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Copa do Brasil - 2023

Por que estilos de Sampaoli no Fla e Diniz no Flu estão instáveis

Torcidas começam a entrar no Maracanã para a final do Campeonato Carioca - Luiza Sá/UOL
Torcidas começam a entrar no Maracanã para a final do Campeonato Carioca Imagem: Luiza Sá/UOL
Luiza Sá e Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

01/06/2023 04h00

Protagonistas de um dos principais clássicos do país, Flamengo e Fluminense fazem duelo que vale vaga nas quartas de final da Copa do Brasil e, talvez, o ponto final no momento instável. Os times se reencontram no Maracanã hoje (1), após o empate sem gols no jogo de ida.

O Rubro-Negro ainda patina, vê bastidores agitados e avalia a classificação como chance de "virar a página" na temporada. O Tricolor, por outro lado, chegou a quatro jogos sem vencer e quer voltar aos trilhos. Apesar do momento, os treinadores têm a confiança das respectivas diretorias e não há movimentos por mudanças.

Nova filosofia

O Flamengo ainda tenta engrenar desde a chegada de Jorge Sampaoli, anunciado há cerca de um mês e meio como substituto de Vítor Pereira.

O próprio treinador admitiu que ainda busca implementar a filosofia de jogo com a temporada em andamento, o que também se torna um obstáculo.

"Eu disse, quando cheguei aqui, que é uma escolha de vida. Eu queria vir. Sei que o momento não era ideal, mas foi o que surgiu. Estou feliz aqui, tentando fazer muita coisa para que o time tenha um renascer futebolístico. Com o pouco tempo que temos aqui tentamos fazer isso. Às vezes conseguimos, às vezes não. Isso é futebol, convencimento, convicção", disse, após o empate com o Cruzeiro, no último sábado.

Um dos pontos que tem atrapalhado o andamento do trabalho é o número de lesões. Neste mês, o Fla voltou a bater recorde e chegou a ter 20 baixas por questões médicas.

Em meio aos desfalques e o apertado calendário, há também jogadores que não estão conseguindo render o esperado.

Enquanto isso, os bastidores se mostram quentes, com cobranças internas mais acaloradas diante da má fase. Antes do treino de ontem (31), o presidente Rodolfo Landim, o vice-presidente de futebol Marcos Braz, o diretor-executivo Bruno Spindel e o membro do "conselhinho" Diogo Lemos se reuniram com os jogadores e comissão.

Oscilação

No outro lado do duelo, o Fluminense tenta voltar aos trilhos. Dono de um futebol que arrancou elogios em um passado recente, o "Dinizismo" encontrou obstáculos e a equipe chegou a quatro jogos sem vitória, o pior momento em 2023.

O time tricolor também teve ausências importantes por lesões, como o lateral Marcelo — que vive expectativa de voltar hoje —, Alexsander e Keno. Houve também outros fatores que fizeram com que, nas últimas 10 partidas, não houvesse repetição na equipe. Contra o The Strongest, na Libertadores, por exemplo, a comissão técnica decidiu poupar os titulares.

Vale lembrar que Felipe Melo, suspenso após expulsão no primeiro jogo, é desfalque.

O Flu passou a encontrar também adversários que buscaram alternativas para neutralizar o estilo de jogo. Contra o Fla, por exemplo, uma das reclamações foi o alto número de faltas feitas pelo adversário.

Outrora eficiente nas investidas ao ataque, o Tricolor não balança a rede justamente há quatro jogos.

"É saber passar pelo momento de dificuldade da temporada em que os resultados não vêm. Hoje é frustrante sair daqui com a derrota, mas ao mesmo tempo ver a produtividade da equipe nos dá clareza que estamos no caminho certo, que foi importante poupar na altitude e chegar hoje com uma equipe fresca para jogar como jogou", disse o auxiliar Eduardo Barros, após derrota para o Corinthians.