Família, 'hipócritas' e futuro: Castro se exalta na coletiva do Botafogo

Luís Castro desconversou sobre o futuro no Botafogo, mas adotou um discurso que indica o adeus. Em longa coletiva, o treinador falou sobre o conceito de família, se emocionou e até subiu o tom em alguns questionamentos.

O que aconteceu

O treinador falou sobre o cenário atual após o empate com o Magallanes, pela Sul-Americana.

Ele apontou que uma definição sobre os próximos passos acontecerá hoje.

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Durante a coletiva, Luís Castro foi questionado sobre o fato de estar deixando a "família Botafogo", conceito que criou logo que chegou ao clube.

"O conceito família não depende só de uma pessoa. Quando se ama, ama-se mesmo ao longe, não é preciso estar junto para se amar. Se eu tomar a decisão após a reunião de amanhã e partir, sei que a família estará instalada. Sei que há um elenco aqui pronto para todas as batalhas. Fique ou parta, o Botafogo é muito maior que as pessoas. O Botafogo hoje é um clube respeitado".

Em certo momento, o treinador se exaltou e chegou a classificar os jornalistas como hipócritas, após uma pergunta sobre a continuidade do projeto

"Quando aparecem oportunidades de trabalho, o que você faz? Pensa nelas ou deixa elas de lado? Depende, né? Com todos que estão aqui nessa sala, sem exceção. Nós não podemos ser hipócritas. Para cima de mim, não! Vocês já sabem que eu sou olho no olho. Todos vocês procuram melhorias, olham para os filhos de vocês. Quem tem que cuidar deles? Vocês! O que tem que fazer? Dar sempre as melhores condições possíveis de vida", afirmou.

Para reforçar a ideia de que o projeto não depende apenas dele, o técnico apontou uma relação direta com o valor da multa rescisória para o contrato.

"Eu sou livre, só tenho que respeitar o meu contrato. A minha liberdade está emparedada por um contrato. E eu respeito. Por quê? Aí eu sou fundamental em um projeto? Por que não colocaram R$ 50 milhões na minha cláusula para eu não sair? Só agora que sou [fundamental]? Gostaria de falar de outra maneira, mas não consigo. Aquilo que eu sinto vem sempre para fora."

Castro também lembrou o passado após ouvir, durante uma das perguntas, sobre o que atraía na proposta do Al Nassr e a sua vida financeira.

"Eu sempre olho no olho. Não mando recados, nunca mandei. Hoje você diz que estou bem financeiramente... Eu comecei na quarta divisão. Vendia embalagens, trabalhava em uma fábrica e trabalhava no futebol. Tinha três empregos. Eu sei o que passei. Eu sei que olha para mim e não sabe da minha história. Cada um tem a sua história. Existem vários projetos no futebol que agarramos alguns, e outros deixamos passar. Eu deixei o do Al-Duhail para fazer este. Construí, olho para ele com muito orgulho e satisfação", ressaltou.

Tchê Tchê em "segundo plano"

A coletiva ficou totalmente voltada ao futuro de Castro e, consequentemente, grande parte das perguntas foi feita ao treinador.

O meia, que dividia a mesa com o treinador, em obediência ao protocolo da Conmebol, foi apenas um espectador em grande parte.

Tchê Tchê não se furtou de responder pergunta alguma, até mesmo quando envolvia o assunto principal.

Ao fim, com bom humor, brincou com os assessores e pediu para ser levado à coletiva, na próxima vez, após uma vitória.

O caso Luis Castro

O treinador do Botafogo recebeu uma proposta milionária do Al Nassr, da Arábia Saudita, onde joga Cristiano Ronaldo.

Segundo o blog Mercado da Bola, do UOL, ele aceitou. Uma reunião hoje deve selar o adeus ao Alvinegro.

O possível adeus causou frustração na torcida, que vaiou e xingou o treinador durante o duelo com o Magallanes.

O Glorioso atravessa boa fase e lidera o Campeonato Brasileiro.