Vaidade e boa relação: por que Santos foi ao limite com Odair Hellmann
O Santos demitiu o técnico Odair Hellmann quando chegou ao limite. O presidente Andres Rueda esperou até o fim por uma reviravolta.
O que aconteceu
Rueda bancou Odair em dois momentos turbulentos: a eliminação para o Ituano no Campeonato Paulista e a queda para o Newell's Old Boys (ARG) na Sul-Americana. Após a derrota para o Corinthians no Campeonato Brasileiro, o presidente desistiu de tentar.
Em ambas as eliminações, Odair Hellmann teve tempo para treinar. E o Santos voltou com o mesmo cenário: um time de poucas ideias, com resultados quase sempre negativos.
Mesmo com a derrota para o Corinthians e o caos que se instaurou na Vila Belmiro, havia na diretoria quem duvidasse do voto "sim" de Andres Rueda para a demissão. No fim das contas, até ele foi a favor da mudança.
Por que a demora?
Parte da torcida acredita que os votos de confiança para Odair Hellmann eram relacionados ao aspecto financeiro: a presença inédita de uma multa rescisória para técnicos na gestão Rueda.
Fontes do UOL afirmam que a multa era um problema, mas havia duas razões maiores: a vaidade e a boa relação do presidente com o treinador.
Andres Rueda teve Cuca, Ariel Holan, Fernando Diniz, Fabio Carille, Fabián Bustos e Orlando Ribeiro, sem contar as aparições interinas de Marcelo Fernandes. Cobrado por trocar muito de comando, o presidente prometeu "ir até o fim" com Odair.
Rueda, então, foi refém da própria promessa e, apesar de descontente com o desempenho, sempre defendeu Odair Hellmann e falou que as coisas iam melhorar. E não melhoraram.
Andres Rueda ficava horas na sala com Odair diariamente e lamentou muito ter que demiti-lo. Eles se tornaram amigos, muito mais próximos que Odair Hellmann e o coordenador esportivo Falcão.
No fim das contas, houve um "comum acordo". O Santos pagará em parcelas os meses restantes do contrato de Odair, que iria até dezembro.