Vini Jr. contra o racismo: 'Pelos que sofrem e não têm a voz que eu tenho'
O atacante Vini Jr. fez um pronunciamento hoje (15), depois do treino da seleção brasileira em Barcelona, na Espanha, sobre a luta contra o racismo. O jogador do Real Madrid agradeceu o apoio recebido após ser alvo de ofensas e reforçou que seguirá na batalha para erradicar os atos discriminatórios no futebol.
O pronunciamento de Vini Jr
"Venho aqui agradecer a todos que tiveram comigo desde o episódio que aconteceu comigo no jogo contra o Valência. Presidente da CBF, o Infantino, todos os clubes do Brasil e do mundo que estão comigo dando força para seguir nessa batalha.
É necessário ter alguém que possa seguir firme para cada vez mais diminuir. Eu quero seguir isso por todos aqueles jovens, pessoas que sofrem e não têm a voz que eu tenho. Quero seguir junto com vocês.
Um dia dei entrevista falando que queria que todos os brasileiros torcessem por mim e acho que cada vez mais estou mais próximo disso. Vejo todos na internet me dando muito apoio, me acompanhando, desejando sorte não só no futebol, mas fora dele. Pessoas de outros meios que antes não me acompanhavam, começaram a acompanhar. Fico feliz com isso e vou seguir firme por todos aqueles que não têm oportunidade de lutar.
Eu tenho a cabeça muito tranquila, cabeça que minha família e o Flamengo me ajudaram quando eu era pequeno de sofrer não só com racismo, mas com toda pressão que colocaram em cima de mim quando comecei no Flamengo com 16 anos. Sempre trabalhei calado e hoje tenho oportunidade de ter a força de falar de um assunto muito importante.
Quero agradecer todos vocês e que possamos seguir juntos até o fim".
Amistoso com uniforme diferente
Antes do pronunciamento, Vini Jr. participou do treino da seleção brasileira e, pela manhã, recebeu a visita do presidente da Fifa, Gianni Infantino. O dirigente prometeu engajamento ainda maior na luta contra o racismo.
O Brasil enfrentará a Guiné, no sábado, em Barcelona, e usará pela primeira vez um uniforme todo preto, em alusão à luta contra o racismo. A seleção disputará todo o primeiro tempo com a camisa, calção e meiões pretos e voltará para o segundo tempo com a tradicional camisa amarela.
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