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Luxemburgo embala pagode e se irrita com Conmebol: 'Não somos cobaias'

Técnico do Corinthians passou por descontração e revolta em entrevista coletiva Imagem: NELSON GARIBA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

12/07/2023 01h11

O técnico Vanderlei Luxemburgo, do Corinthians, viveu momentos de descontração e revolta na entrevista coletiva após a vitória da equipe sobre o Universitario, em jogo da Sul-Americana realizado na noite desta terça-feira (11).

O que aconteceu

Luxa iniciou a sessão brincando com Felipe Augusto. O autor do único gol da partida falava sobre sua atuação e acabou auxiliado pelo treinador, que embalou um ritmo de pagode para ajudar o jovem na resposta.

Ao analisar o jogo, o técnico ironizou jornalistas. Ele rebateu comentários sobre ter "faltado alguma coisa" no desempenho contra os peruanos e voltou a reforçar a evolução do Corinthians que, segundo ele, não é vista por todos.

No fim da coletiva, Luxemburgo se irritou com a Conmebol ao abordar o surto de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) que atinge o Peru — o país vai sediar o duelo de volta entre as equipes na semana que vem.

Veja respostas de Luxa

Placar magro? "Uma Sul-Americana é quase uma libertadores. Faltou um pouquinho a mais? Tem um adversário. Eles jogaram com linha de cinco o tempo todo e por uma bola. Quase encontraram no final do jogo. Fizemos uma vantagem. Sempre falta um pouquinho mais... Claro, ganhar de mais é melhor, mas fizemos por merecer o resultado. Eles não tiveram no 1º tempo nenhuma oportunidade, tiveram no final do jogo. Tivemos que atacar contra uma linha de cinco. Fizemos um jogo taticamente muito correto e conseguimos levar vantagem pra la, tivemos intensidade, mas faltou um pouquinho a mais..."

Evolução. "Tenho falado que estamos crescendo, mas vocês não acreditam. Eu respeito, é opinião sua. A molecada no dia a dia passa confiança. Tudo parece que é uma desculpa. Consegui, lá atrás, quando comecei o trabalho, a encontrar um jeito. Contra o Atlético-MG, perdemos e lancei o Paulinho de volante. Aí perdi ele, tive que refazer... é um trabalho em que você está trocando pneu com carro andando, mas existe evolução. Você não pega tantos moleques como pegamos agora se não tiver confiança, segurança... essa mescla está dando resultado. Estamos começando a encorpar. Existe um crescimento em um trabalho de elenco buscando melhorar. Às vezes não acontece o resultado, mas você vê o time envolvendo no 2° tempo contra o Athletico, o Bragantino, o América-MG... A molecada está ocupando espaço, e digo que é um momento importante da vida deles. Isso não acontece todo dia. É pegar esse momento, acreditar e se divertir. Jogar bola é divertimento, é irresponsabilidade com responsabilidade."

Trabalho até dezembro. "A função de um técnico é montar equipe, pegar a base... estou contratado até o fim do ano. Tenho que fazer trabalho de momento, que é buscar boa posição no Brasileiro. Temos condições de brigar na Copa do Brasil, que está em aberto. O América-MG tem vantagem, mas temos condições. Sou pago para fazer pelo Corinthians, não faço pra mim. É para o clube. Estou satisfeito não com o resultado, mas de olhar algumas coisas acontecendo na formatação de todo esse processo. É um processo duro, mas que a gente está acostumado a fazer."

Conversa com diretoria. "Não é mole pegar essa molecada e acreditar. O Moscardo entrou em momento duro e mostrou personalidade, mas é duro pegar um moleque e acreditar que ele vai entrar e jogar. A nossa função é resultado de momento, mas também abrir uma porção de leque. As pessoas tem uma imagem que eu sou radical, não: é sempre em consenso com a diretoria e fazendo aquilo que pode ser feito. O Duilio senta diariamente com a gente, o Alessandro a mesma coisa. Eu durmo lá quando o treino é de manhã para começar cedo o trabalho. A diretoria tem dado apoio para nós."

Giovane e Pedro. "O Giovane é um jogador que estava na seleção, ele vai virar meme depois que deu aquele chute [Giovane furou uma finalização pouco depois de ter entrado]. Vai ser um negócio de doido, ele vai aparecer com a bunda quicando. Falei: 'calma, entra devagar, respira, começa a dar toque'. Ele entrou querendo... Depois, ele começou a entrar no jogo, é velocista, canhoto, puxa muito pra dentro, é muito forte. Ele entrou um pouco nervoso. O Pedro vai aprender, é um jogador muito rápido, habilidoso e insinuante. Na zona onde tomou porrada, é onde tem que tocar a bola. Duvido que aquele jogador faria aquilo se estivesse dentro da área. Naquele setor, não é para driblar, é para tocar a bola. Ele tem talento e sabe jogar, mas vai aprender a ocupar espaço e a não tomar pancada onde não tem que tomar."

Felipe Augusto titular? "O Felipe fez o gol, se todo mundo que fez o gol está se escalando, estou roubado. Sobre Maycon: eu tenho vantagem numérica, coloquei um meia pelo lado para termos uma melhor bola e fazer a jogada chegar com mais facilidade na frente. Tínhamos vantagem numérica, não tinha porque ficar com o Bidu."

Surto no Peru. "O Peru é um país coirmão, já fui ao Peru diversas vezes jogar com a seleção, jogar Libertadores. É muito agradável. Mas independente do país, um surto é um surto, a pandemia é uma pandemia em qualquer lugar. Nós não somos cobaias. Quem é o responsável por nós viajarmos lá e pegarmos algo lá? Quem vai ser o responsável? Tem um decreto federal do ministério que diz que tem surto, e isso tem que ser respeitado. Até quando o futebol vai ser tratado por pessoas que não conseguem entender que isso é um problema muito sério? Não queremos deixar de jogar no Peru, pelo contrário, mas neste momento é preciso de responsabilidade para as pessoas que vão estar lá não correrem riscos. Os profissionais de imprensa não vão mais para lá, por que não muda de local? Por que temos que ir lá jogar? É muito sério, não é brincadeira. Sempre tem que ter uma morte para que as pessoas que comandam o futebol tenham mais responsabilidade? É complicado. Houve decreto de surto e sou obrigado a ir por decisão da Conmebol? Tenho que me expor e expor minha equipe? É preciso de mais responsabilidade por parte das pessoas que estão no futebol."

Renato Augusto. "Foi uma programação para ele entrar, ele entrou, mas parecia uma DKV [carro antigo]: demorou um pouquinho para engrenar o motor, mas depois pegou e foi embora, que nem antigamente. Ele precisa de mais leveza. Vamos ver a evolução dele para que ele possa superar. É decisão. Temos que pensar com calma. O Rojas está liberado e tem treinado muito bem."

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