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Liga dos Campeões - 2022/2023

Champions: Juiz que foi a evento extremista quis virar árbitro após desafio

Szymon Marciniak decidiu virar árbitro após sofrer uma falta na época de jogador - Visionhaus/Getty Images
Szymon Marciniak decidiu virar árbitro após sofrer uma falta na época de jogador Imagem: Visionhaus/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/06/2023 04h00

Szymon Marciniak será o responsável por apitar Manchester City x Inter de Milão, que jogam neste sábado (10), às 16h (de Brasília), pela final da Champions League.

Quem é ele?

O polonês nasceu em janeiro de 1981 na cidade de Plock, que tem pouco mais de 100 mil habitantes e está a 120 km da capital Varsóvia. Seu irmão mais novo, Tomasz, também trabalha como árbitro.

Em sua juventude, Marciniak foi jogador de futebol e era considerado "promissor" por seus treinadores. Ele começou no Wisla Plock, principal time da região.

Marciniak decidiu virar árbitro após um desafio. Em um jogo de sua equipe, o polonês acabou expulso por reclamação após sofrer uma falta. O então atleta ficou revoltado com a atuação daquele que acabou sendo sua inspiração.

A conversa pós-jogo com o juiz mudou a sua trajetória profissional.

Discuti e queria cartão vermelho para o adversário, mas o árbitro não concordou comigo. Ele disse: 'pela reclamação, amarelo para você'. E eu fiquei tipo: 'como assim?'. Então, comecei de novo, e ele me deu o segundo amarelo. Fiquei furioso e disse: 'você é o pior árbitro que já vi.' Na hora, usei palavras piores do que essa. Conversamos depois do jogo e ele me disse: 'se você acha que esse é um trabalho fácil, tente fazer'. Pensei que tinha que provar que ele é muito ruim. Imediatamente, fiz um curso" Szymon Marciniak ao Daily Mail

Carreira consolidada (e polêmica)

Marciniak entrou para o quadro de arbitragem polonês em 2009 e, dois anos depois, tornou-se juiz internacional.

Ele foi convocado para atuar na Eurocopa 2020 —disputada em 2021— após boas atuações tanto em torneios locais quanto continentais, mas não chegou a fazer parte do evento.

Um problema cardíaco o tirou da competição. O polonês se afastou e retornou aos gramados somente em 2022, meses antes da Copa do Mundo.

O Mundial no Qatar, aliás, se transformou no auge da carreira de Marciniak. Ele desbancou nomes como Daniele Orsato (ITA), Cesar Ramos (MEX), Danny Makkelie (HOL), Wilton Pereira Sampaio (BRA) e Abdulrahman Al-Jassim (QAT) e apitou a final entre Argentina e França, que acabou com título sul-americano.

Sua carreira quase sofreu uma reviravolta nas últimas semanas. Dias antes de ser confirmado pela Uefa para apitar a final deste sábado entre City e Inter, o polonês palestrou em um evento de extrema-direita em seu país.

A presença de Marciniak gerou polêmica porque a reunião foi promovida por Slawomir Mentzen, líder do Confederação, partido político que já lançou um slogan "contrário a judeus, gays, aborto, tributação e a União Europeia".

Ele pediu desculpas diante do ocorrido e, garantido na final, se justificou ao dizer que não sabia que o evento tinha associação extremista.

Quero expressar minhas mais profundas desculpas pelo meu envolvimento e qualquer aflição ou dano que possa ter causado. Eu não sabia que estava associado a um movimento polonês de extrema-direita. Se eu soubesse desse fato, teria recusado categoricamente o convite" Szymon Marciniak em comunicado divulgado pela Uefa