Testei a camisa da seleção na Granja Comary e levei um drible inesquecível
Classificação e Jogos
Jogar na Granja Comary é para poucos. Normalmente, precisa estar entre os melhores jogadores do país e ser lembrado pelos treinadores na hora da convocação. Mas, como não mudei de profissão, nem encantei Pia Sundhage pela minha habilidade com a bola nos pés, aproveitei um convite da Nike para, pela primeira vez, pisar em um campo de futebol.
Sei que a última frase já te fez pensar no pior, mas vamos com calma. Apesar da estreia nos gramados, eu costumava bater uma bolinha nas quadras do colégio há uns anos, e essa bagagem me permitiu não passar — muita — vergonha no campo principal da casa da seleção brasileira.
Canhotinha, assumi a esquerda do time Dedo de Deus (inspirado no pico facilmente visto no caminho até Teresópolis, e também do campo principal da Granja).
Decisão essa de que me arrependeria pouco depois, afinal, no time adversário estava Lara Dantas, jogadora da seleção brasileira sub-17 e, com toda a certeza, a pessoa mais habilidosa entre todas as mulheres que toparam o desafio de bater uma bolinha naquele frio fim de tarde de Teresópolis.
O cartão de visitas da Lara — que hoje joga nos Estados Unidos — veio logo cedo, com um golaço no ângulo esquerdo. Ela, porém, queria mais. Lara veio na minha direção e, sem muita opção e coragem, parti para marcá-la. Ficamos frente a frente.
Eu, sem coragem, olhava só para a bola e, na ilusória tentativa de dar o bote para recuperar a posse, vi Lara se livrar de mim com uma facilidade absurda e partir para o centro. Para a minha sorte, a jogada não terminou em gol (e como desculpa me amparei na regra de que não podia dar carrinho naquela brincadeira).
Perdemos por 2 a 1, com direito a pênalti desperdiçado. E, contando que ficamos na lanterna em uma atividade realizada pouco antes, digo com tranquilidade que o Dedo de Deus teve sorte de não existir rebaixamento naquele domingo.
E a camisa da seleção?
O jogo na casa da seleção brasileira contou com um fator a mais: vestir a mesma camisa que o Brasil usará daqui menos de 50 dias na Copa do Mundo feminina. Fiquei com o uniforme dois, o meu preferido, azul com estampa de folhagens em verde. O principal é amarelo, com folhagens na mesma cor.
Além de linda, a camisa é extremamente confortável e com "furinhos" nas laterais para melhorar a ventilação. Isso na "versão torcedor", já que o modelo que as atletas vestirão é ainda mais leve, além de contar com o escudo — sem estrelas — emborrachado em vez de costurado.
Para completar o "visual jogadora", ganhamos também shorts — que não era o do uniforme — e meiões. As chuteiras, infelizmente, tivemos que devolver ao final do jogo.
Ritual de atleta
A retirada do equipamento aconteceu no vestiário da Granja — todo envelopado com a coleção montada pela Nike para a seleção feminina. Além dos uniformes de jogos, conferi a camisa de aquecimento, calças, casacos, tops e o badalado shorts pensado para o período menstrual.
A troca de roupas, claro, também ocorreu no vestiário da Granja, com direito à tradicional resenha, afinal enquanto algumas já são veteranas quando o assunto é se preparar para treinos ou jogos, outras estavam chegando agora e vivendo tudo pela primeira vez. Eu, por exemplo, aprendi que podemos tirar a palmilha da chuteira para ficar mais confortável e que os meiões vêm com indicativos para o pé direito e para o esquerdo.
Uma vez uniformizada, foi a hora de ir para o campo e, como vocês já sabem, comprovar que a minha carreira como jogadora começou e terminou naquela tarde.
* A repórter viajou a Teresópolis, no Rio de Janeiro, a convite da Nike.
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