CBF diz que agiu após caso de racismo em jogo: 'Mais um criminoso exposto'
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) afirmou que agiu após a acusação de racismo contra o estafe de Vinicius Junior no amistoso do Brasil contra Guiné.
O que aconteceu
A entidade afirmou que "tomou providências imediatas" diante do caso. A entidade alegou, em comunicado oficial, que solicitou à polícia e aos organizadores do jogo que "dessem todo o apoio e amparo a mais uma vítima de racismo".
A CBF enfatizou que o racismo "é um crime que precisa ser combatido de forma veemente e sem descanso". A nota também ressaltou que o episódio de agressão racista foi presenciado por jornalistas no local.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, reforçou a luta da entidade contra o racismo no futebol mundial: "O combate ao racismo, um crime que precisa cessar em todo o mundo, é também o motivo pelo qual estamos aqui", afirmou.
Ele ainda destacou que "mais um criminoso foi exposto publicamente" com a repercussão da acusação. Ednaldo complementou que a seleção jogou o primeiro tempo de preto em um "manifesto" para banir o racismo e toda forma de violência dentro e fora dos estádios.
Agressão racista com banana
O estafe de Vini Jr chegou ao Estádio RCDE em quatro pessoas, sendo três brancos e um negro. Os quatro passaram para revista na entrada do local.
Segundo a assessoria do jogador, um segurança tirou uma banana do bolso, apontou para o negro e falou: "Mão pra cima, essa aqui é minha pistola". Os três brancos não tiveram problemas.
O estafe do camisa 10 da seleção tentou reclamar, mas afirmou que todos os funcionários do estádio se voltaram contra eles. A polícia foi acionada e um boletim de ocorrência será registrado.
A assessoria do atacante afirmou que seguranças ironizaram após a denúncia: "Estamos tremendo de medo". O nome do funcionário não foi divulgado e ele não usava crachá. Questionado por agentes policiais, o homem em questão primeiro afirmou que não tinha uma banana no bolso, e depois disse que a banana havia caído no chão e ele apenas fez o gesto de pegá-la.
O estafe de Vini também alegou que o representante da administração do estádio "colocou a acusação em total descrédito". O encarregado da partida foi até o local e defendeu o funcionário, ponderando que ele "jamais faria isso, porque é um antigo trabalhador do clube e atua na Cruz Vermelha", segundo a equipe do brasileiro.
A empresa de segurança negou todas as acusações. O Espanyol, por sua vez, disse que apenas aluga o Estádio RCDE que não tem relação com os fatos.
Câmeras de segurança
O estafe de Vini Jr espera analisar as imagens das câmeras de segurança, mas elas só podem ser acessadas após denúncia formal em uma delegacia. Eles prestarão queixa após o amistoso.
A empresa de segurança do estádio disse que chamou o estafe de Vini Jr para ver as imagens, mas ninguém apareceu.
A assessoria do jogador rebateu que foram até o local combinado, só que não encontraram ninguém.
O que a CBF disse na íntegra
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ao tomar conhecimento do episódio de racismo por que passou o assessor e amigo pessoal do jogador da Seleção Brasileira Masculina de Futebol, Vinícius Jr , o empresário Felipe Silveira, que, segundo relatos, ocorreu antes da partida, em um dos acessos ao estádio, tomou providências imediatas e, na mesma hora, solicitou a polícia e aos organizadores do jogo que dessem todo o apoio e amparo a mais uma vítima de racismo, um crime que precisa ser combatido de forma veemente e sem descanso. O episódio, inclusive, foi presenciado por jornalistas presentes ao amistoso.
"O combate ao racismo, um crime que precisa cessar em todo o mundo, é também o motivo pelo qual estamos aqui. O mesmo motivo que levou o presidente da FIFA, Gianni Infantino, a vir de Zurique até aqui. E foi também por isso que a nossa Seleção jogou o primeiro tempo da partida de preto. É um manifesto, é uma bandeira, é uma missão banir do futebol mundial não só o racismo, como toda e qualquer forma de violência, dentro e fora dos estádios . Temos recebido a solidariedade de todos os companheiros de Federações e Confederações do mundo inteiro, querendo se juntar ao Brasil nessa luta. E hoje, mais uma vez, mais um criminoso foi exposto publicamente ", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
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