Topo

Cria e torcedor, Felipe Melo virou rival do Fla com títulos e provocações

Felipe Melo, do Fluminense, provocou torcedores do Flamengo após ser expulso na Copa do Brasil - Reprodução/Globoplay
Felipe Melo, do Fluminense, provocou torcedores do Flamengo após ser expulso na Copa do Brasil Imagem: Reprodução/Globoplay

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/06/2023 04h00

Suspenso no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, Felipe Melo tem uma relação intensa e extensa com o Flamengo. Torcedor na juventude, ele ajudou a salvar o time de um rebaixamento, contribuiu na construção do CT e depois tornou-se rival com títulos e provocações.

O que aconteceu

Felipe Melo foi expulso no jogo de ida da Copa do Brasil e não estará na volta.

Ao deixar o campo, ele fez sinal de levantar taças e disse para a torcida do Fla "vocês são meus vices".

Quando era mais novo, Felipe Melo chegou a assistir aos jogos do Rubro-Negro na arquibancada e usar camisa de torcida organizada.

Enquanto jogou na Europa, era comum o volante acompanhar as partidas do Rubro-Negro até com camisa.

Felipe Melo - Reprodução - Reprodução
Felipe Melo com camisa de torcida organizada do Flamengo no passado
Imagem: Reprodução

Passado rubro-negro

Criado na base do Flamengo, o volante subiu para os profissionais em 2001. Em 2003, foi para o Cruzeiro, depois para o Grêmio e não atuou mais pelo rubro-negro.

O veterano relembrou em entrevista recente um gol que livrou o Fla do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2001. Naquele ano, o atleta tinha apenas 18 anos e fazia sua estreia na equipe profissional.

Felipe Melo garante que tirou o clube da segunda divisão. A partida ocorreu faltando três rodadas para o fim do Brasileirão, entre Flamengo e Internacional. Ele foi o autor do único gol do confronto, que culminou na saída do clube carioca da zona de rebaixamento.

Em uma das iniciativas do Flamengo para a construção do Ninho do Urubu em 2011, o clube arrecadou quase R$ 1,5 milhão na venda de tijolinhos. Cada unidade custou R$ 250 e um dos participantes foi Felipe Melo. Quando ainda atuava pela Juventus, da Itália, o volante garantiu dez tijolos personalizados.

Na época, o site oficial do Fla registrou a ação. Na matéria, afirmava que o jogador tem uma coleção de camisas do Flamengo, com mais de 40 peças. O atleta ainda declarou que poderia jogar em outros clubes, "mas a maioria dos jogadores prefere não dizer o time de coração e eu, diferente, não me canso de dizer que sou Flamengo", afirmou.

Em 2015, Felipe Melo aproveitou que estava no Rio de Janeiro tratando uma lesão para ir ao Maracanã assistir ao clássico entre Flamengo e Vasco com a camisa rubro-negra ao lado do pai.

Felipe Melo teve o nome ligado ao Fla diversas vezes, mas o negócio nunca avançou.

Virada de chave

A ida para o Palmeiras mudou essa relação da água para o vinho. Depois de criar forte identificação no clube, foi campeão da Libertadores de 2021 justamente em cima do Fla.

No Flu, a animosidade na relação aumentou. Com provocações cada vez maiores e dois títulos estaduais conquistados sobre o time da Gávea, todos os encontros tiveram uma dose de tensão.

Hoje no Fluminense, Melo diz que não sente ódio pelo Flamengo, mas sim gratidão, e afirma que o sentimento não é recíproco.

Em 2022, ele chamou Diego de "meu vice", lembrando a final da Libertadores meses antes, quando o Palmeiras bateu o Flamengo.

Após a final no Uruguai, Felipe Melo mandou um recado para Willian Arão: "As pessoas precisam respeitar o profissional do outro lado. Vi o Arão falar que ia ganhar de 2 a 0 em rede nacional. Entendemos quando é torcedor, mas profissional falar isso em rede nacional. Respeitamos o Flamengo que é um gigante. Trabalhamos muito. No fundo, eu sabia que íamos ganhar por causa da soberba e a soberba precede a queda". Ele também ironizou a comemoração de Gabigol.

Em 2019, Gabi chegou a postar uma foto com Luke, filho de Felipe, e aproveitou para brincar com a rivalidade. "Esse é ousado mesmo", escreveu.

Pai tricolor

Quando chegou ao Fluminense, Felipe Melo falou sobre a responsabilidade de vestir as cores tricolores por ser o time do pai e o clube que aprendeu a "gostar e amar desde pequeno". O primeiro jogo profissional que ele foi aconteceu contra o Olaria, em Laranjeiras.

A intensidade do fanatismo do pai não chegou a ser herdada por Felipe, mas o volante foi tricolor até chegar às categorias de base do Flamengo, quando passou a nutrir carinho pelo clube da Gávea.

Também na apresentação pelo Flu, Felipe negou ser rubro-negro. "Não sou, não. Tenho muita gratidão, muita mesmo, mas sou Fluminense. Você está se equivocando", disse.