Como fica tabuleiro de Libra e Forte Futebol após Atlético-MG 'pular muro'
O posicionamento do Atlético-MG de assinar com a Libra e deixar a Liga Forte Futebol é a movimentação mais recente no tabuleiro. Isso envolve os blocos comerciais para venda dos direitos de transmissão dos principais clubes do país a partir da edição 2025 do Brasileirão.
No momento, a criação de uma liga única parece mais distante, embora os dois lados digam que isso ainda é possível no futuro. Mas o cenário é de divisão de modelos comerciais, com intermediários e investidores iniciais distintos.
Quem está na Libra
Com a adesão do Atlético-MG, a Libra passa a ter nove integrantes da atual Série A do Brasileirão. O bloco, ao todo, conta com 16 integrantes.
Série A: Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Santos, Bahia, Red Bull Bragantino e Atlético-MG
Série B: Vitória, Ponte Preta, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino e Sampaio Corrêa.
O Galo decidiu aderir à Libra (Liga do Futebol Brasileiro), por entender que essa mudança representará, no longo prazo, maiores benefícios financeiros e institucionais para o Clube. O Atlético sempre lutou por maior equidade e equilíbrio entre os times do futebol brasileiro e seguirá, na Libra, defendendo firmemente suas posições.
O que eles já assinaram?
Um memorando de entendimento para um acordo de exclusividade com o fundo Mubadala. A ideia é que o grupo dos Emirados Árabes Unidos seja o consultor da negociação em bloco dos direitos de transmissão. Já há uma prospecção de parceiros comerciais no mercado.
Os clubes da Série B já acionaram um gatilho para recebimento de R$ 3 milhões do fundo como sinal. O Mubadala é assessorado pelo banco BTG.
Os membros da Libra que quiserem podem vender 12,5% dos direitos ao Mubadala por 50 anos. Isso não é obrigatório. Palmeiras e Flamengo, por exemplo, não mostram interesse nessa hipótese e preferem manter 100% dos direitos.
Quem está na Liga Forte Futebol
O grupo tem 21 signatários até o momento, depois da saída do Atlético-MG.
Série A: Fluminense, Athletico, Fortaleza, Cuiabá, Goiás e América-MG
Séries B e C: Ceará, Sport, Avaí, Chapecoense, Juventude, Atlético-GO, Criciúma, CRB, Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA, Brusque e Operário.
O que eles já assinaram?
Os clubes venderam 20% dos seus direitos de transmissão do Brasileirão para os investidores Life Capital Partners e Serengeti Asset Management pelos próximos 50 anos, a partir de 2025.
O compromisso de aporte no bloco durante o período é de R$ 2,35 bilhões, sendo cerca de R$ 500 milhões na primeira parcela com um adiantamento feito pela XP Investimentos.
É um passo fundamental para a redução dos desequilíbrios financeiros que afetam a competitividade do futebol brasileiro, com impactos diretos na qualidade do espetáculo e em sua atratividade comercial. A partir desse passo decisivo, continuaremos buscando a formação da Liga Unificada.
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense
E o bloco 'intermediário'
Quatro clubes, todos SAF, se desvencilharam dos acordos originais e desenharam um modelo intermediário: Vasco, Cruzeiro, Botafogo e Coritiba. Os três primeiros fizeram parte da Libra, mas saíram. Já o Coxa tinha se associado inicialmente ao Forte Futebol.
O acordo desse grupo é com o mesmo investidor da LFF, o grupo Serengeti e a Life Capital Partners.
O que eles decidiram, no entanto, é unir forças ao Forte Futebol para "formar um bloco comercial único para a venda coletiva de direitos de transmissão a partir de 2025 e nos 50 anos subsequentes".
Acreditamos que esta nova parceria fortalecerá o futebol brasileiro, tornando-o mais competitivo, atrativo, sustentável e capaz de nos próximos anos disputar uma posição entre as maiores ligas do mundo.
Quem falta decidir?
Internacional, Náutico e ABC. Os três incialmente largaram nessa corrida no lado do Forte Futebol, mas não está descartada a hipótese de adesão à Libra.