Dorival exalta 'valentia' do SPFC, se esquiva sobre Abel e faz pedido à CBF

O técnico Dorival Júnior, do São Paulo, celebrou a "valentia" de sua equipe na vitória sobre o Palmeiras, que garantiu a equipe do Morumbi na semifinal da Copa do Brasil. Ele ainda evitou falar sobre Abel Ferreira e fez um pedido à CBF.

Sem retranca. "Foram dois jogos em que pouco sofremos contra uma equipe que naturalmente cria muito e que sofre poucos gols. Isso tem que ser reconhecido: nossa equipe foi valente em todos os momentos. Não viemos aqui para nos defender. Deixei claro aos jogadores desde o 1° trabalho que não poderíamos fugir das nossas características. Era tentar fazer com que o Palmeiras sentisse a partida através da condição que nós impuséssemos, e não que ficássemos na espera do que eles pudessem criar. Foi uma estratégia ousada."

Alisson recuado. "Foi muito bem e esteve agressivo no combate. O Alisson está se especializando nessa função, espero que se dedique ainda mais. Foi mais ou menos o que aconteceu com outros jogadores que, de repente, deram um passo atrás em termos de posição e fizeram com que as suas carreiras mantivessem um crescimento. Para ele, desenvolver e executar mais funções faz com que tenhamos um leque maior.

Abel x Calleri virou motivação? "Em momento nenhum. Eu queria que o São Paulo jogasse futebol e que o resultado fosse decidido sem interferência da arbitragem: que vencesse a melhor equipe. Foi o que buscamos fazer. Não preciso usar qualquer artimanha para motivar jogadores de uma grande equipe, preciso orientá-los, dar oportunidade para eles conhecerem o adversário e buscarem situações para envolver, nada além disso. O trabalho do treinador tem que ser focado ali dentro."

Calendário. "Até gostaria de falar: a gente tenta melhorar o campeonato e a sequência é desgastante. É um pedido à CBF: fazer com que as equipes que jogassem às quintas e que joguem no domingo, que este segundo jogo pudesse ser às 20h, para termos pelo menos o domingo [livre]. Se tivéssemos pelo menos a parte da tarde [de domingo], teríamos um espetáculo melhor."

Dorival Júnior, técnico do São Paulo, gesticula com jogadores durante jogo contra Palmeiras
Dorival Júnior, técnico do São Paulo, gesticula com jogadores durante jogo contra Palmeiras Imagem: Miguel Schincariol/Getty Images

Pablo Maia. "Perdemos o Pablo e a equipe jogou por esse garoto, que nos entregou coisas fundamentais na recuperação da equipe. Hoje, tínhamos que retribuir a falta de um jogador importante."

Desabafo sobre técnicos brasileiros. "Eu continuo dando sorte, prefiro resumir desta maneira, até porque todos os trabalhos que tivemos, tirando sete grandes equipes de zona do rebaixamento, chegando em 13 conquistas e 5 vice-campeonatos... é muita sorte. A gente vai continuar trabalhando nesse sentido, competência é pouca. Por isso chegamos às 7h e saímos às 19h, porque temos que trabalhar muito já que nos falta o principal. A realidade é essa: o treinador brasileiro nunca tem valor, ele encontra resultados, as coisas caem no colo da gente. É um aspecto interessante. Dificilmente, as pessoas vão perceber que essa equipe tem padrão, assim como a maioria das equipes em que trabalhei. A maioria das minhas equipes joga bola. Por isso que continuo trabalhando desta maneira e tendo muita sorte."

Gol anulado de Calleri. "Falo sobre o gol e foi gol. Era para ter sido dado o gol. Faríamos 2 a 1 naquele momento e isso nos deixaria mais tranquilos. Falei isso para o Daronco e para a comissão. Não estou levantando nenhuma situação desnecessariamente. Foi um gol lícito, normal. Em muitos lances do Brasileirão, existem cargas e os gols são confirmados. Para mim, foi uma surpresa ter sido anulado um gol que, na minha opinião, foi legítimo. Não é erro, é momento, ambiente, jogo decisivo, nervoso... todos nós temos esse direito. Às vezes erramos de uma maneira clara, às vezes erramos de uma maneira que não seja natural. É um fato. Ele [Daronco] teve boa arbitragem. O lance específico, para mim, foi gol, e falei isso para ele."

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Manutenção do elenco. "Seria fundamental. Não podemos quebrar esse ciclo. Estamos começando a adquirir padrão e isso vai ser fundamental daqui para frente. Em nenhum clube que passei exigi contratações, nunca fiz isso. Por isso valorizo os trabalhos que fiz. Cada equipe foi formatada de acordo com as características de jogadores que encontrei no local, sempre usei muito a base. Por isso que procuro ter um cuidado muito grande com meu grupo de jogadores para que eles possam me entregar, e tento tirar o máximo de cada um deles. Uma equipe motivada, valorizada, reconhecida e treinada nos entrega coisas que parecem inatingíveis. Tendo uma lisura com os atletas, eles se preparam ainda mais para que possam entregar em um curto período coisas que, em outros momentos, não alcançassem."

Pressão palmeirense no início do jogo. "É uma situação que o Palmeiras usa muito bem, principalmente atuando aqui dentro. Mesmo fora de casa, percebemos o mesmo tipo de reação, e aqui dentro ainda mais. O Palmeiras tem uma característica interessante, e sempre tirou muito proveito dessa condição. Realmente, começamos sem a confiança de trocar passes que seriam necessários para a construção. Nunca tivemos a insegurança que demonstramos neste início, o que é um fato natural, a marcação era quase que de três homens de ataque para cima daquele que tivesse a bola. Você acaba, em um erro, comprometendo um possível resultado. Por isso que todo cuidado seria pouco. Deixei os jogadores à vontade para fazer uma bola mais alongada para que nossos atacantes brigassem. Ao longo da partida, fomos nos acertando, voltamos a ter a bola no chão e fizemos um futebol de aproximação. Isso foi muito importante para buscarmos uma virada."

Últimos anos do São Paulo. "Os resultados acontecidos em anos anteriores precisam servir de experiência para que a gente não volte a ter aquele sabor que tivemos, abordei desde a minha primeira reunião com todo o grupo. É necessário que a gente transforme tudo isso em força. Estamos caminhando muito em razão da dedicação, do trabalho e do comprometimento que está existindo. Amanhã, estaremos no CT buscando a recuperação de alguns e a sequência de outros. O padrão tem sido mantido. Fico muito satisfeito com todo o trabalho. As pessoas estão se entregando demais para que momentos passados não voltem. É obrigação do treinador estar sempre alertando para que algumas coisas não tirem nosso foco, que é estarmos em finais de competições. É essa luta que vamos continuar tendo."

Caio Paulista. "Ele vem crescendo muito e está sendo, na minha opinião, um dos destaques do Campeonato Brasileiro e talvez pouco falado. Precisam ter uma atenção maior. O Caio talvez esteja fazendo seu melhor ano na carreira. Eu o conhecia há algum tempo e sinto que, hoje, é um jogador muito mais maduro, consciente e confiante."

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