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OPINIÃO

Marília Ruiz defende punição ao Corinthians: 'Não existe homofobia do bem'

Colaboração para o UOL, em Aracaju

15/06/2023 19h22

Marília Ruiz comentou no Fim de Papo a punição ao Corinthians de um jogo com portões fechados devido aos gritos homofóbicos no clássico contra o São Paulo. Ela concordou com o julgamento, mas cobrou equidade do STJD.

Justiça Desportiva: "Eu entendo os argumentos clubistas que não é o primeiro caso e acontece em outros estádios, mas existe um Código de Justiça Desportiva que pode ser empoeirado e obsoleto, mas uma hora as coisas vão funcionar. Eu lamento porque tenho a impressão que vai ser só esse caso, só porque foi um domingo à tarde num Corinthians e São Paulo, não tenho esperança no STJD".

Exemplo na luta contra homofobia: "Não acho que é só a causa da discriminação homofóbica, acho que é também a causa da impunidade, ajuda a lembrar ao cara que se ele brigar no estádio, jogar um copo de cerveja no técnico ou entrar em campo para bater no Cássio, como aconteceu na Vila Belmiro e nada aconteceu, nada aconteceu, talvez a partir de agora comece a acontecer. É um caso exemplo de luta contra a homofobia e serve porque é um caso clássico para isso, num Corinthians e São Paulo, mas acho que faz tempo que a justiça desportiva tem que trabalhar de uma forma razoável".

'Não existe homofobia do bem': "Eu achar que o Corinthians deva aceitar não significa que eu não seja crítica do STJD, que tem dois pesos e duas medidas, é tão justiceiro quanto o VAR. O STJD não é parâmetro para nada, mas a punição em si é exemplar para o comportamento do cara que sai de casa e acha que o estádio é o Coliseu, não é, isso faz dois mil anos. As pessoas precisam entender que a gente vive em sociedade, o estádio de futebol não blinda comportamentos criminosos, de ninguém, de torcida nenhuma, não existe homofobia do bem".

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A comparação com Neymar também é esportiva nesse momento. Nós, na Copa do Mundo, já estávamos falando do Vini Jr superando Neymar como a maior referência futebolística brasileira na Europa, e é. Se ele se envolver com essas causas, pensar além das quatro linhas, ele pode se tornar uma grande referência do esporte mundial como ele parece tatear, não é simples e ele está conseguindo. Ele está superando outros talentos no campo e também fora de campo, isso é muito raro. Sem tirar o sorriso do rosto, mas não é um sorriso alienado. Outros também tiveram essa coisa do sorriso, da arte, mas sem estar conectados com o que representam." Arnaldo Ribeiro

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