Globo aposta em diversidade e quer bater recordes na Copa feminina

O Grupo Globo se prepara para a maior cobertura de Copa do Mundo feminina da história. Depois de transmitir pela primeira vez em TV aberta a edição de 2019, a emissora aposta em diversidade e investimento para bater recordes.

Mais mulheres

Se há quatro anos Ana Thaís Matos era a única mulher a ser parte a equipe, desta vez ela chega acompanhada por mais 11. São três narradoras (Renata Silveira, Natália Lara e Isabelly Morais), além das comentaristas Alline Calandrini, Renata Mendonça, Rafaelle Seraphim, as repórteres Gabriela Moreira e Denise Thomaz Bastos e a apresentadora Bárbara Coelho, que vão fazer parte do time da Copa. Além delas, Erika e Formiga vão ser convidadas especiais.

A mudança na redação começou a acontecer a partir de 2018, quando a Globo identificou que precisava apostar na representatividade na TV e nas outras plataformas. O elenco aumentou em 61% com essa proposta.

"É uma aposta, investimento. Nenhuma empresa investe tanto quanto a gente. Somos quem mais transmite futebol feminino no Brasil. É mais que um negócio, é um posicionamento. Queremos comunicar algo. Vem com uma profunda transformação nas nossas redações. É algo sólido, consistente. Jornada longa, mas que vamos continuar em frente sem recuar um passo", explicou Renato Ribeiro, diretor de produção e conteúdo de esportes.

Em 2019, quase 20 milhões de pessoas acompanharam a final da Copa feminina entre Estados Unidos e Holanda, a maior audiência em um único país.

Segundo números da emissora, ano passado 89 milhões de pessoas foram impactados pelo futebol feminino na Globo. Na Supercopa deste ano foram 42 milhões.

"Vendemos 17 cotas de participação entre Globo e SporTV. As marcas percebem que há interesse e está aumentando. Precisamos de maior investimento dos clubes, das entidades, profissionalização das atletas. A Fifa não conseguiu vender todos os direitos que queria e vários pacotes estão atrelados com o masculino. Mas a casa do futebol feminino no Brasil é a Globo", disse Joana Thimoteo, diretora de eventos de esporte.

Cobertura remota

Depois das Olimpíadas de Tóquio, onde nenhuma equipe de transmissão viajou por causa da pandemia, a Globo desenvolveu e apostou cada vez mais em coberturas remotas. Na Copa feminina, a emissora enviará menos equipes para focar em notícias ao vivo.

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Portanto, comentaristas e narradores vão permanecer no Brasil, assim como outros apresentadores de programas.

Questionamento no Brasileirão

Apesar do investimento, a falta de transmissões e muitos jogos no escuro no Campeonato Brasileiro feminino foram sentidos pelos torcedores.

A Globo só foi transmitir o primeiro jogo nas quartas de final, quando exibiu três partidas em TV aberta.

A emissora tem os direitos exclusivos de transmissão da primeira divisão feminina. O SporTV passou dois jogos por rodada.

Por isso, algumas partidas ficaram sem qualquer transmissão ou a cargo dos clubes.

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"Não é exclusivo do Brasileirão feminino. A Copa do Brasil a Globo só entra nas oitavas. Temos um modelo de entrar nas fases decisivas. A Copa do Mundo é uma evolução. Dessa vez vamos com sete jogos independentemente de o Brasil avançar ou não", defendeu Leonora Bardini, diretora de programação e marketing da Globo.

Apostas e recorde

"Queremos recordes", garante Leonora Bardini quando questionada sobre qual a expectativa de audiência da Globo para o Mundial.

Mesmo em um fuso horário de 13 horas a mais, a Globo acredita que os jogos da seleção são em horários importantes para a TV aberta. O Brasil estreia às 8h (de Brasília) e depois faz duas partidas às 7h (de Brasília).

A emissora também vive uma expectativa por um decreto de ponto facultativo por parte do Governo, algo que foi colocado como ideia, mas ainda não aconteceu.

Pioneira em 2019, Ana Thaís celebra a nova fase. "Quando olho pra 2019, acho que o grande acontecimento é ter criado uma história. Temos mais contadoras de história, outro ponto de vista. Em 2019 tivemos Luís Roberto, Galvão, Cléber Machado. Quatro anos depois temos mais mulheres, acreditamos nesse processo para trazer mais pessoas. Sempre acreditei que chegaria onde estamos e acho que vamos crescer mais", contou.

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