Luxemburgo admite trabalho ruim no Corinthians: 'Pode dar porrada'
O técnico Vanderlei Luxemburgo falou em entrevista coletiva após a derrota do Corinthians por 1 a 0 para o Red Bull Bragantino neste domingo, na Neo Química Arena, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Análise do próprio trabalho: "A minha avaliação, pelos resultados, é ruim. Tenho que melhorar no geral (...). "Eu falei algumas coisas que geralmente não falo: dá porrada em mim".
Risco de rebaixamento: "Hoje não, tem muito jogo pela frente. No ano que o Flamengo foi campeão, ganhou muito no segundo turno e venceu. Três jogos mudam bastante a tabela".
Rojas: "É um jogador que foi muito analisado. Olhamos, conversei com ele. Joga por fora e por dentro. Vai ajudar bastante a equipe, né?.
Luan: "O torcedor foi lá e disse que não quer o Luan aqui, pois não foi justo. Por que vamos comprar essa briga? No podcast se fala o que quer, mas é outro questionamento maior que esse".
Veja a entrevista de Vanderlei Luxemburgo na íntegra
Evolução da equipe
"Se você não enxerga, não posso fazer nada. Enxergo de maneira diferente. Cabe a vocês analisarem. Para mim ficou claro hoje. Se toda vez tiver que começar mal e melhorar no segundo tempo... Até sair o gol do Bragantino, no posicionamento equivocado da zaga na linha de quatro, tivemos chances de fazer o gol e não fizemos. Vemos crescimento no aspecto individual, dos jogadores melhorando, mas no coletivo não. Tenho que enxergar coisas óbvias, se não vão me chamar de maluco. Enxergo crescimento individual, mas coletivamente falta e a cobrança da torcida e imprensa é justa. Um time não se dá pelo indivíduo, mas pelo coletivo. Crescemos, mas como equipe não evoluímos, e a responsabilidade passa a ser minha, com as críticas a mim. Observo no dia a dia isso. Antes do jogo de quarta-feira, houve desespero pela escalação com garotos, vai tomar pancada... Eu enxerguei aquilo nos treinamentos, com evolução da garotada, mas são jovens e vão oscilar. Colocamos um volante de 17 anos, tínhamos um problema ali. Conhecia o Gabriel, entrou e jogou. Na minha análise, eu vejo que temos que transformar nosso time em uma equipe justa. E o talento ficar à disposição".
Derrota após tempo de treinamentos
"O futebol é dessa forma. O time viaja, chega cansado e ganha. Tem semana livre e de repente não joga. Pertence ao futebol. Não conseguimos jogar como deveríamos, independentemente da semana livre. Jogamos mais intenso quarta e domingo que depois da semana livre. É futebol e temos que continuar trabalhando".
Yuri Alberto
"O centroavante vai ser sempre cobrado se não marcar. Hoje eu vi alguma coisinha, o Róger está há seis jogos sem marcar e vai ser cobrado também. Foi contratado pelo valor que foi, se destacou, tem qualidade. O momento não é só dele, mas nossa equipe não tem jogado bem e aí o centroavante vai ser questionado, o zagueiro, peças mais ou menos criticadas".
Rebaixamento
"Hoje não, tem muito jogo pela frente. No ano que o Flamengo foi campeão, ganhou muito no segundo turno e venceu. Três jogos mudam bastante a tabela. Não gosto de fazer essa projeção, podemos ganhar a Copa do Brasil, vaga na Libertadores, mas o título [do Brasileiro] não. Hoje é complicado, mas não sabemos amanhã. Depende das vitórias. Três seguidas melhorariam bastante a pontuação".
Metade dos jogos com derrotas
"Claro que não estou satisfeito com meu trabalho, todos gostariam de algo melhor. Queria que o Corinthians vencesse todos os jogos. O técnico vai ser sempre responsabilizado. Suas perguntas são sempre no sentido de dificuldade a mais em alguma coisa. Tem coisa que está faltando, sabemos disso, se não você não perguntaria isso e o torcedor estaria satisfeito. O processo não é apenas meu, vem ao longo do tempo tentando fazer as coisas acontecerem, nós e o Corinthians. Queremos fazer o melhor, mas não quer dizer que o trabalho não tem qualidade e objetivo. Não estão acontecendo. Hoje, pelo segundo tempo... Contra o Athletico não merecemos empatar. Hoje o primeiro tempo foi bom até levar o gol e no segundo tempo fomos contundentes para empatar, mas não aconteceu. Faz parte do futebol. Respeito a sua análise, faz parte do momento. Mas não estou satisfeito. Se eu falar que estou, tenho que levar porrada de todos vocês".
Rojas
"É um jogador que foi muito analisado. Olhamos, conversei com ele. Joga por fora e por dentro. Vai ajudar bastante a equipe, né? Temos uma projeção dele entrar e fazer muita coisa boa para a equipe. Vai somar muito em jogos decisivos de Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, que vai se afunilando".
Parte emocional
"É uma constante trabalhar essa parte. O gol abate a equipe e temos que voltar. Saindo atrás dá um choque, de novo, outra vez... E abate a equipe. Temos que buscar melhorar para o dia seguinte, um trabalho constante e temos que melhorar, é a grande verdade. A responsabilidade é minha, tenho que levar pancada. Temos que melhorar coletivamente e saber que a intensidade é diferente do que temos praticado".
Gol cedo e pouca posse de bola
"Bem prático? Para marcar agressivo, tem que ter jogador em condição. Intensidade do jogo. Tem que ser intenso no jogo, com mais ações de alta intensidade. Nosso time não é um time para ter intensidade no campo do adversário. Ponto. Tem que montar equipe do jeito que podemos. Todas as vezes que tentamos, não conseguimos. É característica do jogador. Por isso falei de melhorar coletivamente, precisa ter intensidade para marcar adiantado, com perde e pressiona. Será que nosso time é adequado? Eu analiso, mas não posso expor tanto. Vocês precisam analisar o contexto, do atleta em alta velocidade, intensidade, que corre 10km, mas não faz 6 a 7% de trabalho de alta intensidade. Os melhores jogos nossos foram com marcação na intermediária, bem compacto. Pela distância menor a percorrer, com intensidade diferente".
Insatisfação e entendimento dos jogadores
"Eu falei algumas coisas que geralmente não falo: dá porrada em mim. Você fez pergunta que, por não abrir o treino... Será que treinei em cima do que o Bragantino faz? Não dá para dar porrada nos meus jogadores, tenho esses jogadores para a competição. Gritei no primeiro tempo pois sabíamos o que o Bragantino ia fazer. Faltou intensidade no meio-campo no primeiro tempo. Queremos melhorar, estamos trabalhando para isso. Eu quero que o torcedor goste, que sua pergunta seja elogiosa. Queremos isso, vamos insistir porque nossas equipes não evoluiu ainda como todas as equipes hoje precisam evoluir".
Avaliação do próprio trabalho
"A minha avaliação, pelos resultados, é ruim. Tenho que melhorar no geral".
Desfalques
"Não queria entrar nessa coisa, de desfalque, Renato Augusto... Jogar responsabilidade nisso. Vamos ver o Renato na reapresentação, que está treinando e bem evoluído. O Rojas também, ver como vai se posicionar, estava jogando normalmente, tem ritmo de jogo. Vamos ver o que podemos fazer a partir de amanhã".
Luan
"Pergunte ao torcedor do Corinthians, esquece podcast. Se querem o jogador no jogo. Não cabe a mim responder, foi antes de mim. Transfere a pergunta. Ele conversou comigo, sim, mas para ser bem claro: o torcedor foi lá e disse que não quer o Luan aqui, pois não foi justo. Por que vamos comprar essa briga? No podcast se fala o que quer, mas é outro questionamento maior que esse".
Moscardo e substituições
"Fiz um zagueiro lateral, já tinha feito com o Murillo. Tem que botar, eu botei o Vitor Roque com 16 anos. É grande, tem boa saída, bom combate. E o meio-campo do Bragantino é intenso. Achei que ele poderia ajudar".
O que falta?
"Se folha salarial ganhasse campeonato, seria complicado. Futebol tem muita comparação, mas no futebol o time menor pode ganhar do melhor, é o único esporte. Não é pelo salário que tem que render, quem ganha mais geralmente é mais talentoso. Falta avançar coletivamente. O segredo está nisso aí".
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