Venda do nome do novo estádio anima Santos, que pode não usar valor na obra
Santos e WTorre estão animados com os primeiros contatos em busca de vender o nome, os famosos naming rights, da nova arena. Grandes empresas mostraram interesse em negociar pela concessão legal para batizarem o novo estádio do Peixe.
Na terceira reportagem da série em quatro episódios sobre os bastidores do tripé Allianz Parque-WTorre-Santos, o UOL mergulhou nos complexos detalhes para viabilizar a sonhada Arena do Santos.
O que aconteceu
O Santos e a WTorre não iniciaram formalmente as negociações pelos naming rights da arena, mas receberam contatos importantes e entendem que o valor será grandioso.
O projeto entre o Peixe e a construtora tem a marca santista como um dos pilares. Todos envolvidos entendem que a rica história alvinegra traz muito valor agregado à arena e patrocinadores envolvidos.
A expectativa, inclusive, é que o valor dos naming rights não seja necessário para as obras. O custo previsto é de cerca de R$ 300 milhões.
A captação dos recursos será via cadeiras, camarotes, mercado financeiro e capital próprio da WTorre, além dos naming rights. A venda do nome da arena para uma empresa não é vista como decisiva para viabilizar a construção.
Quanto cada um ganha?
Santos e WTorre alegaram cláusulas de confidencialidade para não responder sobre a divisão dos naming rights.
No atual contrato com o Palmeiras, o repasse aumenta a cada cinco anos e começou com 5% do valor mensal pago pela empresa Allianz.
O Verdão, porém, vive litígio com a WTorre e algumas cláusulas do contrato podem ser readequadas no acordo com o Santos.
O acordo de naming rights com o Palmeiras:
- Até 5 anos da abertura: 5%
- De 5 até 10 anos da abertura: 10%
- De 10 a 15 anos da abertura: 15%
- De 15 a 20 anos da abertura: 20%
- De 20 a 25 anos da abertura: 25%
- De 25 a 30 anos da abertura: 30%
Projeto remodelado
Santos e WTorre precisaram rever detalhes do projeto para o investimento caber nos R$ 300 milhões previstos, com concessão de 30 anos.
A necessidade ocorreu principalmente por causa do aumento de insumos da construção civil, como aço e cimento.
O Peixe aceitou alterar a cobertura da arena e a proteção não ocorrerá no gramado, apenas nas arquibancadas.
Houve mudança também na área comercial e em detalhes iniciais do projeto e considerados "não decisivos".
Próximos passos
Santos e WTorre estão contentes com os diálogos recentes com a prefeitura da cidade.
O Peixe e a empresa elaboraram o Estudo Prévio do Impacto de Vizinhança (EIV), que precisa ser entregue ao município para avaliação e liberação do empreendimento.
A WTorre não confirmou prazos, mas o departamento de marketing santista se precipitou e previu o início da venda de cadeiras em abril, no aniversário do clube. O que não ocorreu.
O prazo atual, definido entre Santos e WTorre, é de começar a vender aproximadamente 5 mil propriedades, entre cadeiras e camarotes, no período entre agosto e setembro. Esses valores seriam suficientes para o start das obras.
Os trabalhos devem durar cerca de dois anos. Neste espaço de tempo, o Peixe precisaria jogar em São Paulo. As principais opções são Canindé e Arena Barueri.
Mais detalhes
A nova casa do Santos terá capacidade para 30.108 pessoas e será dividida em quatro setores: arquibancada, arquibancada superior, Deck Premium e camarotes.
A arquibancada comporta 13.769 em pé e 7.652 sentados. A superior abrange 2.605 torcedores. O Deck Premium terá 3.877 em pé e 1.146 sentados. E a arena terá 80 camarotes.
A área é 71.690,46 m² e deve ter 27 lojas internas e 36 lojas externas, com estacionamento para 576 veículos.
O gramado será sintético, e os shows para até 35 mil pagantes. A Baixada Santista tem poucos espaços para grandes eventos atualmente.
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