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CBF tem liminar para retomar perfis da Copa do Brasil em briga com a Klefer

Taça da Copa do Brasil; troféu é dado pela CBF ao melhor time do torneio mata-mata - Buda Mendes/Getty Images
Taça da Copa do Brasil; troféu é dado pela CBF ao melhor time do torneio mata-mata Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

13/06/2023 04h00

A CBF e a Klefer estão em uma guerra judicial em duas frentes. O capítulo mais recente tem uma liminar que manda a empresa devolver à entidade logins e senhas dos perfis nas redes sociais antes relacionados à Copa do Brasil — cabe recurso.

A briga é mais ampla e envolve cobranças de valores milionários de ambas as partes.

De quem são as contas?

Entre 2011 e 2022, a Klefer foi responsável por explorar os direitos comerciais da Copa do Brasil — a relação começou na gestão Ricardo Teixeira. A empresa foi fundada pelo ex-presidente do Flamengo, Kleber Leite, e hoje é administrada pelo filho dele, Eduardo Leite.

A Klefer chegou a participar da concorrência para seguir com contrato, mas ficou em segundo lugar: a CBF, já presidida por Ednaldo Rodrigues, escolheu a Brax como nova parceira a partir de 2023.

A liminar favorável à CBF saiu em um processo aberto em maio para retomada dos acessos aos antigos perfis oficiais da Copa do Brasil. As contas ficaram com a empresa mesmo após o término do contrato, mas ganharam um nome novo: viraram o "Portal da Torcida".

A Klefer foi notificada na sexta-feira (9) a respeito da liminar, que foi emitida em 24 de maio e tem prazo de dez dias para ser cumprida. A empresa chegou a alegar que a CBF não tinha ingerência sobre os perfis no Instagram, Twitter, Facebook e TikTok. A Klefer disse à própria CBF, em notificação extrajudicial, que essas contas não estavam envolvidas no contrato e foram criadas "por mera liberdade" da empresa e reforçou a tese judicialmente.

Mas o juiz Marcelo Mondego de Carvalho Lima deu razão à CBF, no momento. Além determinar a devolução dos acessos, ele disse ainda que a Klefer está impedida de fazer qualquer postagem nas redes sociais vinculadas à entidade, "especialmente no que concerne à Copa do Brasil".

Só no Twitter, o perfil original da Copa do Brasil — que virou Portal da Torcida — tinha mais de 600 mil seguidores quando mudou de nome. A CBF criou novo perfil na plataforma, que atualmente tem 26 mil seguidores.

Mais cobranças da CBF

O primeiro processo envolvendo CBF e Klefer foi aberto em janeiro. A entidade acionou a empresa cobrando R$ 8,4 milhões referentes a duas parcelas do contrato que terminou no mês anterior.

A Klefer repassou em 2022 R$ 16,8 milhões. Segundo a CBF, esse total deveria chegar a R$ 25,2 milhões e só teve parcelas retidas porque a Klefer não ganhou a concorrência para o ciclo seguinte.

Contra-ataque da Klefer

A Klefer rebateu a CBF, alegou que, na verdade, a CBF é quem lhe deve dinheiro por não ter realizado a Copa do Brasil feminina desde 2017 — a competição estava no escopo inicial do acordo pela venda de propriedades comerciais.

A empresa pediu à Justiça que transforme a CBF em ré — uma reconvenção da ação inicial — e demanda que a entidade pague R$ 37,4 milhões como compensação.

As partes discutem ainda a validade de um aditivo contratual feito em 2016. A Klefer rejeita que tenha aceitado a mudança nos termos e apresenta um e-mail para isso.

A empresa ainda reclama que a CBF desrespeitou o contrato de intermediação para acordo do patrocínio da SKY no uniforme dos árbitros.