Luxa cita peso de Fagner, elogia Yuri e diz: 'Corinthians nunca está morto'
Vanderlei Luxemburgo, do Corinthians, deu uma longa entrevista coletiva após a vitória dramática da equipe nos pênaltis sobre o Atlético-MG, em jogo válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Os principais temas da sessão foram o peso perdido por Fagner nos últimos dias, a atuação de Yuri Alberto e o espírito do elenco de acreditar até o fim.
Fagner mais leve. "Queria fazer um elogio ao Fagner, que já perdeu três ou quatro quilos. Ele tem um altíssimo nível e vai fazer grandes jogos, mas não sou eu quem tem que buscar isso. Eu tenho que olhar e dar condição de todos eles evoluírem."
Má fase de Yuri Alberto. "O Yuri perdeu um gol e perdeu o pênalti. Ele falou que queria bater o pênalti, falei 'beleza'. Se o outro não quer, tenho que deixar. Se você souber a importância que o Yuri teve contra o Fluminense e hoje... ele marcou todo mundo do Fluminense, deu piques, deixou o Guedes mais sossegado para fazer uma marcação menos intensa. No 1° tempo, ele só perdeu uma bola que tentou dar de primeira para o Fagner: foi a única bola que ele perdeu no 1° tempo, todo o resto ele conseguiu fazer a transição ofensiva, ele dominava e aparecia sempre alguém. Ele sustentou a bola na frente. Falar do pênalti? Eu não bato pênalti. Falar do gol? Perdeu o gol, mas foi importante para caramba para cansar o adversário."
Corinthians raçudo. "Força de vontade é obrigação, não é uma coisa que eu queira. É obrigação do cara. No 2° tempo contra o Fluminense, fizemos uma marcação mais adiantada, roubando bolas — porque quando você rouba bolas, pega o adversário desarmado. Tudo isso nós analisamos. Quando jogamos contra o Fluminense, já estávamos pensando no Atlético. A vitória de hoje veio porque fizemos aquilo que tinha que ser feito. Tínhamos que jogar como Corinthians. O Corinthians nunca está morto em situação nenhuma."
Sistema com três zagueiros e uso de Renato Augusto. "Não é novidade. Você tem que escalar o jogador de acordo com o adversário, e hoje isso é uma alternativa que existe no futebol, não fiz nada de diferente daquilo que fiz na minha carreira. Não é a primeira vez que jogo com três zagueiros. Não vejo isso como novidade. Numa decisão, você joga com os melhores, então não tinha porque não jogar com o Renato na semana passada se ele jogasse depois. Ele tem que jogar de cara para intimidar o adversário, eles vieram com duas linhas de quatro, nós percebemos e ajeitamos. Estamos falando de futebol, não estamos fazendo nada que o futebol não permita."
Coragem para mudar o time. "Eu não quero fazer comparações, minha função é essa. Já ganhei muitos títulos mudando, e você não esquece essas coisas. É deixar as coisas para vocês analisarem. As pessoas não conseguem ver coisas boas, só ruins. Continuo fazendo as coisas que sempre fiz no futebol. Sempre digo que chegar, você chega, mas para ganhar, é preciso fazer algo diferente. Se eu não fizesse nada de diferente hoje, não conseguiria a classificação. Eu fiz uma coisa diferente porque sonhei? Não sonhei, não. Foi análise do adversário."
Dez jogos de trégua? "Eu não pedi absolutamente nada, não sei o que a imprensa falou sobre esse negócio. Eles [torcedores] que vieram e eu falei que não existe dez jogos, é jogo a jogo, não tem como dar dez jogos. Eu não pedi dez jogos nenhum. Cada dia é uma cobrança, porrada, isso faz parte. E nem tem briga com eles. A gente sabe que poderia virar esse negócio aqui."
Tempo de trabalho "Não tenho que dar resposta a ninguém, tenho uma longevidade de conquistas e ninguém vai manchar isso. Faz parte da nossa cultura querer execrar alguém. Não é toda a imprensa, mas algumas pessoas que são maldosas e vivem de fazer maldade. Não tenho que falar nada. Tenho que dizer para a torcida do Corinthians sobre a felicidade que estamos com a classificação. Tem muita coisa boa. Não vou conseguir mudar [essa filosofia], desde que me entendo como técnico e jogador, isso sempre existiu, é assim que o Brasil funciona. Falei para os jogadores: 'hoje não é desafio e nem algo impossível, é uma oportunidade, vocês estão no Corinthians fazendo história, cabe a vocês fazerem isso acontecer. Não podemos desorganizar porque não podemos tomar gol. Tem que sair um gol no 1° tempo para entrar no 2° tempo com vantagem, e se sair outro gol nós vamos para as penalidades, e temos um goleiro que é pegador de pênalti'. Aí, as coisas aconteceram."
Time evoluiu? "Sim. O que marcou isso foi o jogo contra o Flamengo, quando demos uma demonstração de que acertamos com o Paulinho. Estamos em franca evolução. As pessoas falam só da parte física do time: existe o atleta, que tem parte física, emocional, técnica, tática... uma série de coisas que fazem você ganhar, e as pessoas se baseiam só em uma coisa. Estamos crescendo como um todo. A parte emocional foi muito difícil trabalhar, eles tomaram muita pancada. Temos um elenco que é esse que vai [jogar], não tem como fazer diferente. Está tudo caminhando bem, mas não acabou. Temos um jogo contra o América, que também conquistou a classificação. Vamos para lá para melhorar no Brasileiro."
Fim das críticas? "As críticas fazem parte. Eu tenho que ter o discernimento daquilo que tem que ser feito. Não quero comentar sobre o Atlético porque cada um trabalha de uma forma. Estou feliz no Corinthians porque existe um trabalho evoluindo, com jogadores que estavam criticados agora elogiados. Faz parte. Não existe isso de mais experientes ou mais jovens sendo crucificados, existe um elenco com mais experientes e jovens. Todos nós somos obrigados. Vou fazer as mudanças que achar necessárias, independente de um ser mais ou menos experiente."
Futuro de Bruno Méndez. "O Bruno está jogando, ele tem contrato até o fim do ano. Estou colocando ele para jogar. Não sou eu que resolvo [o contrato], quem resolve é o jogador mostrando que quer ficar junto com os dirigentes. É um jogador que está mostrando que pode permanecer no Corinthians, mas não depende de mim, e sim da diretoria."
Torcida e ambiente. "A gente vem trabalhando isso no dia a dia, no nosso envolvimento com a torcida. Há jogadores que conhecem, outros são mais jovens. No Corinthians, os torcedores vão no CT, pressionam, mas também vêm aqui apoiar como vieram hoje. Para jogar no Corinthians, tem que estar preparado para a cobrança, mas também preparado para entender que aquilo é muito gostoso, mas você tem que jogar dentro do campo. Esse é o Corinthians. O ambiente está melhorando em função da nossa evolução como equipe."
Desafio ou oportunidade? "Não acho que a palavra desafio deva ser colocada, isso foi criado por CEO's e palestrantes, que colocam desafio, mas se você não tiver competência, não consegue fazer. Quando você tem qualidade e competência, tem a oportunidade de criar alguma coisa. Eu não gosto da palavra desafio porque não tenho que ser desafiado para fazer minha profissão. Ou você faz, ou não faz. Cada um usa do jeito que quiser, mas eu não gosto, é minha maneira de colocar as coisas."
Nervosismo por virada. "Teve friozinho na barriga e piscou, com certeza [risos]. A expectativa era essa. [...] Eu acreditava que isso pudesse acontecer. O dia que eu perder esse frio na barriga, tenho que ficar em casa, isso é o que move a gente."
Camisas do Corinthians para torcedores:
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