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Federação critica arbitragem por atuação em caso de racismo contra Vini Jr

Do UOL, em São Paulo (SP)

23/05/2023 19h29

A federação espanhola de futebol criticou a atuação do árbitro de vídeo pela expulsão de Vinicius Junior contra o Valencia. Segundo a entidade, o VAR não mostrou todo o lance para o juiz de campo.

O que aconteceu

A federação analisou que a expulsão foi uma "circunstância extraordinária, grave e totalmente inusual". A declaração foi emitida em comunicado oficial assinado pela presidente do Comitê de Competição da entidade, Carmen Pérez González.

O documento ponderou que houve uma "decisão arbitrária" com a omissão de "parte crucial dos acontecimentos". O texto considerou que foi "impossível avaliar adequadamente" o que se deu nos procedimentos adotados pelo árbitro de vídeo.

A federação considerou que "a omissão de toda a sequência" do lance que resultou na expulsão "comprometeu fundamentalmente a decisão do juiz". A avaliação é que isso impossibilitou que a decisão "pudesse ser legítima e legalmente adotada".

Portanto, a entidade decidiu por anular o cartão vermelho dado a Vini Jr, que estará disponível para a partida de amanhã (24), contra o Rayo Vallecano.

Como foi a expulsão

  1. Inicialmente, o árbitro amarelou Vini Jr nos acréscimos pela confusão em campo que ocorreu após ele ser alvo de ataques racistas.
  2. Porém, o árbitro mudou a decisão e mostrou o vermelho após ver as imagens enviadas pelo árbitro de vídeo.

O que o Real alegou à federação

  • Que o ocorrido define uma permanente e total impunidade, durante a presente temporada, de diversas ações de agressão física e verbal, por parte de adversários e torcedores, diante do jogador expulso (Vini Jr), tudo isso pela passividade da arbitragem, da federação e da La Liga.
  • Que atuação do VAR não seria um "erro humano", pois a imagem que enviou ao árbitro para analisar a ação foi totalmente parcial, enviesada e determinante ao erro na avaliação do ocorrido e, com isso, da injusta expulsão do jogador, convertendo o agredido em agressor.
  • Que há irregularidade na existência de duas súmulas, em que só na segunda constava uma referência aos insultos recebidos pelo jogador expulso.
  • Que a súmula só cita que no minuto 73 "um torcedor se dirige ao jogador gritando 'macaco, macaco'..."
  • Que ao chegar ao estádio do Valencia, o jogador foi recebido com insultos por diversos torcedores, que cantaram: 'Vinicius é um macaco"
  • Que durante a partida foram proferidos inúmeros insultos ao jogador, como "puto negro, é um idiota", "puto negro, filho da puta" e a imitação de sons de um macaco.

O que diz a federação

"Entendemos que ocorre uma circunstância extraordinária, grave e totalmente inusual, que determina em nossa opinião que a decisão adotada pela arbitragem refletida na súmula que se examina incorre em uma patente arbitrariedade, pois foi adotada sobre uma base factual alterada e parcial. [...]

A comissão considera comprovada que a apreciação da arbitragem foi determinada pela omissão de toda a sequência de eventos, o que comprometeu fundamentalmente a decisão do juiz. O fato de uma parte crucial dos acontecimentos ter sido omitida levou à adoção de uma decisão arbitrária.

Foi impossível avaliar adequadamente o que aconteceu, uma vez que, no procedimento necessário para a adoção dessa decisão, ocorreu a omissão de uma etapa indispensável para que ela pudesse ser legítima e legalmente adotada. [...] Portanto, é apropriado acatar as alegações formuladas e anular as penalidades disciplinares referentes à expulsão mencionada."