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Polícia Civil faz operação contra integrantes de organizadas do Rio

Torcedores saem de Caxias com destino ao Maracanã, portando paus e ferros - Reprodução de vídeo
Torcedores saem de Caxias com destino ao Maracanã, portando paus e ferros Imagem: Reprodução de vídeo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

05/06/2023 08h37

A segunda fase da "Operação Discórdia" foi deflagrada hoje (5). De acordo com informações publicadas pela Polícia Civil, mais de 30 equipes da entidade e do Ministério Público cumprem 28 mandados de busca e apreensão, "em endereços dos principais identificados nos eventos de violência dentro e fora dos estádios".

O que aconteceu

Segundo a Polícia Civil, o objetivo é o combate "a reiterados casos de danos ao patrimônio público e privado, lesões corporais graves e até mesmo mortes nos violentos confrontos entre as várias torcidas organizadas cariocas".

Na investigação, foram analisadas mais de 200 horas de filmagens e mais de 80 depoimentos, com o objetivo de individualizar e identificar os principais envolvidos.

A Força-Tarefa é composta pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) e do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC).

Casos no Rio

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revogou, no começo do mês passado, o pedido de prisão temporária de quatro presidentes de torcidas organizadas de clubes cariocas. Anderson Azevedo Dias, presidente da Young Flu, Fabiano de Souza Marques, da Força Jovem do Vasco, Bruno da Silva Paulino, da Torcida Jovem do Flamengo, Anderson Clemente da Silva, presidente da Raça Rubro-Negra.

Os quatro tinham tido prisão temporária decretada em março, respondendo pelos crimes de organização criminosa, lesão corporal grave e tentativa de homicídio.

O inquérito foi instaurado para apurar e identificar os possíveis autores das brigas entre organizadas antes de Flamengo x Vasco, pela Taça Guanabara. Os quatro presidentes das torcidas chegaram a ser considerados foragidos.

Ainda na ocasião, verificou-se que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investigava se a morte de Bruno Macedo dos Santos, de 34 anos, que era torcedor do Vasco, tinha relação com o tráfico de drogas.

Confusão no Carioca

Integrantes de torcidas organizadas de Flamengo e Vasco entraram em confronto antes do clássico pela Taça Guanabara. A Polícia Militar suspendeu a Raça e a Jovem, do Flamengo, e a Força Jovem, do Vasco, por 90 dias. Posteriormente, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ampliou a punição por tempo indeterminado.

Dias depois, a PM colocou em vigor as medidas de afastamento que o Ministério Público do Rio de Janeiro havia determinado anteriormente às discussões do novo termo de ajustamento de conduta (TAC), que acontece depois da aprovação do Projeto de Lei que previa a anistia das organizadas.

Young Flu, do Fluminense, e Fúria Jovem, do Botafogo, também estão proibidas de frequentar praças esportivas. O Ministério Público do Rio indicou avaliar um pedido à Justiça para clássicos com torcida única. A ideia, porém, não ganhou aderência junto a outros órgãos envolvidos nas partidas.

O Governo do Rio de Janeiro apontou que envolvidos em briga de torcida serão enquadrados como "organização criminosa".