Conmebol suspende Tabata por suposto ato racista; Palmeiras vai recorrer
O meia Bruno Tabata, do Palmeiras, foi suspenso nesta sexta-feira (30) por quatro meses pela comissão disciplinar da Conmebol por um suposto ato racista. Neste período, ele não pode participar de competições da entidade.
O que aconteceu
De acordo com o órgão, o jogador violou o artigo 15.1 do Código Disciplinar durante o jogo Cerro Porteño 0x3 Palmeiras, disputado em maio, no Paraguai, e válido pela fase de grupos da Libertadores.
O que diz o código? "Qualquer jogador ou oficial que insultar ou atentar contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, tendo como motivos a cor da pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será suspenso por pelo menos dez (10) partidas ou por um período mínimo de quatro (4) meses."
Versão do jogador. Segundo Tabata, na partida em questão, ele e outros reservas do Palmeiras são chamados de "monos" ("macacos", em espanhol), por torcedores do Cerro Porteño. O meia, ao ouvir as ofensas, alega ter imitado o gesto do animal no sentido de denunciar o que estava acontecendo.
Versão da Conmebol. Para a entidade, no entanto, o jogador brasileiro atacou os paraguaios ao simular um macaco.
O Cerro Porteño foi somente multado pela Conmebol. O time terá de fechar a parcialmente a arquibancada inferior norte de seu estádio em seu próximo jogo, além de uma multa de 100 mil dólares.
Assista ao momento
Palmeiras vai recorrer; Tabata faz vídeo
Ao UOL, o Palmeiras afirmou que vai recorrer da punição. O clube mostrou discordar "veementemente" da decisão e entende que trata-se de "um erro grave". Há sete dias para que o pedido seja feito à entidade.
O time também enviou à reportagem um vídeo em que Bruno Tabata aparece falando sobre o caso. O jogador disse que "quis entender" os gestos feitos pelos torcedores. Ele ainda disse que o Cerro o classificou como branco — sendo que ele mesmo se considera pardo.
Leia o que Tabata falou
Questionamento "devolvido". "O que aconteceu na realidade foi que eu ouvi a torcida gritando 'mono' e macaco para nós, jogadores, que estávamos em campo perto da arquibancada norte. Não falamos espanhol e não entendemos o que estava acontecendo, tanto é que o Endrick fala comigo e pergunta o que a torcida estava gritando. Quando a gente entendeu, eu devolvi a pergunta à torcida e quis entender se era isso mesmo que a gente estava ouvindo, se estavam chamando a gente de macaco."
Atitude do Cerro. "O Cerro Porteño atribuiu a mim esses gestos. Na verdade, eu estava expondo o racismo que estava acontecendo da parte da sua torcida, porque são eles os responsáveis, não nós. Acho importante comentar que o Cerro Porteño afirma que sou branco e, por isso, seria possível afirmar que fui racista com seus torcedores."
Vítima virou alvo. "Em primeiro lugar, essa relação de causa e consequência não existe. Em segundo, me senti desrespeitado por esse argumento, já que não me considero branco e sim um homem pardo. Não cabe ao clube identificar minha raça de forma acusatória. Em resumo, não cometi os atos racistas que estão atribuindo a mim e evidenciei o racismo da torcida do Cerro Porteño que nós jogadores sofremos nesse jogo."
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