Fernando Diniz foge de saia justa e dribla assunto Ancelotti na seleção
O técnico Fernando Diniz evitou falar sobre Carlo Ancelotti em sua apresentação oficial na CBF hoje (5).
O que aconteceu
Técnico interino da seleção brasileira por um ano, Diniz não quis causar qualquer saia justa com o presidente Ednaldo Rodrigues.
A CBF espera ter Ancelotti, atualmente no Real Madrid, na Copa América em 2024. Fernando Diniz se recusou a comentar o planejamento.
O atual treinador do Fluminense se dividirá entre o clube carioca e a CBF nos próximos 12 meses. O presidente Ednaldo prometeu autonomia.
Em princípio, o contrato é de um ano e vou procurar fazer o melhor possível. Não decidimos se inclui a Copa América. Sei o planejamento da CBF, mas não vou falar o que vai ocorrer depois de mim com o Ancelotti ou não, vocês terão que apurar de outra forma. Meu rendimento é preparar bem o time para termos o melhor rendimento daqui para frente".
Diniz, em entrevista coletiva.
Outras respostas de Fernando Diniz
Conflito ético entre Fluminense e CBF
"A ética me fez suportar o sofrimento como jogador e ser o treinador que me tornei. Não fiz estágio, passei de jogador para treinador. É algo tranquilo para mim, uma chance de mostrar que o futebol não está acima da ética e vida, é um espaço de convivência para colocar a nossa vida. É complexo? Sim. Terei que fazer convocação e tomar decisões, o senso de justiça irá me pautar como sempre. E vão avaliar, não estou aqui para pedir para que pensem de um jeito ou não. Estou tranquilo e, nesse ponto de ética, a CBF apontou para a pessoa certa", disse Fernando Diniz.
Como resolver isso em termos práticos? "
É um tema que tenho a tarde toda para falar, de ética mesmo. É uma questão prática recheada de subjetividade. Meu critério será baseado na ética. O fato concreto tem que acontecer. Antecipamos a chance de acontecer, mas vou convocar o melhor para a CBF, olhando o cenário como um todo. Você sabe que sempre há questionamento na convocação, mas não em falta de ética. Farei o melhor do que tenho de conhecimento, justiça e ética, algo que preservo muito".
O que pensou ao deitar ontem e acordar hoje
"Muita alegria, com possibilidade de contribuir para o crescimento do futebol brasileiro. Vou me empenhar ao máximo, o futebol para mim é a vida em movimento. Vou fazer o melhor para levar alegrias ao torcedor brasileiro e ao mundo do futebol como um todo".
Preocupação com o torcedor do Fluminense e possibilidade de ser 100% seleção
"Essa questão de ser exclusivo da CBF não foi nunca mencionado. Para falar a verdade, nesse momento de competições com o Fluminense eu nunca sairia, apesar do sonho. Teria que adiar. Fizemos isso em seis mãos, CBF, Mário e eu. Ponderamos muitas coisas e sou muito grato ao Fluminense, ao torcedor, que tenho conexão especial desde 2019. Creio que a maioria vai entender e me sinto à vontade para desempenhar o trabalho. Não será fácil, mas muita gente pensou nisso e creio que a decisão será um grande acerto".
E daqui a um ano? E Neymar
"Se resgatarem entrevistas minhas, não sou muito de projetar futuro. Quero cumprir o prazo de 12 meses, com um dia de cada vez, fazendo o que eu puder fazer para as coisas caminharem bem. Sobre o Neymar, a palavra que me vem é quase como uma aberração. Um super talento, que demora muito para nascer outro. O Brasil tem a sorte de ver jogadores assim de tempos em tempos. Temos que aproveitar um talento como esse, é um extra-série de todos os sentidos quando se trata de jogar futebol".
Todos os jogadores elogiam o seu treinamento diário, repetição, movimentos. Como lidar com a falta de um dia a dia na seleção?
"É uma coisa que interfere, o menor tempo, mas eu falei no começo da entrevista que o básico conseguimos passar em pouco tempo, com um alicerce para aos poucos difundir a ideia aos poucos. O jogo vai conseguir ter fluência conforme vamos nos encontrando, mesmo com pouco tempo. Em pouco tempo, consegui colocar alguma coisa do trabalho nos clubes que trabalhei. Não faremos mudanças táticas radicais em uma ou duas semanas de treino, mas algo sempre conseguimos melhorar. Meu trabalho não se resume ao olhar comum de sair jogando com goleiro e toque de bola, o futebol é mais que isso. Para isso acontecer, outras precisam estar bem sedimentadas. Vou partir do pressuposto de aproveitar bem o tempo e aos poucos os jogadores vão aproveitar as ideias táticas que tenho na cabeça".
Vai convocar os melhores no momento ou base para 2026?
"A princípio, a minha ideia é convocar os melhores para ganhar o próximo jogo. É a melhor maneira de conduzir a seleção. Nesse processo, obviamente podemos convocar para preparar e sentir o ambiente, mas penso que o melhor é convocar os melhores do momento. E se pudermos trazer jogadores para ambientar, melhor".
Técnico do Fluminense na ausência
"Temos conversado sobre isso, pode ser o Eduardo Barros, um pouco meu rosto quando não posso participar dos jogos. É recente, não precisa ser exatamente assim. Vamos procurar deixar o Fluminense preparado para, quando eu voltar, disputarmos bem todas as competições que tivermos para disputar".
O que fez ontem depois da assinatura?
"Gostaria de ter tomado alguma coisa, mas estou com a minha família de férias no Rio de Janeiro, sabem que sou de São Paulo. Fui jantar e celebrar esse momento tão importante na minha vida".
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