O que Diniz, CBF e Flu combinaram para que o técnico assumisse a seleção
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, afirmou que o clube colocou à mesa algumas exigências na negociação com a CBF para que Fernando Diniz pudesse ocupar o cargo de técnico interino da seleção brasileira, enquanto se mantém no Tricolor.
"Ponderamos muitas coisas. Sou muito grato ao Fluminense, à torcida do Fluminense, e acredito que a maioria vai entender. Da maneira que ficou, me sinto muito à vontade para desempenhar o meu trabalho", disse, Diniz.
O que aconteceu
O mandatário contou que o clube das Laranjeiras apresentou planejamento e condições para que não fosse prejudicado.
Nas tratativas com a CBF, ficou acordado que Diniz não vai dar expediente na entidade e não vai perder jogos do Flu.
Além disso, é sabido que o técnico não terá disponibilidade para fazer excursões para acompanhar jogos de campeonatos europeus.
A CBF pagou ainda ao Tricolor uma compensação financeira, proporcional ao que seria a multa rescisória do contrato.
Como isso foi desenhado?
Mario disse que foi procurado por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, na última semana, após a classificação contra o Sporting Cristal, na Libertadores.
O mandatário tricolor, então, fez uma chamada de vídeo com o diretor de futebol Paulo Angioni, o diretor de planejamento Fred e Diniz.
"O Fernando [Diniz] pediu para estar com o presidente Ednaldo. Na segunda à noite, fomos à CBF e conversamos com o presidente. Foram colocadas condições para ele estar à frente dos dois projetos. O presidente disse para que o Fluminense construísse um desenho para não ser prejudicado. ", disse Bittencourt.
O que Mário Bittencourt falou?
Não há conflito. "Ele não vai se dedicar 24 horas. No fim de agosto ele vai fazer uma convocação, e se apresenta no dia seguinte. Não vai deixar de comandar o Fluminense nos jogos. Nas datas Fifa, o auxiliar dele vai dar os treinos nesse período. Lógico que avaliamos a Libertadores e levamos condições à CBF. Todos do Fluminense opinaram. Se isso não prejudica o Fluminense, aceitamos. Acho que não há nenhum conflito".
Explicar o trabalho à CBF. "Fernando deixou muito claro ao presidente da CBF que a montagem ali [seleção brasileira] não poderia atrapalhar o Fluminense. Ele disse que só poderia aceitar depois que eu explicasse ao presidente como funciona meu trabalho. Se o presidente da CBF pedisse a ele para dar expediente em uma sala, ele diria: 'desculpe'".
Coletiva adiada por causa do treino. "Só para ter uma ideia, o presidente da CBF queria que a coletiva fosse hoje pela manhã, mas o Fernando disse que era impossível porque tinha treino aqui. De hoje até a apresentação, ele vai se dedicar 100% do tempo de treino ao Fluminense".
Sem excursão. "Fernando é um treinador que mora sozinho no Rio, em um hotel. É um profissional que se dedica 18 horas ao trabalho, seis para dormir e o resto fala com a família pelo telefone. Ficou muito claro para o presidente da CBF que não terá agenda para o Fernando excursionar pela Europa para ver jogos e jogadores que vão ser convocados. Tudo isso foi combinado".
Receio de perder o técnico. "Se fosse uma condição, pagar a multa e tirar o Fernando, não aceitaríamos e ele também não. Fomos lá para conversar porque não aceitaríamos que o Fluminense fosse prejudicado. Mas tínhamos o receio de perdê-lo por inteiro no meio do caminho".
O que Diniz falou?
Cogitou deixar o Flu? "Questão de ser exclusivo da CBF não foi mencionada em nenhum momento. Para falar a verdade, neste momento, jamais sairia do Fluminense para ser só da CBF. Embora fosse um sonho, seria uma coisa que teria que adiar".
Debate sobre condições. "Poderamos muitas coisas, sou muito grato ao Fluminense, à torcida do Fluminense, e acredito que a maioria vai entender. Da maneira que ficou, me sinto muito à vontade para desempenhar o meu trabalho. Acredito que foi um grande acerto".
Trabalho duplo. "Vou me dedicar 100% onde estiver. Quando estiver no Fluminense, dedicação total. Vou sair daqui e estudar o Inter. Quando estiver na Seleção, vou me centrar e me dedicar totalmente à Seleção. Claro que sou ser humano e não dá para fazer corte radical. Minha dedicação vai ser máxima onde estiver naquele momento".
Técnico do Fluminense na ausência. "Temos conversado sobre isso, pode ser o (auxiliar) Eduardo Barros, um pouco meu rosto quando não posso participar dos jogos. É recente, não precisa ser exatamente assim. Vamos procurar deixar o Fluminense preparado para, quando eu voltar, disputarmos bem todas as competições que tivermos para disputar".
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