vai pressionar mais alto, dentro de casa. Mais próximo do que tentou fazer aqui no primeiro jogo e temos que encaixar nossa estratégia e qualidade para transpor o que o Bahia pode apresentar. O Bahia não vai se postar da mesma maneira. Vamos estudar bem e com qualidade vencer a partida".

Lucas Lima e as associações com Lucas Braga

"Não vejo essa situação do Lucas Lima com o Lucas Braga, pelo contrário. O Marcos Leonardo acabou de sair e o Lima se associou bem com o Deivid, que hoje teve dificuldade encaixotado nas linhas. O Lucas Lima tem feito boas parcerias com os jogadores que têm jogado, não vejo essa situação só com o Braga. No segundo tempo, não conseguimos subir intensidade e pressão com as substituições. Baixou intensidade, juiz picotou o jogo".

A troca nas laterais

"Senti o Lucas Pires um pouco sem confiança na passagem e troca de passes, coloquei o Inocêncio com o Braga. Era importante ter os dois lados e trocar o corredor. João Lucas tem boa imposição, chegou uma vez e cruzou no chão, na mão do goleiro. O acabamento final não deu certo, mas era para ter mais força pelo lado direito, mantendo o Inocêncio que estava bem na partida".

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