Polícia usa drones para reconstituir morte de palmeirense Gabriella Anelli
A Polícia Civil reconstituiu a morte da palmeirense Gabriella Anelli, vítima de violência no entorno do Allianz Parque antes do jogo entre Palmeiras e Flamengo, em 9 de julho.
O que aconteceu
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou ao UOL que o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) já começou a atuar no caso da morte de Gabriella.
O departamento assumiu as investigações do crime após pedido do Ministério Público, que manifestou desconforto em relação à forma como o Drade (Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva) iniciou o processo de investigação.
A reconstituição do crime aconteceu no sábado (15). Segundo a SSP, drones e Scanner 3D foram instalados na rua Padre Antonio Tomas, nos arredores do estádio do Palmeiras.
Ainda de acordo com a organização, "as imagens produzidas, aliadas aos depoimentos de testemunhas, auxiliarão nas investigações. Diligências seguem em andamento para o esclarecimento do crime".
A Polícia Civil tenta, agora, encontrar o homem que aparece arremessando a garrafa cujos estilhaços atingiram o pescoço de Gabriella Anelli.
Um torcedor do Flamengo foi preso no dia do crime, mas solto dias depois. O Ministério Público pediu a soltura, acatada pelo juiz, após imagens do momento do crime circularem na internet.
O suspeito, de acordo com os vídeos, não era Leonardo Felipe Xavier Santiago, que foi preso.
Entenda o caso
Gabriella Anelli morreu após ser atingida por estilhaços de uma garrafa, arremessada por um torcedor antes do jogo entre Palmeiras e Flamengo, no domingo (9). O caso, antes sob cuidados do Drade, agora será encaminhado para o DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Leonardo foi preso no dia do crime, em ação da Polícia Civil questionada pelo MP. O delegado do Drade Cesar Saad não foi quem registrou o caso no domingo (9) - ele estava de folga. O boletim de ocorrência foi assinado pelo agente que o substituía, Daniel José Orsomarzo.
Ao assumir a investigação, na segunda-feira (10), Saad afirmou que Leonardo havia confessado ter arremessado a garrafa que estilhaçou e atingiu o pescoço de Gabriella. No entanto, o UOL teve acesso ao depoimento do flamenguista, que declarou ter "arremessado algumas pedras de gelo".
Em seu depoimento, Leonardo negou arremessar objetos de vidro em direção aos palmeirenses e ressaltou que não sabia dizer por que foi reconhecido como autor do crime. Disse, ainda, que se arrepende de estar "no lugar errado, na hora errada". Vídeos do tumulto mostram outro homem, de barba e camisa cinza, arremessando a garrafa que poderia ter atingido Gabriella.
Sobre meninos e porcos
A violência entre torcidas foi retratada na terceira temporada do podcast UOL Esporte Histórias. A série "Sobre meninos e porcos" conta em seis episódios a história de como as torcidas organizadas saíram da festa e chegaram à violência.
O relato é centrado no assassinato de Cleo Sóstenes Dantas nos anos 1980, considerado o marco da chegada das armas de fogo às brigas de organizadas.
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