Odair, após empate do Santos: 'Fica a cargo da direção se quiser demitir'
Pressionado, o técnico Odair Hellmann mostrou confiança no trabalho após empate do Santos em 0 a 0 com o Coritiba, no Couto Pereira, mas foi sincero sobre a decisão da diretoria.
Futuro no Santos: "Fica a cargo da direção se quiser demitir. Acredito no trabalho, no grupo, com tempo de treinamentos agora. Talvez não estivéssemos preparados para competições de três em três dias. Eu, treinador, entendo o torcedor e concordo que precisamos dar mais e retomar pelo resultado. Vou trabalhar mais ainda para isso".
Reforços: "O Santos está aberto a qualificar plantel dentro das possibilidades. Não é presidente, Falcão, Odair, todos os jogadores querem possibilidade, qualificação, disputa interna de qualidade maior para colocarmos os que estão melhores em campo".
Análise do empate com o Coritiba: "Não ficamos com a posse, entramos no jogo de segunda bola, marcamos pressão inicial e o Coritiba fez bola longa nas nossas costas. Tecnicamente foi abaixo. No segundo tempo, sim, uns 30 ou 35 minutos que nos impusemos, melhoramos tecnicamente".
Tempo para treinar na Data Fifa: "Que a gente evolua nos treinos para gerar equilíbrio maior de time e melhores resultados. É uma busca incessante para vencermos e conseguirmos ambiente tranquilo, com cabeça e pernas mais leves".
Veja a entrevista de Odair Hellmann na íntegra
Análise de Coritiba 0 x 0 Santos
"O primeiro tempo foi de dificuldade técnica dos dois times, ficou um jogo de bola longa, primeira e segunda bola, equipes nervosas, até pelo momento. O campo, preciso fazer essa colocação e não é desculpa, mas o campo estava vivo, não estava molhado, e dificulta mais a parte técnica pelo passe, trabalho de bola. Mas não foi o campo. Não ficamos com a posse, entramos no jogo de segunda bola, marcamos pressão inicial e o Coritiba fez bola longa nas nossas costas. Tecnicamente foi abaixo. No segundo tempo, sim, uns 30 ou 35 minutos que nos impusemos, melhoramos tecnicamente. Primeiro tempo foi nervoso e sem controle de bola, cometemos erros de posicionamento e movimentação, mas no segundo tempo entramos melhores, fizemos um jogo melhor em relação ao que vínhamos fazendo e criamos boas situações. No primeiro tempo a situação de mais perigo foi do Santos, chance claríssima em duas oportunidades no mesmo lance. Se entrasse, geraria tranquilidade maior para a instabilidade do primeiro tempo. Trocamos mais passes, mais posse, tivemos controle, e na parte final o Coritiba alongou o campo, alongou os passes. Temos que retomar o mais rápido possível nosso padrão, buscando equilíbrio entre parte técnica e tática para produzir os resultados".
Por que o Santos sofreu tanto?
"Sofreu é uma palavra forte para o jogo de hoje falando de organização defensiva. Eles conseguiram conectar situações de bola longa no primeiro tempo, mas a correlação entre parte tática e organização passa pela parte técnica. Se fizermos um jogo tecnicamente como o segundo tempo, temos mais controle e ficamos mais organizados quando perdemos a posse. Tivemos controle do primeiro aos 30 do segundo tempo. Melhoramos a posse, não a intensidade, organização, a tática. Melhoramos os passes e tivemos mais controle. Estávamos em jogo nervoso, campo não ajuda e tecnicamente não consegue trocar passes e ter a posse, produzindo conexões saindo da defesa e fazendo o adversário baixar as linhas... Fizemos isso no segundo tempo. Não criamos muito no primeiro tempo, recuperamos a bola e perdemos em seguida no segundo ou terceiro toque, e isso gera desorganização. Tem sido assim, apesar que os últimos quatro gols foram de rebote de escanteio ou o do Bahia, num erro nosso. O segundo do Newell's a bola no nosso pé, primeiro idem, e levamos os gols. Futebol é jogo de erros, mas cometemos esses erros e estamos levando os gols. Temos que recuperar essa parte defensiva com a parte técnica, fazendo jogo mais próximo dos 30 do segundo tempo, ficando mais próximos de fazer os gols e de continuarmos organizados".
Por que o Santos não vence há oito jogos?
"Precisamos encontrar equilíbrio no jogo, melhorando na parte ofensiva. Contra o Internacional, produzimos finalizações, tivemos posse e controle no segundo tempo e não fizemos os gols. Temos que encontrar equilíbrio para produzir dessa forma e traduzir em gols. O segundo tempo contra o Inter, o segundo tempo aqui... Fazer isso no maior tempo possível. Precisamos vencer, mesmo sem fazer grandes jogos, gera estabilidade. Temos que trabalhar nessa única competição para vencermos e gerarmos equilíbrio".
Pressão no comando
"A janela abre em julho, não vamos falar dessa situação que é de julho, até lá tem muitos jogos e precisamos buscar esse resultado, essa melhora. Não merecemos vencer algumas partidas, mas de sete ou oito, em quatro ou cinco merecemos vencer. O futebol não tem merecimento, é colocar a bola lá dentro, e às vezes se vence mal e tudo vai para baixo do tapete. Quem ganha é bom, quem perde é ruim. A diretoria não vai falar se estou assim ou assado, vão falar comigo e e eu com a diretoria sobre o trabalho do dia, treinos, para gerarmos resultados. E se a direção quiser demitir, fica a cargo dela. Acredito no trabalho, no grupo, com tempo de treinamentos agora. Talvez não estivéssemos preparados para competições de três em três dias. Eu, treinador, entendo o torcedor e concordo que precisamos dar mais e retomar pelo resultado. Vou trabalhar mais ainda para isso. Sobre reforços, você me conhece em on e um pouco em off, sabe do meu trabalho. Falo o que eu preciso falar para quem precisa ouvir e internamente, não transfiro responsabilidade, com soluções externas por desequilíbrio, que podem prejudicar. Eu, como treinador, farei o possível dentro das possibilidade para cobrar o grupo, conversar com direção e Falcão em busca da retomada. O Santos está aberto a qualificar plantel dentro das possibilidades. Não é presidente, Falcão, Odair, todos os jogadores querem possibilidade, qualificação, disputa interna de qualidade maior para colocarmos os que estão melhores em campo, com reposição também, para dar resposta ao torcedor, que é a razão de tudo. São conversas internas e o Santos está aberto a oportunidades".
Erros nas tomadas de decisões
"No período do Campeonato Paulista, perdemos treinabilidade. Palvra bonita, mas é um fato, constatamos pós-Paulista. Vimos que perdemos intensidade, treinabilidade, isso gera problema na tomada de decisão, problema na parte técnica. Se fisicamente não estivermos tão aptos, gera dificulta na parte técnica. Vamos trabalhar, treinar e jogar no fim de semana, geraremos melhora técnica, de jogo, de passe, de posse. O futebol é um jogo de erros. Mas estamos errando e no momento exato sofrendo o gol. O Camacho entrou muito bem, mas teve a infelicidade das faltas. Fez o time melhorar na parte técnica, na posse, mas infelizmente foi expulso. No final puxamos contra-ataque com Ângelo, num passe difícil pro Mezenga, passe de sobrepique. "No primeiro tempo tivemos Soteldo e outras situações. Que a gente evolua nos treinos para gerar equilíbrio maior de time e melhores resultados. É uma busca incessante para vencermos e conseguirmos ambiente tranquilo, com cabeça e pernas mais leves".
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