Luxemburgo vê melhor jogo do Corinthians: 'A equipe perdeu, mas teve tudo'

O técnico Vanderlei Luxemburgo falou em entrevista coletiva sobre a derrota por 1 a 0 do Corinthians contra o Flamengo neste domingo, no Maracanã, pela 7ª rodada do Brasileirão.

Análise da partida. "Fico satisfeito pela atitude sem bola e com atitude para jogar. É time de futebol. Não adianta marcar com olho, tem que roubar bola do adversário. Foi o melhor jogo sob meu comando".

Conversa no vestiário. "Vejo o Corinthians numa crescente, jogadores reagem, começam a discutir comigo. Tomamos porrada e respeitamos, mas não somos obrigados a fazer o que querem que a gente faça".

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Bidu e Bruno Mendez titulares. "É duro, né? Explicar quem escolhemos. O time jogou bem e temos que enaltecer. Rafael ficou nem no banco, Bruno já foi lateral. Eu precisava de três zagueiros, o Flamengo é forte. Por que optei? Sou o técnico e preciso optar. Foi bem escolhido".

Alinhamento com a diretoria. "Não existe alinhamento no futebol. Se não ganhar, danou tudo. Não tem alinhamento, 10 jogos... Eu e a diretoria temos que saber o que fazer. Estamos no caminho certo".

Veja a entrevista completa de Vanderlei Luxemburgo

Análise do jogo contra o Flamengo e sequência difícil

"Normal, né? Estamos acostumados com isso. Não é a primeira e nem vai ser a última. Vou me basear no que vi no jogo de hoje. Estamos tentando acertar as coisas. As pessoas se preocupam sobre estar mal tecnicamente ou fisicamente, mas é uma junção de coisas. Digo que estamos atleticamente um pouco abaixo: emocional, técnica, físico, tático. Vimos uma equipe que perdeu o jogo, mas jogou. Não é surpresa. Temos essa qualidade e despertamos algumas coisas. Quando coloquei o Paulinho, todos ficaram desconfiados com ele de volante. Joguei com Rincón, que era meia-esquerda. Paulinho fez partida brilhante, ocupou espaço, presença física. O Fausto também. Fico satisfeito pela atitude sem bola e com atitude para jogar. É time de futebol. Não adianta marcar com olho, tem que roubar bola do adversário. Foi o melhor jogo sob meu comando. Estamos no caminho certo. Temos Libertadores, jogo importante, e vamos nos preparar bem. Dependendo do resultado, tomaremos decisões. Contra o Atlético-MG não gostei, arriamos depois do primeiro gol, teve jogador que se abaixou, e era mata-mata. 1 a 0 era melhor que 2 a 0. Tomamos segundo gol e ficou complicado. Vamos ver o que vai acontecer. O time no Campeonato Brasileiro, dentro e fora de casa, se recuperando, e vamos ver no mata-mata".

Conversa no vestiário sobre atitude

"Não é fácil, viu? Muita pancada. Respeito opiniões dos formadores de opinião, mas avaliamos diferente, com conhecimento da profissão. Jornalistas podem avaliar, mas temos conhecimento da profissão. Atitude é fundamental na vida. Se tiver dois banheiros na sua casa e tiver dúvida, vai fazer na calça. Tem que tomar atitude de ir no banheiro, se fizer nas calças nunca mais vai errar. O time teve atitude com e sem bola. Falei para ele: 'Rapazes, a parte mental é fundamental'. Mentalmente bem, entra parte física, técnica, tática. 60 e poucas mil pessoas no Maracanã... Não é fácil. Vejo o Corinthians numa crescente, jogadores reagem, começam a discutir comigo. Tomamos porrada e respeitamos, mas não somos obrigados a fazer o que querem que a gente faça".

Matheus Bidu e Bruno Méndez

"É duro, né? Explicar quem escolhemos. O time jogou bem e temos que enaltecer. Rafael ficou nem no banco, Bruno já foi lateral. Eu precisava de três zagueiros, o Flamengo é forte. Por que optei? Sou o técnico e preciso optar. Foi bem escolhido. Fiz duas linhas de quatro com Yuri e Guedes por dentro, não sei se perceberam. Eles fazem boa dupla de área. Não posso tomar seis gols pelo lado esquerdo. O Guedes é muito bom na frente, mas atrás não. Tenho que me virar. Tem muito mais coisa que Bidu. Jogou ou não jogou faz parte, camarada. Falam tanto de revezamento... Tem que ser feito às vezes. Hoje tínhamos que dar frescor e fortalecer em alguns setores, fortalecendo a linha de quatro. Foi bom, né?"

Evolução

"Torcedor pode e deve cobrar, temos que ter atitude do Corinthians, não passar tempo. O que queremos? O que eu vejo no espelho? O Vanderlei? Não, inimigo do Vanderlei. Sou eu mesmo. Deixamos de fazer coisas que trazem prejuízo. O inimigo sou eu mesmo, o que prejudica? O que devo tomar de decisão? Os jogos grandes são para quem joga no Corinthians, com personalidade, que queira, com atitude. Hoje a equipe perdeu, mas teve tudo isso. O zagueiro machucou, foi para frente, é bom cabeceador e teve uma bola. E aí? O que eu posso fazer? Foi virtude dele, se antecipou".

Alinhamento com a diretoria

"Não existe alinhamento no futebol. Se não ganhar, danou tudo. Não tem alinhamento, 10 jogos, eu e a diretoria temos que saber o que fazer. Estamos no caminho certo, vejo crescimento constante da equipe. Atitude, comprometimento. Falaram coisas legais no vestiário que eu não posso falar aqui. Cobrança mais dura, estamos vendo futebol. Para tomar chopp ou jantar em casa, levo quem eu quiser, mas aqui a gente xinga, acaba o jogo e acabou. Me cobraram, e eu vejo o Corinthians numa sequência boa com o mesmo elenco, crescendo, e temos julho para ver alguma coisa [de reforços]. Vejo elenco crescendo para disputar em cima".

Zona do rebaixamento [pergunta de um repórter surdo]

"Vou falar, porque eu não sei falar esse negócio aqui, não [libras]. Vou aprender um dia [risos]. Ficar com a mão para lá e para cá... Vou dizer ao torcedor do Corinthians que pode nos cobrar, momento não é muito bom, e quem está no Corinthians precisa estar preparado. Vemos perspectiva e expectativa boas. Temos jogos decisivos pela frente. Vamos para a Argentina jogar um jogo decisivo, depois Fluminense, Equador... Vamos jogar na Argentina primeiro e ver como vamos fazer. É diferente, né? Vou aprender essa p... aí [libras]".