Daniel Alves diz perdoar mulher que o acusa de agressão sexual
Daniel Alves falou pela primeira vez após ser preso na Espanha por ter sido acusado de agressão sexual contra uma mulher de 23 anos, em dezembro do ano passado.
O que aconteceu
Daniel Alves disse acreditar que a vítima tenha feito a denúncia por um "mau conselho" de alguém e declarou que "perdoa" a mulher.
O jogador brasileiro também disse que está com a "consciência tranquila". Em sua defesa, ele afirmou que se soubesse da denúncia na noite teria se apresentado à delegacia para esclarecer o caso.
Perguntado sobre as versões diferentes nos depoimentos, Daniel Alves afirmou que fez isso por amor, já que tentava manter de pé o seu casamento com a modelo Joana Sanz.
O jogador também pediu desculpas à espanhola. Sobre a relação deles, ele chegou a dizer que ainda estão casados — pouco depois da denúncia ser feita, Joana anunciou a separação.
As declarações foram dadas ao jornal "La Vanguardia", da Espanha, na prisão onde Daniel Alves se encontra, aguardando o julgamento do caso.
O que Daniel Alves disse?
Daniel se defende: "Bem, não importa quantas vezes eu pense sobre isso, eu também não sei. Ocorre-me que há alguém que lhe deu um mau conselho. Que ela se sentiu mal depois de fazer isso, que deu um passo à frente e que não sabe mais como sair da confusão em que se meteu e na qual me meteu. Apelo à sua consciência. Não houve uma única noite em que eu não dormisse em paz. Nem uma única noite. Estou com a consciência tranquila. Eu nunca machuquei ninguém intencionalmente. E nem ela naquela noite. Não sei se ela está com a consciência tranquila, se dorme bem à noite. Mas eu a perdoo."
Imagens mostram vítima chorando: "Naquela manhã, quando a mulher com quem tenho um problema saiu do banheiro atrás de mim, fico um pouco ao lado da mesa [...] Estou com meu amigo Bruno e outras pessoas me abordam antes de eu sair. Quando saio da discoteca pelo corredor de saída, fiquei sabendo pelas imagens que passo perto de onde a mulher está chorando. Eu não a vi. Se eu a tivesse visto chorar, teria parado para perguntar o que estava acontecendo. Se alguém responsável pela discoteca me pedisse para esperar porque uma jovem alegou que eu a tinha agredido sexualmente, eu não iria para casa. Nessa mesma noite apareço numa delegacia para esclarecer o sucedido."
Relacionamento com a vítima: "Chegamos à Sutton [boate], à mesa que frequentemente nos era atribuída e, como sempre, o responsável pelo VIP nos abordou e nos perguntou se queríamos conhecer umas mulheres. Isso sempre acontecia quando eu não estava com minha esposa. Eu disse que sim e duas garotas se aproximaram primeiro. Mas nos incomodou que eles quisessem tirar fotos. Pedimos-lhes para sair. Nesse momento as três jovens passaram por nossa mesa e olharam para nós. Nós também. Elas estavam com alguns mexicanos, que me reconheceram. Elas não paravam de olhar para nós. Pedimos ao garçom que perguntasse se elas queriam vir. E elas vieram. Tomamos champanhe e nos oferecemos para pedir o que quisessem. A senhora com quem tive o problema começou a dançar bem perto de mim. Eu não me afastei."
Banheiro onde aconteceu o estupro: "Lá em cima é um espaço sem privacidade [local da boates onde havia sofás], tudo é aberto e sou casado. Fui primeiro ao banheiro e depois de um tempo pensei que ela teria mudado de ideia e não entraria mais. Estava demorando muito. Eu já estava saindo pela porta quando a vi se aproximar. Dei um passo para o lado, ela passou por mim e entrou no banheiro. Eu entrei atrás. Eu nem tranquei a porta. Ela sabia que Bruno [amigo de Daniel Alves] estava do lado de fora esperando para que ninguém entrasse. Meu amigo sabia o que estávamos fazendo."
Forçar a vítima a atos sexuais: "Nada disso é verdade. Ela nunca me disse para parar. Ela também não fez nenhum gesto de querer ir embora. A porta ficava aberta o tempo todo, ela poderia ter saído porque eu estava sentada praticamente o tempo todo no vaso sanitário. Não sei quando ela tocou nesses lugares [digitais encontradas]. Mas nenhum desses movimentos que ela disse que eu a forcei a fazer é verdade e o arranhão é por ter permanecido de joelhos. Não há uma única marca em seu corpo que explique a violência com que ela diz que a movi no banheiro."
Versões diferentes nos depoimentos: "Se alguém já amou de verdade, se conheceu o amor verdadeiro como eu, saberá que para manter esse amor, se faz qualquer coisa. E eu menti. Tive medo de perder a Joana e por isso menti. Lutei desesperadamente para salvar meu casamento da infidelidade, independentemente das consequências que estou pagando."
Desculpas à ex-esposa: "A única pessoa a quem tenho de me desculpar é a minha mulher, Joana Sanz. A mulher com quem me casei há oito anos, com quem ainda sou casado e espero viver com ela por toda a minha vida. Já pedi perdão pessoalmente a ela aqui, na prisão, mas devo fazê-lo publicamente, porque a história é pública, a ofensa é pública e ela merece essas desculpas públicas. Foram, estão sendo e serão dias muito difíceis para ela."
Caso Daniel Alves
Qual é a denúncia? Em depoimento, uma mulher de 23 anos denunciou ter sido forçada a colocar a mão nas partes íntimas de Daniel Alves, além de ter sido agredida e abusada pelo jogador.
Quando e onde aconteceu? Em 30 de dezembro de 2022, na casa noturna Sutton, em Barcelona. Mais precisamente dentro de um banheiro da área VIP do local.
Qual pode ser a pena? No dia 7 de outubro de 2022 entrou em vigor a Lei de Garantia da Liberdade Sexual na Espanha, conhecida como 'só sim é sim'. Esta lei coloca o consentimento da vítima no centro da questão. Dessa forma, o brasileiro e pode ser condenado a penas entre 6 e 12 anos.
Quando será o julgamento? O julgamento foi agendado para o outono europeu — entre outubro e novembro de 2023 —, segundo informações do jornal espanhol "El Periodico".
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