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'Puto macaco': Insultos racistas a Vini Jr começaram antes do jogo; assista

Torcedores do Valencia chamaram Vinicius Jr. de macaco na chegada do Real Madrid ao estádio Mestalla - Reprodução/Twitter @CheNFurecido
Torcedores do Valencia chamaram Vinicius Jr. de macaco na chegada do Real Madrid ao estádio Mestalla Imagem: Reprodução/Twitter @CheNFurecido

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

22/05/2023 08h58

Os gritos de 'macaco' da torcida do Valencia a Vinicius Júnior começaram antes mesmo do apito inicial no estádio Mestalla.

O que aconteceu

Vídeos mostram vários torcedores do Valencia ofendendo Vinicius na chegada do ônibus do Real ao estádio.

"É um macaco, Vinicius é um macaco", diz o coro dos torcedores.

Outro vídeo, da emissora DAZN da Espanha, flagra torcedores gritando "puto negro", "filho da puta", "cachorro", "puto macaco", "macaco" e "burro" durante o confronto.

Racismo x injúria racial

A Lei de Racismo, de 1989, engloba "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". O crime ocorre quando há uma discriminação generalizada contra um coletivo de pessoas. Exemplo disso seria impedir um grupo de acessar um local em decorrência da sua raça, etnia ou religião.

O autor de crime de racismo pode ter uma punição de 1 a 5 anos de prisão. Trata-se de crime inafiançável e não prescreve. Ou seja: no caso de quem está sendo julgado, não é possível pagar fiança; para a vítima, não há prazo para denunciar.

Já a injúria racial consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem a fim de atacar a dignidade de alguém de forma individual. Um exemplo de injúria racial é xingar um negro de forma pejorativa utilizando uma palavra relacionada à raça.

Violência contra negros no Brasil

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021 (levantamento mais recente feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com dados do ano de 2020), 75,8% das vítimas de homicídio no Brasil eram pessoas negras.

Entre as pessoas mortas por policiais, 78,9% são pessoas negras.

Na esfera do poder público, não existe uma divulgação transparente de dados oficiais nacionais sobre homicídios ou sobre mortes provocadas por policiais em todo o Brasil. O governo brasileiro também não disponibiliza dados nacionais sobre as investigações e punições de homicídios.