River esfria interesse do Fla por De la Cruz: 'Nem tudo na vida é dinheiro'

A diretoria do River Plate está confiante em manter o uruguaio Nicolás de la Cruz, mesmo com o interesse declarado do Flamengo. Um dos vice-presidentes do clube argentino, Ignacio Villarroel está no Rio para participar da Confut e explicou ao UOL o motivo.

Nem tudo na vida é dinheiro. Nico de la Cruz é um jogador da casa, que está em sua casa, no River. Ele representa os valores e a camisa do River. Mais do que a questão do dinheiro, ele está onde quer estar. Os jogadores têm a última palavra. Ele está contente no River, em um lugar onde compete, onde o veem. É um jogador e uma pessoa que respeita os contratos

Ignacio Villarroel

O que aconteceu

O interesse do Flamengo é de conhecimento do River porque o rubro-negro fez contato direto.

Por outro lado, o time argentino "sentou em cima" da multa do meio-campista, como disse o vice de futebol, Marcos Braz. O valor é de US$ 16 milhões.

A queda de braço com o River fica mais curiosa por causa da diferença do cenário econômico entre Brasil e Argentina.

Mesmo assim, a diretoria do River mantém a visão de que o clube é atraente, apesar da concorrência de um vizinho mais rico.

"Muito além do econômico, o verdadeiro atleta quer vir para o River porque sabe que ali cuidam dele, o respeitam e o protegem. É por estar em um plantel muito sadio, com muitos valores e que competem todos os anos, sempre para ganhar. Campeonatos locais e internacionais. É o valor que tem o River", disse Villarroel

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O cenário continental

O dirigente traz o cenário no qual, em valores convertidos, "o Fluminense ganha US$ 45 milhões por temporada só com TV. Flamengo e Corinthians têm o mínimo garantido. E o River ganha por ano US$ 5 milhões da televisão", segundo o Villarroel. (NR: O Fluminense, na verdade, faturou R$ 151 milhões em direitos de TV na temporada 2022, isso dá aproximadamente US$ 30 milhões)

"No mundo, os direitos de TV são a principal fonte de receita. Na Argentina, não. Como se compensa isso é com criatividade, com os 300 mil sócios que o clube tem, patrocinadores, com a transparência. Os desafios são muitos, mas há ferramentas para compensar, esperando sempre que a Argentina se estabilize do ponto de vista econômico e possamos ser mais competitivos", afirmou ele, que acrescentou:

"A situação econômica na Argentina é complexa. Futebol é um esporte globalizado. Competimos a nível global e continental. Competimos com os clubes brasileiros, com os orçamentos dos brasileiros, com a economia. Como fazer? Com criatividade".

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