Inter: Mano ameaça deixar coletiva ao ironizar pergunta sobre demissão
Pressionado no cargo de técnico do Inter, Mano Menezes protagonizou uma tensa entrevista coletiva aos jornalistas depois de derrota para o Grêmio em jogo do Campeonato Brasileiro.
O que aconteceu
O treinador chegou à sala de imprensa da Arena do Grêmio minutos depois de William Thomas, diretor do Inter, confirmar a sua permanência no cargo. Apesar do anúncio, o dirigente confirmou a necessidade de "mudanças" no clube.
Ao ser questionado sobre a sua situação, Mano, inicialmente, ironizou ao perguntar se o diretor já havia falado com os repórteres.
O comandante ainda ameaçou deixar o local assim que foi solicitado a dar detalhes sobre seu futuro na equipe.
Antes de a entrevista começar de fato, Mano informou que falaria apenas sobre a atuação de seu time no Gre-Nal. Ele ainda se irritou ao ouvir de uma jornalista que a equipe chegou a cinco derrotas seguidas.
O William [Thomas] não confirmou [a permanência]? Cadê o William? Temos que fazer uma nova entrevista? Querem perguntar de novo para ele? Eu saio, vocês fazem de novo... Sobre permanência, vocês falam com ele, eu falo sobre o Gre-Nal. Só sobre o Gre-Nal. Vamos falar sobre o Gre-Nal ou sobre as outras derrotas? Sobre isso [sequência de derrotas], eu já falei" Mano Menezes em entrevista coletiva
Outras declarações da coletiva
Sequência. "Nós não fizemos uma série de treinamentos para mudar isso em um curto espaço de tempo, fizemos dois treinamentos — e um deles com o grupo total. No penúltimo treinamento, a gente fez uma recuperação dos jogadores, porque 48 horas depois você faz isso. Trabalhamos com um grupo que não jogou. Com o grupo integral, só trabalhamos no sábado.
Raio-x do jogo. "Sinto um comportamento mais forte do grupo. Acho que fizemos de novo um bom início de jogo, tivemos na maior parte do tempo o controle de quase toda a situação, mas nossos problemas se repetem em termos de algumas questões técnicas e tomadas de decisão, é isso que temos que corrigir."
Cenário para jogo da Libertadores. "Penso que, quinta-feira, a equipe precisa vencer na Venezuela. Quando me referi [à entrevista] do jogo do América-MG, que nós precisávamos de uma recuperação a curto prazo, eu já estava incluindo o jogo de quinta-feira."
Desarmonia com elenco? "Não sinto isso, se sentisse, pode ter certeza que não estaria dando continuidade ao trabalho. A conversa que tivemos em BH foi exatamente para isso: para deixar claro o que pensamos e a maneira como se conduz um trabalho quando se passa por extrema dificuldade. Já falamos bastante sobre pequenas ou grandes causas, algumas delas não abordamos publicamente porque achamos que não devemos abordar publicamente. Só podemos sair dessa situação quando entendermos o que nos levou a ela.
Problemas físicos. "Faz quatro jogos que eu sempre substituo meus dois volantes por desgaste físico. Nenhum time do mundo substitui dois volantes por desgaste físico. Quando a gente chega nesse ponto, é porque alguma coisa muito grave aconteceu. É esse nosso ponto de partida para entender porque chegamos nesse ponto. Uma coisa vai levando a outra, aí temos queda técnica, jogador que toma uma decisão não tão boa... o atleta é preparado na sua totalidade, e nós não conseguimos fazer isso da maneira como deveríamos ter feito. É importante conversarmos, mas a gente não entra em detalhes. Vocês já perguntaram no passado [sobre problemas], mas eu tentei proteger. Talvez esse tenha sido meu maior erro: tentar proteger algo que não estava bom a ponto de interferir no trabalho como um todo."
Erros na temporada. "Quando fomos virar a temporada e fui renovar meu contrato, discutimos algumas coisas em relação à realidade do clube, como tentaríamos iniciar a temporada, as dificuldades... e eu aceitei isso com o clube. Não vou, agora, tirar a responsabilidade da minha parte para dizer se faltou isso ou aquilo. Vou repetir: temos, no nosso grupo, jogadores de qualidade para entregar mais, e não é esse o problema maior. O problema maior foi a nossa preparação na primeira parte da temporada."
Pouca eficiência. "A gente tem aproveitado todas as sessões de treinamento para melhorar, até com um certo risco de aumentar o nosso condicionamento. Ainda vamos, nos próximos dias, sofrer um pouco. Talvez vamos chegar onde queríamos na data Fifa. Fazia tempo que a gente não marcava gol. Estamos criando oportunidades, mas desperdiçando. Hoje, nosso aproveitamento em relação às chances criadas foi de 22%, nosso adversário teve 50%. Os números estão no placar."
Rômulo no time titular e substituição de Moledo. "O Rômulo foi bem ou mal? [Foi bem]. Por isso ele iniciou. Achamos que ele consegue entregar melhor as duas funções, o Igor Gomes é um pouco mais defensivo. O Rômulo vem apresentando uma produção boa pelo lado, por isso escolhemos. Perdemos o Bustos. Tirei o Moledo porque ele quase não voltou do intervalo, ele sentiu no final do 1° tempo um desconforto, e mesmo assim se colocou à disposição para voltar. Quando ficamos com um a mais, tirei ele e baixei um volante para tornar a equipe mais ofensiva."
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