Dois países, 32 seleções e premiação recorde: Copa feminina será histórica

A Copa do Mundo feminina começa nesta quinta-feira (20) com a expectativa de ser histórica por uma série de motivos. O pontapé inicial será às 4h (horário de Brasília) em Auckland, na Nova Zelândia, que divide a organização com a Austrália em dez estádios. A final está marcada para 20 de agosto.

O ineditismo do evento já começa por aí, pois além de ser o primeiro na Oceania, será também o primeiro dividido entre dois países. Além disso, contará com uma participação recorde, pois o número de seleções saltou de 24 para 32, igualando a Copa masculina realizada no ano passado.

Outro fator é a igualdade de premiação anunciada pela Fifa. Segundo a entidade que comanda o futebol, os prêmios serão exatamente iguais aos distribuídos no Mundial do Qatar-2022, tornando-se um marco importante no reconhecimento do futebol feminino.

A estimativa é que a Fifa destine US$ 110 milhões (cerca de R$ 527 milhões) de premiação total no torneio, sendo que quase metade disso, cerca de US$ 49 milhões (cerca de R$ 235 milhões), serão divididos pelas 736 atletas que vão disputar a competição.

O valor destinado às jogadoras neste modelo de distribuição sem precedentes terá um impacto real e significativo nas vidas e carreiras dessas atletas. Além isso, cada federação também vai receber um valor recorde, baseado em sua performance Gianni Infantino, presidente da Fifa

Gianni Infantino, presidente da Fifa
Gianni Infantino, presidente da Fifa Imagem: Alexander Hassenstein - FIFA/FIFA via Getty Images

A aposta é que esse dinheiro ajude as federações a desenvolverem o futebol localmente e seja um estímulo para as atletas. Pelos cálculos, qualquer jogadora eliminada na primeira fase receberá US$ 30 mil (R$ 144 mil), e as representantes do time campeão ficarão com US$ 270 mil (R$ 1,3 milhão) cada. Na questão financeira, é um avanço significativo em relação às últimas edições.

A Copa feminina chega em um momento de crescimento da modalidade no mundo todo. Muitos países estão investindo, as estruturas estão melhorando e o Mundial ajuda a atrair os holofotes para mais apoio. Até por isso, a visibilidade da competição tem tudo para ser recorde.

No Brasil, os canais Globo e sportv vão transmitir o evento, enquanto no streaming a CazéTV exibirá as 64 partidas ao vivo. O canal do YouTube também exibiu a Copa masculina no Qatar e obteve mais de 500 milhões de visualizações, com recordes de audiência. Para o torneio na Austrália e Nova Zelândia, as cotas de patrocínio estão esgotadas, com empresas como Ambev, Cielo, Claro, Itaú e Visa.

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Oceaunz, bola oficial da Copa do Mundo feminina de 2023
Oceaunz, bola oficial da Copa do Mundo feminina de 2023 Imagem: Divulgação/Adidas

A realização da Copa feminina também contribui para o empoderamento das mulheres em um ambiente que, historicamente, é masculinizado. Talvez a barreira do investimento ainda seja um tabu, pois numa comparação com a Copa do Qatar, o número de patrocinadores da Fifa ainda é menor. Mas há um processo em andamento para equilibrar isso.

Na semana passada, a Fifa anunciou que a Claro será a operadora oficial de Telecomunicações no Brasil da Copa feminina. A campanha "Elas Jogam, o Brasil assiste" busca amplificar a voz das mulheres em busca de mais visibilidade. A intenção é engajar torcedores brasileiros durante o Mundial.

"Essa é uma grande oportunidade para enaltecermos o futebol feminino e colocarmos todas as mulheres como protagonistas. E estamos orgulhosos em apoiar a Copa do Mundo feminina. Com o patrocínio, a Claro irá conectar milhões de brasileiros e brasileiras às mulheres, que serão as grandes protagonistas desta competição", disse Ane Lopes, diretora de Marca e Comunicação da Claro Brasil.

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