Mudanças de Turra não surtem efeito e deixam ambiente do Santos mais pesado

O técnico Paulo Turra prometeu uma "ebulição no vestiário" do Santos. E está longe de cumprir.

O que aconteceu

Turra, com aval do presidente Andres Rueda e do coordenador esportivo Falcão, chegou ao Santos prometendo várias mudanças.

Logo na apresentação, o treinador deu vários recados e pediu um elenco mais vibrante e comprometido.

O novo comandante, porém, fugiu do estilo "paizão" e apostou na "ordem" para ajeitar a casa, com direito a ameaças. E o tiro está saindo pela culatra.

Ambiente pesado

O UOL apurou com quem frequenta o CT Rei Pelé que o clima piorou.

O trabalho de Odair Hellmann não deu certo, mas os relatos são de um dia a dia melhor, mais leve, com conversas olho no olho e cobranças quando necessárias.

Foi assim também com Fabio Carille, que chegou em momento complicado e, com serenidade, tirou o Santos do risco de rebaixamento e é querido por todos.

Com Turra, há um certo temor. Na terça-feira, o técnico organizou um churrasco e os jogadores praticamente comeram e saíram, sem muita resenha. Não há muito espaço para brincadeiras.

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Na segunda, folga do elenco, o técnico pediu para um padre "abençoar" o CT. A medida não pegou bem em parte do clube.

O facão

Turra pressionou o Santos pelos afastamento de Soteldo, Nathan e Lucas Pires logo na chegada ao clube.

Soteldo se recusou a fazer um treino de reservas, mas já havia se desentendido com o técnico antes. Nathan e Pires foram flagrados em balada.

Esses cortes, apesar da importância técnica de Soteldo, foram praticamente unânimes na diretoria. Mas o "facão" posterior causou dúvidas.

Daniel Ruiz, por exemplo, não estava relacionado para a estreia de Paulo Turra contra o Blooming (BOL). Com a venda de Ângelo ao Chelsea (ING), o colombiano foi de cortado a titular. Depois do empate em 0 a 0, foi afastado. Essa falta de critério virou assunto no CT.

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Ed Carlos e Lucas Barbosa também foram afastados e treinam separadamente com Ruiz, Soteldo, Nathan e Lucas Pires. Ed e Barbosa não vinham bem, mas há no clube quem diga que o melhor seria buscar propostas para eles, sem tirá-los da rotina de treinamentos para não diminuir o valor de mercado.

Não houve novos cortes nos últimos dias, porém, causa preocupação em vários dos jovens atletas do elenco que sentem que podem ser os próximos.

O quartel de Turra

Muitos já usam a expressão "quartel" para Paulo Turra e suas mexidas no CT Rei Pelé.

Algumas mudanças foram consideradas normais, como o aumento da concentração e os treinos em dias de jogos. Outras geram dúvidas.

Turra pediu uma mesa exclusiva para sua comissão técnica no refeitório e estipulou uma regra: o elenco só pode fazer a refeição quando todos estiverem reunidos.

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Outro pedido do treinador foi pelo uso de crachá. O treinador entende que parte do problema do Santos é a "falta de ordem" e faz comparações frequentes com o Athletico, onde trabalhava.

Turra ameaça e diz que tem liberdade da diretoria para tomar medidas enérgicas quando necessário. Alguns líderes do elenco estão bem incomodados.

E o Falcão?

O coordenador esportivo Falcão afirma que seu trabalho é "dar condições para a comissão técnica".

Falcão conversa com Turra e dá sugestões, mas deixa ele tomar suas decisões. Falcão teve o aval do amigo Felipão para indicar o técnico.

O coordenador tem relação discreta com o elenco. Os jogadores preferem falar diretamente com o presidente Andres Rueda quando precisam de algo.

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Na semana passada, Falcão se ausentou por cinco dias e foi até Porto Alegre para o aniversário da esposa. Voltou na sexta-feira.

Na derrota para o São Paulo, Falcão teve atitudes que irritaram muita gente no clube: assistiu à final de Wimbledon enquanto a delegação se preparava no vestiário e, em entrevista pós-jogo, disse que "não existe e palavra rebaixamento".

Outro fato foi negar o interesse em João Basso, zagueiro do Arouca (POR). Há negociação em andamento, mas Falcão ou não sabe ou quis despistar.

Início ruim

Muitas mudanças ocorrem fora de campo, mas dentro das quatro linhas o cenário é até pior.

O Santos tem uma vitória, um empate e duas derrotas sob o comando de Paulo Turra.

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A única vitória foi sobre o Goiás, quando o Peixe vencia por 3 a 1, Turra fez mudanças e o Esmeraldino empatou, mas Mendoza conseguiu a vitória com um pênalti no fim. E o empate diante do Blooming, em um jogo que não valia mais nada pela Sul-Americana.

No Campeonato Brasileiro, o Santos levou 10 gols em três jogos. O péssimo rendimento na derrota por 4 a 1 para o São Paulo ligou um sinal de alerta na diretoria.

A próxima partida será diante do líder Botafogo, domingo, na Vila Belmiro. O Peixe é o 14ª colocado do Brasileirão, com 16 pontos.

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