Torcedores criam a 'Canarinha Guerreira' e lançam vaquinha por ida à Copa

"Uma homenagem da torcida para a seleção brasileira feminina". Esta foi a mensagem que levou o publicitário Gabriel Morais e um grupo de apaixonados por futebol a criar, de forma independente, a Canarinha Guerreira, a "mascote oficial da torcida brasileira".

Representação do "espírito da seleção feminina", a Canarinha promete agitar a torcida durante a Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia, mas conta com doações para atravessar o globo e reforçar o elenco de Pia Sundhage.

A gente percebeu que a seleção feminina não tem mascote. A masculina tem o Canarinho Pistola, aquele macho alfa, bravo, arrogante. E ele não traduz o espírito da seleção feminina. Aí a gente teve a ideia de lançar a Canarinha, como uma forma da torcida homenagear as nossas jogadoras Gabriel Morais

O grupo lançou esta semana a campanha de financiamento coletivo — no site benfeitoria.com — que visa arrecadar R$ 10 mil. E quem ajudar poderá escolher uma recompensa, como um cartão postal ou até uma pelúcia da Canarinha. A prenda varia de acordo com o valor doado.

"A gente tem uma tarefa cinco vezes maior por causa do câmbio. O foco neste momento é ter sucesso na nossa campanha de financiamento coletivo e manter a Canarinha lá [na Copa] pelo maior tempo possível", explicou Gabriel.

Versão feminina do Canarinho Pistola?

Canarinha Guerreira, mascote não oficial da seleção brasileira feminina
Canarinha Guerreira, mascote não oficial da seleção brasileira feminina Imagem: Divulgação

Nada disso. Apesar da semelhança, o grupo de torcedores teve um "cuidado muito grande para ela não ser a versão feminina do Canarinho Pistola". A ideia, segundo Gabriel, é "criar algo novo".

A semelhança, porém, não é à toa, já que o grupo tem parceria com a Bonecos e Mascotes — responsável pelo Canarinho Pistola. A empresa participou das escolhas, por exemplo, de traços e ornamentos da personagem. O resultado final, porém, "foi uma construção a várias mãos".

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A apresentação oficial da Canarinha será em 20 de julho — data do início do Mundial. A expectativa é que ela esteja na Austrália já na estreia do Brasil, dia 24, contra o Panamá.

Correspondente da torcida na Austrália

Enquanto corre contra o tempo para levantar o dinheiro necessário, o grupo traça estratégias para popularizar a Canarinha Guerreira.

Como ela é uma personagem, a gente quer criar essa relação com a torcida. Estamos em contato com várias torcidas da seleção brasileira. Estamos pensando em atividades em conjunto no Fifa Fan Fest, dentro e fora dos estádios, para a gente conseguir fazer essa integração Gabriel Morais

A ideia é que, durante o Mundial, a Canarinha seja "uma correspondente da torcida", produzindo conteúdos, acompanhando jogos, interagindo com os jogadores e, quem sabe, participando da festa do primeiro título mundial da seleção feminina.

Gabriel também está ansioso para o primeiro encontro da mascote com a delegação brasileira: "estou muito curioso para levar essa mascote para um treino da da seleção, para o hotel delas, ter essa interação e ver qual que vai ser a percepção delas".

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Canarinha Guerreira, mascote não oficial da seleção brasileira feminina
Canarinha Guerreira, mascote não oficial da seleção brasileira feminina Imagem: Divulgação

A CBF e o futuro

A falta de tempo e o desejo de criar algo 100% "da torcida" motivou o grupo a não procurar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade responsável pela seleção brasileira.

"A gente sabia que não ia conseguir apresentar essa ideia para a CBF e conseguir uma aprovação para entrar em produção, então preferimos fazer esse projeto de forma independente", contou Gabriel, que completou, "a gente está fazendo a mascote oficial da torcida brasileira, esse é o resumo da Canarinha Guerreira. Ela é da torcida para as jogadoras, uma homenagem para as nossas jogadoras".

E se engana quem pensa que a Canarinha é um projeto apenas para a Copa de 2023. Passado o Mundial, o grupo planeja ações no Brasil e até parcerias com clubes.

"Quem sabe a gente faz parcerias com times femininos, consiga dar mais visibilidade, trazer torcedores e a atenção da mídia para os jogos femininos, que são ótimos, com jogadoras super profissionais, talentosas e que precisam dessa visibilidade", falou Gabriel.

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